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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

MENTIRA ECONÔMICA

Do portal do NIVALDO CORDEIRO

08/09/2008

Os jornais de hoje anunciaram que o Tesouro norte-americano vai injetar US$ 200 bilhões para garantir hipotecas de bancos quebrados, a pretexto de proteger a economia. É sempre assim, a cada instante de perigo trazido pela existência o Estado, arvorando-se uma suposta razão científica em Economia, estende suas garras ameaçadoras, a pretexto de eliminar os perigos sistêmicos. O único perigo sistêmico é próprio Estado, que no momento representa o máximo perigo para humanidade, em escala global. Devora o mais precioso dos bens: a liberdade.

Essa decisão coroa um processo de agigantamento estatal nos EUA que se prolonga desde o início do século XX – sempre para sua proteção (do pagador de impostos de lá) – e episodicamente interrompido pelo governo Reagan que, no entanto, não logrou revertê-lo. Mesmo as administrações dos Bush pai e filho o processo de alargou. O fato é que a economia norte-americana vive a falsa prosperidade financiada pela inflação e a crise das hipotecas é apenas o início de um ajuste necessário. Ao intervir diretamente, impedindo a quebra das instituições o Tesouro legará como saldo desse processo tão somente o adiamento do ajuste. Entretanto, o ogro estatal resultará mais forte e mais ameaçador.

Veja, caro leitor, que nenhum instrumento político delegou tal poder de intervenção. Essa é uma ação voluntarista da burocracia estatal, obviamente apoiada pelo estamento político, interessado em realizar negócios e transferir grandes estoques de riquezas para suas esferas de influência. O processo é muito parecido com o que vimos por aqui, com o Proer. Bem sabemos o custo dessa engenharia financeira: alguns pontos percentuais de elevação da participação da carga tributária no PIB, em caráter permanente e dificilmente reversível. A liberdade desapareceu entre nós na mesma proporção, devendo acontecer o mesmo nas terras do Tio Sam.

Essa é a grande mentira, a de que o Estado pode ser capaz de eliminar os riscos inerentes à existência. Quer sanar todos, dos riscos do tabaco aos do porte de arma de defesa pessoal e acaba por ser ele, o Estado, o grande risco. Nos EUA a chance de um homem negro, por exemplo, tornar-se um prisioneiro das masmorras estatais é altíssimo. Na verdade, de qualquer homem. Para proteger os homens dos riscos da existência o sistema legal está se tornando uma gigantesca prisão, que se torna literal para um número cada vez maior de pessoas.

Nenhuma proteção pode ser dada pelo Estado que não seja temporária e artificial. Toda proteção estatal é privilégio moralmente insustentável. Manter bancos falidos como se estivessem em boa situação financeira é um erro. Manter valorizadas hipotecas insolventes também. Investir é antes de tudo um ato de assumir riscos e toda gente sabe disso. E o risco torna-se sempre fatalidade para alguns. O Estado não pode eliminar essa realidade imediata.

A conclusão é que mesmo o país que tem sido referência mundial em matéria de práticas liberais nega essa condição, a cada dia que passa. Tornou-e o paraíso do politicamente correto, uma nação policialesca que nega aos seus próprios cidadãos a espontaneidade tão vital como a alegria de viver. É um fenômeno universal, a Europa já está assim de há muito e o Brasil também.

O Estado não tem os meios para eliminar os riscos vitais, sejam eles de que ordem forem, desde um esquadrão suicida islâmico até um crise econômica conjuntural. Viver é correr perigo, viver é muito perigoso. Acreditar que essa realidade imediata possa ser modificada pelos burocratas estatais é completa loucura. Está sendo dado mais um passo na direção do coletivismo no país que deveria dar o exemplo na direção contrária. Algo a se lamentar profundamente.

Proteger empresas quebradas é a maior de todas as mentiras econômicas.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".