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sexta-feira, 9 de julho de 2010

América Latina faz uma curva à direita

BALNEÁRIOS OU GULAGS
15 de Fevereiro de 2010


Por Jaime Daremblum



Tradução de Arthur Mc


Até recentemente, o clima político na América Latina parecia estar mudando para a esquerda, com a eleição de presidentes de esquerda, inclusive alguns populistas radicais na Bolívia (2005), Equador (2006), Nicarágua (2006), Paraguai (2008) e El Salvador (março 2009). Desde meados de 2009, no entanto, a região foi se movendo para a direita. Quatro eleições presidenciais em quatro países diferentes - Panamá, Honduras, Chile e Costa Rica - sugerem que os eleitores estão se voltando contra a mensagem defendida por Hugo Chávez, e que as políticas econômicas de livre mercado permanecem politicamente viável, apesar da crise financeira global. 


Em 7 de fevereiro, os eleitores da Costa Rica elegeram Laura Chinchilla para substituir, como presidente, Oscar Arias. Chinchila é membro do Partido de Libertação Nacional (PLN) de Arias, que é nominalmente de centroesquerda, o partido social-democrata, mas também tende a apoiar as políticas econômicas conservadoras. Chinchilla é uma defensora do livre mercado e da liberalização do comércio. Já em 2005, então como uma legisladora da Costa Rica, ela pressionou intensamente para o Congresso a aprovar o E.U. na Central American Free Trade Agreement (CAFTA). 


Ela ganhou a eleição com quase 47 por cento do voto popular, a primeira mulher a chegar à Presidência da Costa Rica. A esquerda foi sua principal ala rival, e seu adversário do Cafta Ottón Solís, favorito de Chávez, recebeu apenas 25 por cento dos votos. Globalmente, cerca de dois terços dos eleitores de Costa Rica votaram em Chinchilla ou no Movimento Libertário de centrodireita do candidato Otto Guevara, quem, como observou o Christian Science Monitor, defendeu a "abertura dos mercados, menores impostos, e o governo mais ágil.” 


A vitória de Chinchila veio apenas algumas semanas depois que os eleitores chilenos elegeram seu primeiro presidente de centrodireita desde 1990, quando o general Augusto Pinochet deixou o poder e a democracia foi restabelecida. O candidato conservador Sebastián Piñera conquistou um segundo turno contra o candidato de centroesquerda Eduardo Frei, que estava representando à Concertación, aliança histórica que deteve ( a Presidência do Chile por 20 anos). 


A vitória de Piñera seguiu a Vitória do candidato do Partido Nacional direita Porfirio Lobo, em Honduras, a 29 de novembro centro, país que havia sido abalado pela instabilidade política em 28 de junho após a destituição do presidente Manuel Zelaya, um radical pró-Chávez. Lobo foi eleito com mais de 56 por cento dos votos. Vários meses antes, em 3 de maio, panamenhos votaram esmagadoramente no conservador Ricardo Martinelli Balbina Herrera, que tinha laços estreitos com ex-ditador panamenho Manuel Noriega e uma história de envolvimento na política de direita contra a esquerda radical. Foi uma vitória esmagadora: Martinelli ganhou a presidência com 60 por cento dos votos.



Como devemos interpretar essa seqüência de vitórias conservadoras? Em cada país, os significativos fatores internos desempenharam um papel na condução de apoio ao candidato de centrodireita. Costarriquenhos pareciam satisfeitos com o rumo do seu país sob Arias, e eles tiveram medo de dau uma chance a Solís, que, no passado, teria recebido recursos de campanha de Chávez. No Chile, os eleitores estavam prontos para uma nova liderança após 20 anos de governo da Concertación. Hondurenhos tornaram-se mais solidários com o Partido Nacional, conservador, depois de ver Zelaya abraçar Chávez na tentativa de tomar o poder autoritariamente. No Panamá, os eleitores estavam inconformados com aumento da criminalidade, com a desaceleração econômica ecom a falta relativa de redução da pobreza com o governo de centroesquerda de Martín Torrijos. Todos os quatro candidatos vitoriosos são conservadores: Chinchilla, Piñera, Lobo, e Martinelli, prometeram manter uma importante luta contra a pobreza. (Esses programas continuam altamente popular em toda América Latina, especialmente em Países muito pobres, como Honduras.) Nenhum deles atacou a idéia de uma forte rede de segurança social. 


Além dos fatores internos que influenciaram esses resultados das eleições, também devemos considerar o fator Chávez. Todas as quatro eleições ocorreram no contexto da Venezuela, no descenso de seu governo autoritário e na economia da miséria. Durante o ano passado, o país latino sofreu crescente aumento da inflação, de criminalidade, racionamento de energia e de água, e aconteceram manifestações maciças contra Chávez. O país tem a maior taxa de inflação na América Latina, e este problema se agravou depois da recente desvalorização do Bolívar de Chávez,amoeda nacional (da Venezuela). 


A Venezuela tornou-se um conto preventivo: mostra o que pode acontecer com um país quando esquerdistas radicais ganham o poder e logo procedem a evisceração nas Instituições democráticas e "cubanizanização" da economia. Nesse sentido, o ataque de Chávez sobre a democracia e o livre mercado tornaram-se um empecilho para os candidatos da esquerda política em toda a Região. Com efeito, tanto Solís (na Costa Rica) e Herrera (Panamá ) foram afetados pela percepção acurada de que Chávez queria que eles ganhassem. 


Eleitores latinoamericanos não são cegos. Eles podem ver o que na Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua. Alguns anos atrás, o populismo radical parecia estar ganhando força em todo o hemisfério. Mas, nos últimos dez meses, temos visto um ressurgimento conservador. Os eleitores querem que seus Governos financiem programas sociais e que reduzam a pobreza, mas eles não querem que seus dirigentes lancem ataques contra a iniciativa privada. Além disso, os latinos se orgulham das conquistas demcráticas em seus países. Eles não querem ver os resultados corroídos por demagogos populistas. 


Tudo isso ajuda a explicar porque, para grande consternação de Chávez, a política regional está se deslocando para a direita. 


Jaime Daremblum, serviu como embaixador da Costa Rica aos Estados Unidos a partir de 1998 a 2004, é diretor do Centro para Estudos Latino-Americanos do Instituto Hudson. RealCearWorld 


Subpáginas (1): Brasília, a mãe de todos os escândalos

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".