Quando uma campanha eleitoral está em andamento, como a atual, o impacto da comunicação política sobre a população - e certamente sobre os estudantes brasileiros - é bem mais acentuado. Os partidos políticos poderiam aproveitar melhor a ocasião e não ficar apenas na corrida atrás do voto. O que é compreensível, mas... Deveriam investir no ingresso de jovens nas agremiações, para se tornarem militantes da política - como a maioria é do futebol, por exemplo - e constituir novas levas
de cidadãos e cidadãs jovens capazes de participar da vida pública com menos vícios e os erros decorrentes da deformação de nossa história, onde prevalece a má fama da política.
O grau de indiferença ainda é maior, bem maior, do que a democracia brasileira exige de sua juventude na política, primeiro para entendê-la e segundo para dela participar. Muitos estudantes ainda confundem, por exemplo, a capacidade de tirar o título de eleitor a partir dos 16 anos como uma obrigação imposta, quando na verdade se trata de uma conquista, o exercício do direito ao voto facultativo antes dos 18 anos. Muitos repetem discursos mofados, regados pelo desconhecimento, alimentados pelas más práticas de representantes populares e governantes que desrespeitam seus mandatos e os eleitores.
A época da campanha eleitoral é um bom momento para chamar os jovens à discussão, ao debate, sobre o que é a democracia, o voto, o sistema político. Ouvir suas queixas, reclamações, desilusões e informar-lhes. A informação é o melhor instrumento para os estudantes brasileiros, alienados da vida política, criarem condições de discernir por si mesmos e iniciarem o processo de compreensão e participação, formando uma nova geração de cidadãos, com maior consciência e peso político positivo na vida do Brasil.
O vácuo de renovação de lideranças capazes propiciou na vida nacional o surgimento de políticos de terceira linha, comprometidos apenas com seus interesses escusos e absolutamente distantes de ações voltadas para o desenvolvimento do País e melhoria da qualidade de vida de sua população (a não ser, claro, dos políticos que ocuparam esse vazio e se auto-beneficiam).
Investir na educação em geral - e na política, em particular - é contribuir para acelerar a oxigenação da vida pública brasileira. O poder público, os partidos políticos, as organizações sociais, a iniciativa privada, a sociedade como um todo, deveriam tomar isso como meta prioritária e agir. Todos teríamos a ganhar a curto, médio e longo prazos. Não votar por votar. Pensar na escolha de alguém que, de fato, possa fazer algo por todos e não apenas por si e seus apaniguados.
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