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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Venezuelanos clamam pela renúncia de Chávez





UnoAmérica



Caracas, 3 de fevereiro – Em meio da crise que atravessa a Venezuela, provocada pelo fechamento de meios de comunicação, racionamento elétrico, expropriações, intervenções bancárias e repressão a estudantes, está ganhando força a proposta da renúncia de Chávez. Durante o final da temporada de beisebol, o esporte mais popular na Venezuela, o povo gritava nos estádios: Um, dois, três, Chávez estás ponchao!”, referindo-se aos três “strikes” que conduzem ao “out” (fora). Em que pese a que os canais comerciais tratavam de abafar o som – por medo de serem fechados pelo governo – o estrondo era inocultável.


O Foro Democrata Cristão, composto por reconhecidas figuras como Enrique Aristiguieta Gramcko, que pertenceu à Junta Patriótica que dirigiu a luta contra o ditador Marcos Pérez Jiménez, e o ex-Controlador da República, Eduardo Roche Lander, entre outros, lançaram um proclama exigindo a renúncia de Chávez e denunciando o sistema eleitoral venezuelano, por ser fraudulento e parcializado.


No domingo passado, o Polo Constitucional, conformado por inúmeros dirigentes políticos, incluindo ex-aliados de Chávez, deu uma coletiva de imprensa para ler um duro comunicado, onde se exigia a renúncia do mandatário venezuelano.


O líder opositor, Alejandro Peña Esclusa, presidente da ONG Fuerza Solidaria, enviou hoje uma carta a Hugo Chávez pedindo sua renúncia. Peña Esclusa afirma que se avizinha uma explosão social na Venezuela, precedida pelo colapso do sistema elétrico nacional, e acrescenta que a única maneira de evitar uma tragédia de proporções incalculáveis é mediante sua renúncia.


O Foro Democrata Cristão, o Polo Constitucional e Fuerza Solidaria asseguram que Chávez cometeu traição à Pátria, por haver entregado o país aos cubanos, e o acusam de abrir as portas às FARC e ao fundamentalismo islâmico pondo em risco a segurança hemisférica.Segundo Peña Esclusa, que também preside UnoAmérica, uma plataforma que agrupa 200 ONGs latino-americanas, Chávez perdeu o respaldo popular e para manter-se no poder “terá que massacrar o mais precioso que temos, nossos jovens estudantes”. Entretanto, diz, os colaboradores de Chávez não se atrevem a dizer-lhe a verdade,“porque o temem, devido à sua personalidade caprichosa e irascível” o mesmo ocorre com os dirigentes opositores, “porque uma palavra de Chávez significa o cárcere ou o exílio”.


A carta de Peña Esclusa acrescenta: “Sua permanência no poder só trará grandes calamidades e, como resultado, o Sr. abandonará a Presidência de qualquer maneira, porém em circunstâncias muito piores para o país e para o Sr. mesmo... Se o Sr. renunciar agora, ao menos não será lembrado como o causador de uma grande tragédia nacional”.



Carta de Peña Esclusa pedindo a renúncia de Hugo Chávez


Cidadão Hugo Chávez Frias


Palácio de Miraflores


Caracas


Depois de onze anos de governo, é óbvio que seu projeto fracassou, porque o Sr. só se ocupou de promover sua “revolução socialista”, esquecendo-se dos verdadeiros problemas que afetam nossa nação. O Sr. administrou a maior fortuna da nossa história e, entretanto, a Venezuela está empobrecida, dividida, paralisada e à beira de um colapso energético, sanitário e alimentar. Durante sua gestão a anarquia e a insegurança transbordaram. Existem máfias do crime e do narcotráfico que operam com grande poder e impunidade. Dentro de uns quantos meses serão mais poderosas que o Estado mesmo, se é que já não são.


As nações civilizadas o consideram um perigo hemisférico, porque o Sr. só cultivou relações com Cuba, Irã, o fundamentalismo islâmico e as FARC, o principal cartel da cocaína da América, enquanto ofende e agride nossos amigos e aliados tradicionais. O Sr. atua de maneira arbitrária, prepotente e desequilibrada. Sem dúvida, o Sr. já não é capaz de perceber a realidade. Em meio de sua fantasia, o Sr. acredita representar o ideário de Simón Bolívar, quando na realidade encarna o pensamento de José Tomás Boves, fomentando o ódio e o enfrentamento entre classes sociais. Se estivesse vivo, O Libertador teria tratado o Sr. como um traidor, por entregar vilmente nossa Pátria e nossas Forças Armadas aos cubanos.


O Sr. perdeu o respaldo popular e nos últimos anos manteve-se no poder somente pela propaganda, pela compra de consciências, pelo terror e pelo fechamento dos meios de comunicação. Porém, agora será pior: para manter-se aferrado a seu cargo, terá que massacrar o mais precioso que temos, nossos jovens estudantes. O Sr. encerrou toda a possibilidade de um desenlace pacífico e eleitoral à crise que o Sr. mesmo criou, porque seqüestrou os poderes públicos, especialmente o Conselho Nacional Eleitoral, que comete fraude de maneira aberta e descarada. Seus colaboradores mais próximos não se atrevem a lhe dizer a verdade porque o temem, devido à sua personalidade caprichosa e irascível. Os dirigentes opositores também sentem medo, porque uma palavra sua significa o cárcere ou o exílio.


Como conseqüência de tudo o que foi dito acima, se avizinha uma gravíssima confrontação social – precedida pelo colapso do sistema elétrico nacional – que devorará o Sr. primeiro e depois a milhares de venezuelanos inocentes. Ainda há tempo de impedir a tragédia, porém isso requer que o Sr. renuncie e ative os mecanismos contemplados na Constituição para uma sucessão presidencial.


Diferenças abismais nos separam, porém minha luta contra o Sr. não é pessoal. Tenho sido um férreo opositor seu, porém nunca ofendi sua dignidade, nem lhe manifestei ódio algum, apesar de suas calúnias e ofensas. Vejo-me obrigado a solicitar sua renúncia porque sua permanência no poder só trará grandes calamidades e, como resultado, o Sr. abandonará a Presidência de qualquer maneira, porém em circunstâncias muito piores para o país e para o Sr. mesmo. Se houvesse me escutado em dezembro de 2001, quando pedi sua renúncia pela primeira vez, o Sr. haveria poupado grandes sofrimentos aos venezuelanos e teria ido com a fronte erguida, o qual, a estas alturas, já é impossível. Entretanto, se o Sr. renunciar agora, ao menos não será lembrado como o causador de uma grande tragédia nacional.


Alejandro Peña Esclusa


Presidente de Fuerza Solidaria


ape@fuerzasolidaria.org


Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".