Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A CANDIDATURA CIRO GOMES

Fonte: NIVALDO CORDEIRO


A CANDIDATURA CIRO GOMES

03 de fevereiro de 2010


Recebi vários e-mails no dia em que o presidente Lula foi hospitalizado, no Recife, dando conta que a tal pressão alta diagnosticada pelos médicos, que inclusive lhe impediu de ir a Davos receber um imerecido prêmio, se deveu, entre outras coisas, a uma acalorada discussão que tivera pouco antes com Ciro Gomes, o político cearense que desembarcou em São Paulo supostamente para tirar votos de José Serra e servir desparring, na esperança inclusive de influenciar na eleição estadual. Lula queria que Ciro desistisse da sua candidatura presidencial e o cearense foi irredutível.


Não é para menos. Ao contrário do cálculo inicialmente feito pelo PT, Ciro Gomes tira mais votos de Dilma do que de José Serra. Ciro vem do Nordeste e tem seu nome nacionalmente consolidado, embora se saiba que o eleitorado paulista dificilmente lhe dará votação expressiva. Se o presidente Lula tem algum poder de transferir votos para sua candidata é no Nordeste, exatamente onde um candidato da terra, fazendo o mesmo discurso da candidata governista, terá a preferência do eleitorado. O tiro saiu pela culatra.


Ciro é um neo-coronel que aderiu ao discurso petista por puro cálculo político. Enquanto coronel o que lhe interessa é chegar o poder, seja lá como for, e lá ficar o maior tempo possível. É um homem inteligente e tem faro. Percebeu que a cria do Lula, a Dilma, não é páreo para Serra e sentiu aí a sua oportunidade. Ciro Gomes pode repetir o fenômeno Collor de Mello, um político jovem e arrojado, capaz de preencher o vácuo político nas hostes governistas. É muito provável um segundo turno entre Serra e Ciro, o que seria uma curiosidade para estudo.


Em termos políticos nacionais nada muda. Ciro é mais do mesmo, não se distingue do discurso coletivista dos outros dois candidatos e, na remota hipótese de vir a ser eleito teria que governar com a base do PT. O Brasil amanheceria o mesmo no dia seguinte a sua posse.


O jogo da sucessão agora ganhou alguma emoção, pelo inusitado. Ciro é peitudo, arrogante e ambicioso. Não vai desistir mais. Ninguém será capaz de segurá-lo. Na sua entrevista publicada na edição de hoje do Estadão foi mordaz com Lula e caustico com José Dirceu, o principal articulador da candidatura de Dilma. Pareceu-me expressar a sua posição definitiva. Ele nada tem a perder e tudo a ganhar. Por que desistiria, só para satisfazer os delírios hegemônicos do PT? Não é o estilo dele. Ele bem disse, em recado direto aos pagadores de mensalões, que política, para ele, “não é profissão”. Mais claro impossível.


O PT, como todo partido revolucionário, é ruim de criar lideranças capazes de votações majoritárias expressivas. Por isso nunca governou São Paulo. Lula é único e não tem substituto. A esperteza de trazer Ciro Gomes para São Paulo e dar-lhe enorme visibilidade foi um tiro que saiu pela culatra.

De minha parte, continuo achando que o PT terá enorme dificuldade de entregar o poder pela via eleitoral. Aguardemos.

2 comentários:

HaroldoC disse...

Uma é certo: Lula se descolou do PT e sempre comprou a subordinação para sua sustentação. Lula criou o mensalão I para dispor dum cerrar fileiras no parlamento. Lula criou o mensalão II com o Bolsa Família para dispor dum cerrar fileiras na população. Lula recorreu ao mensalão III para indivíduos em cargos federais cerrarem fileiras no PT.
Dá de dizer que Lula é um cangaceiro, é do cangaço: sempre se assegura de retaguarda garantida numa formação de time, quadro, força ou massa anônima remunerada, mercenária.
Lula disciplinou sua mente no sindicalismo com a lógica de que com dinheiro e esperançamento de mais dinheiro, os indivíduos se agrupam e dão cobertura.
Lula tem o desenvolvimento cognitivo próprio do cangaceiro; Lula é um homem do cangaço.

Está bem posta a desconfiança de que Lula vai jogar contra o pleito/2010, vai desafiar o TSE e a sociedade.

HaroldoC disse...

CT: "Lula é único e não tem substituto".
Há maneira de "explicar" o Lula enquanto em patamar esquisito, instalado de se permitir desdenhar toda a sociedade, a História, o mundo que lhe aparecer pela frente. A espontaneidade nos externamentos, dizeres livres e solitários, de Lula - a qualquer momento, em qualquer situação, para qualquer platéia, sobre qualquer assunto - só pode ter uma "explicação": cangaço.
O Lula é um resquício do cangaço, um expécime retardado do cangaço.
Para enquadrar a mente do Lula é só ler o livro "Cangaço A força do Coronel", Júlio Chiavenato/1990.
Em qualquer página há motivos para "explicar" o proceder de Lula. Exemplo: "Conhecedor [Lampião] das penúrias dos sertanejos, encontrou um jeito seguro de conquistá-los: distribuía aos pobres as sobras do saque - lançava as moedas nas cidades aos pobres e na caatinga ao morador solitário..." (p.86)
Isso aí o Lula "imita" por meio do Bolsa Família.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".