Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um país dividido

BLOG DO MR. X

Sexta-feira, 9 de abril de 2010


Embora os demonize constantemente, a esquerda precisa dos conservadores -- ou ao menos dos seus impostos. Sem o dinheiro dos conservadores, a esquerda não consegue fazer "redistribuição de renda" nem nenhum de seus projetos megalomaníacos de transformação social.


Li faz algum tempo uma interessante discussão sobre a possibilidade de separar os EUA em dois países: metade com os estados tradicionalmente Democratas (Blue States) e metade com os estados tradicionalmente Republicanos (Red States). Uma divisão, hoje apenas ideológica, de acordo com a proposta se tornaria geográfica. (Aqui uma visão mais otimista e de centro sobre a questão)

É fato que na era obâmica, os EUA estão mais divididos do que nunca. De um lado, o pessoal de esquerda quer cada vez mais controle estatal sobre saúde, economia, direitos individuais. Também querem casamento gay, aborto ilimitado, imigração ilimitada, luta contra aquecimento global e divisão equitativa das riquezas entre todos os membros a sociedade. Do outro lado, os conservadores tradicionais que desejam um estado menor e fiscalmente responsável, com menos poder. Não querem forçar casamento gay, aborto e nem "justiça social", e acreditam que o "aquecimento global" seja uma mera trapaça para conseguir dinheiro e poder.

Como separar esses dois grupos, que pouco ou nada tem a ver um com o outro, que não parecem se ver mais como concidadãos?

O autor da idéia propõe um divórcio. Conservadores de um lado, progressistas do outro. Cada um com seu país.

A idéia é divertida, e, em princípio, lógica. Os conservadores poderiam viver em seu mundinho de sociedade tradicional e estado mínimo, e os progressistas se livrariam desses capitalistas cristãos, caretas, atrasados, chatos e racistas, podendo perseguir suas utopias apenas entre pessoas de mesma índole. (Os libertários poderiam escolher em qual dos dois paises ficar). A divisão, que na mente de um esquerdista mais exaltado incluiria até mesmo o Canadá, seria assim:


A idéia poderia ser adaptada a vários outros países. Por que não separar o Brasil de Direita do Brasil de Esquerda, por exemplo? Petistas para um lado, o resto do outro.

O problema é que a idéia, fascinante na teoria, jamais funcionaria na prática. Em primeiro lugar, a esquerda é universalista e totalitária. Enquanto os conservadores ficariam felizes de poderem se livrar dos progressistas e viver a seu modo sem interferências, os esquerdistas têm a necessidade de impor o seu modelo a todos, por bem ou por mal. Não lhes basta o isolamento entre seus semelhantes, como os amish: querem forçar os cristãos a aceitar o casamento gay, obrigar as minorias a lutar contra o racismo, exigir aos recalcados conservadores a aceitação dos direitos dos transsexuais, e assim por diante. Seu projeto transformador não exclui ninguém.

(Para sermos justos, devemos observar que também os conservadores pretendem em alguns casos impor normas de comportamento aos esquerdistas, como proibir o consumo de maconha, ou impedir desagravos à religião, e isso é vivenciado pelos progressistas como uma tirania; mas, ainda assim, raramente os conservadores impõe idéias radicais de transformação social)

Mas é claro que o principal problema é outro. Embora os demonize constantemente, a esquerda precisa dos conservadores -- ou ao menos dos seus impostos. Sem o dinheiro dos conservadores, a esquerda não consegue fazer "redistribuição de renda" nem nenhum de seus projetos megalomaníacos de transformação social.

Assim, se a separação física e demográfica de fato ocorresse, poderíamos antecipar um de dois prováveis resultados: um, o fracasso econômico e posterior conflito social no País de Esquerda, que devido às idéias econômicas de jerico e ao gasto exorbitante de dinheiro público, em poucos anos entraria em colapso. Milhões de refugiados emigrariam para o País de Direita, e o ciclo se repetiria. Ou, então, dois: o ditador esquerdista - esquerda, cedo ou tarde, sempre termina em ditadura - poderia tentar invadir o País de Direita para saquear seus recursos, ou sabotá-lo internamente.

Assim sendo, parece claro que tal divisão física é impossível. O problema é que, cada vez mais, tampouco parece possível que Esquerda e Direita, conservadores e progressistas, cheguem a um consenso sobre o rumo a seguir. Como um casal que se odeia mas é obrigado a conviver, conservadores e progressistas deverão continuar sob o mesmo teto. Ao menos até que a casa caia.

Red State, Blue State.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".