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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Os custos sociais da pornografia

JULIO SEVERO

15 de abril de 2010


P. Langdale Hough

23 de março de 2010 (
Notícias Pró-Família) — Na semana passada no Clube Nacional de Imprensa em Washington, D.C., o Instituto Witherspoon informou sobre uma série de descobertas acadêmicas e recomendações acerca dos custos sociais da pornografia.

Em dezembro de 2008 um grupo variado de acadêmicos, médicos e jornalistas se reuniu em Princeton, New Jersey, para começar uma investigação inicial sobre os danos sociais do consumo da pornografia em homens, mulheres e crianças. Os acadêmicos participantes tinham vindo de uma ampla variedade de profissões especializadas. Psiquiatras, especialistas legais, médicos e economistas reuniram uma análise rigorosa das dimensões neurológicas, psicológicas, econômicas, sociais, políticas, legais e filosóficas do uso da pornografia. O resultado foi divulgado em 16 de março de 2010, quando o Instituto Witherspoon apresentou o documento “The Social Costs of Pornography: A Statement of Findings and Recommendations” (Os Custos Sociais da Pornografia: Descobertas e Recomendações).

Três observações importantes sobre o documento merecem ser feitas. Primeira, ele apresenta variado consenso profissional e especializado sobre as ramificações sociais da pornografia de internet, um consenso que está em divergência com boa parte das opiniões aceitas sobre a questão. Segunda, algumas implicações da evidência empírica apresentadas no documento provocarão controvérsia, em parte por causa de uma suscetibilidade libertária predominante com respeito ao consumo da pornografia. Em último lugar, é preciso fazer muito mais pesquisas, considerando o crescimento relativamente recente da pornografia de internet e o desafio de obter dados confiáveis de produtores e consumidores da pornografia de internet.

O que sustenta boa parte da opinião pública sobre a pornografia é a compreensão do consumo de pornografia como entretenimento inócuo, expressão sexual benigna ou ajudante matrimonial. Contudo, essa maneira de ver fica complicada com a onipresença de materiais pornográficos instantâneos, realistas e descarados, e o crescente volume de evidências empíricas que confirmam os danos que a pornografia cria naqueles que produzem e consomem a pornografia bem como naqueles que vivem e trabalham nos mesmos domicílios, empresas e comunidades onde há usuários de pornografia. Dentro dessas duas observações estão importantes afirmações específicas, algumas das quais podem ser achadas aqui e todas das quais estão inteiramente documentadas em Os Custos Sociais da Pornografia: Descobertas e Recomendações.

Com a chegada da era da internet, pessoas de todas as idades e classes, de ambos os sexos, têm agora acesso quase ilimitado a conteúdo de pornografia que é feito para todos os gostos e fantasias adquiridos por hábito. A acessibilidade instantânea dos materiais é aumentada pelo desenvolvimento aparentemente infindável de mídias digitais mais vívidas e realísticas e uma indústria responsável por quase um quinto de todos os filmes pagos dos Estados Unidos. No meio desses avanços técnicos, as comunidades terapêuticas e médicas relatam uma presença crescente de (e audiência para) pornografia explícita. Se, como sugerem alguns, estamos à beira de uma nova revolução de mídia 3-D, experiências pornográficas ainda mais dramáticas poderão logo ser disponibilizadas.

A onipresença da pornografia na era da internet vem acompanhada por um volume crescente de evidências que indicam que, independente da idade e do sexo, todos são afetados. A maior parte dos danos sociais ligados ao consumo da pornografia parece se originar de sua natureza psicológica como uma intensa experiência de treinamento de conduta e concessão de permissão dentro do contexto de aprendizado altamente eficaz da excitação sexual, onde ações são demonstradas, repetidas, incentivadas e/ou proibidas via imagens cheias de informações.

Estudos empíricos revelam a neurociência do consumo da pornografia. Alguns estudos mostram que o uso da pornografia mina o relacionamento conjugal e outros relacionamentos íntimos de seus usuários, pode tornar os homens sexualmente incompetentes com uma parceira real, e para alguns pode levar a atrações crescentes para com imagens e condutas de natureza pornográfica. Mulheres não só enfrentam novas expectações de conduta sexual, mas também se defrontam com mais chances de divórcio, infidelidade e casamentos menos felizes. Crianças, principalmente rapazes, são mais inclinados à violência, agressão e coerção sexual de colegas, são mais suscetíveis à coerção sexual por parte de colegas e adultos. As meninas adolescentes são mais inclinadas a tolerar abuso emocional, físico e sexual. Por último, embora seja preciso fazer muitas pesquisas nessa área, parece que a pornografia continua a ser um fator no tráfico de seres humanos para a exploração sexual. Em resumo, a pornografia tem custos sociais para os que estão envolvidos em nível principal (consumidores e produtores, sejam homens, mulheres ou crianças) e nível secundário (geralmente mulheres e crianças).

Essas descobertas, que são avaliadas de forma mais abrangente em Os Custos Sociais da Pornografia: Descobertas e Recomendações e sua pesquisa associada, são de preocupar profundamente. O grupo variado de especialistas que assinou o documento concorda que uma mudança nas expectativas e informações públicas sobre os custos sociais do consumo da pornografia — em parte modelada na campanha bem-sucedida contra o fumo nas últimas cinco décadas — é necessária. Embora nem todos estejam de acordo com todas as recomendações no documento, eles oferecem várias propostas para ajudar a demonstrar o tipo de abordagem que se precisa. Algumas das recomendações do documento incluem:

— uma conscientização maior por parte da comunidade terapêutica quanto aos danos do consumo da pornografia bem como pesquisas adicionais nessa área;
— maior atenção por parte dos profissionais da educação quanto a esse volume de pesquisas e os perigos e desafios que os adolescentes adultos estão enfrentando;
— maior interesse por parte de jornalistas sobre as consequências da onipresença da pornografia e um envolvimento de rigoroso jornalismo investigativo na indústria pornográfica;
— uma resposta rigorosa da indústria privada para com o uso da pornografia no ambiente de trabalho e uma conscientização dirigida a empregados com problemas de pornografia;
— a “desglamorização” do uso da pornografia por parte das celebridades e da cultura popular;
— e finalmente, um engajamento nessa questão por parte dos governos locais e federais, inclusive: legislação para tornar ilegal a pornografia nos servidores padrões usados pelas pessoas comuns; uso das posições de influência para uma campanha pública para mostrar que a pornografia — até mesmo quando não preenche a definição estreita e legal de “obscena” — necessariamente não se enquadra na liberdade de “expressão” conforme a Primeira Emenda protege; rotular todos os materiais pornográficos (impressos e digitais) com um aviso sobre o potencial viciador da pornografia e consequentes danos psicológicos possíveis para o consumidor; o redesenvolvimento e a mobilização da unidade do Ministério da Justiça dedicada à instauração de ações legais contra obscenidade para lidar com o fenômeno específico e complexo da pornografia de internet; e a criação de um novo direito privado (civil, não criminal) de ação, chamado a “exposição negligente de um menor ou um adulto indisposto a materiais obscenos”.

Os Custos Sociais da Pornografia: Descobertas e Recomendações foi escrito entendendo-se que a sociedade estará em melhores condições se os fatos sobre o uso da pornografia e suas consequências forem ampla e eficazmente circulados de modo que pessoas de todos os tipos consigam levá-las em consideração. Considerando que o interesse da indústria pornográfica no desenvolvimento de avanços tecnológicos novos e mais vividos nos meios de comunicação, é mais importante do que nunca que as famílias, os pastores, os profissionais terapêuticos, os educadores, os líderes empresariais e os servidores públicos fiquem mais conscientes das devastadoras conseqüências sociais da onipresença da pornografia na era da internet.

Há alguns sinais de que está havendo progresso. As classes psiquiátricas e terapêuticas recentemente começaram a fazer certas observações com relação aos custos do consumo da pornografia na conduta de um indivíduo. A Associação Americana de Psiquiatria em sua proposta revisão recentemente divulgada do Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais pela primeira vez incluiu referências específicas à pornografia como possível fator em “Desordens Hipersexuais”. Se essa revisão permanecer no manual final, será um importante primeiro passo para autorizar indivíduos e famílias a buscar tratamento específico e cobertura de seguro para condutas resultantes de ou diretamente ligadas ao consumo de pornografia.

Incentivo você a considerar as descobertas e recomendações que se encontram no documento integral, disponível 
online junto com uma apresentação de vídeo das consultas e rascunhos das consultas dos documentos de pesquisas.

Traduzido por Julio Severo: 
www.juliosevero.com

Veja também este artigo original em inglês: 
http://www.lifesite.net/ldn/viewonsite.html?articleid=10032313
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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".