21/09/2008
Vários navios de guerra da Rússia estão prontos para zarpar em direção à Venezuela, onde participarão de manobras militares conjuntas com a marinha local, revelou neste domingo um oficial russo à agência de notícias RIA Novosti.
"Uma flotilha da Frota do Norte, incluindo a nau capitânia, o cruzador lança-mísseis de propulsão nuclear 'Pedro, o Grande', o destróier 'Almirante Chabanenko' e navios de escolta zarparão em breve de Severomorsk", declarou Igor Dygalo, subcomandante da marinha russa.
"Durante esta viagem, os navios de guerra russos participarão de manobras conjuntas com a marinha venezuelana".
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, que visitará Moscou esta semana, confirmou recentemente que uma frota militar russa chegaria às águas territoriais da Venezuela em "novembro ou dezembro", para participar de manobras conjuntas.
Estas manobras, inéditas no Caribe desde o fim da Guerra Fria, serão realizadas em uma região próxima aos Estados Unidos --considerada há um século como zona de influência americana-- e no momento em que as relações entre Moscou e Washington estão abaladas pela intervenção russa na Geórgia, no início de agosto.
O Exército russo invadiu a Geórgia para defender os separatistas pró-russos da Província da Ossétia do Sul, que havia auto-declarado independência nos anos 1990 e cujo controle os militares georgianos tentavam retomar. Os conflitos duraram quase um mês e a ofensiva Rússia foi alvo de ampla condenação no Ocidente.
Em setembro, dois bombardeiros russos TU-160 permaneceram por uma semana na Venezuela para realizar "vôos de treinamento", no que Chávez chamou de 'advertência' aos Estados Unidos.
Estreitamento de laços
Dois bombardeiros russos deixaram nesta quinta-feira a Venezuela de volta à Rússia. Os modelos supersônicos Tu-160 estavam realizando testes nas águas do Caribe a partir da Base Aérea El Libertador. O Tu-160 é capaz de carregar 12 mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares ou convencionais e 40 toneladas de bombas.
A passagem dos aviões pela Venezuela revela o estreitamento militar do país com a Rússia. Ontem, o comandante das Forças Aéreas da Venezuela, comentou os exercícios e disse que 'é sumamente satisfatório poder contar com um aliado desta magnitude, que estreita sua amizade conosco e nos permite aproximar a troca de tecnologia com nossos técnicos'.
Nesta quinta-feira, o ministério da Defesa da Rússia anunciou que realizou com sucesso um teste com um míssil balístico intercontinental capaz de levar ogivas nucleares. O míssil teria sido disparado de um submarino na região do Mar Branco --norte da Europa, perto da fronteira da Rússia com a Finlândia. O projétil atravessou praticamente todo o país e atingiu um alvo perto do vilarejo de Klyuchi, na Península de Kamchaka (no oceano Pacífico, extremo leste russo).
Chávez busca acordo
Nos dias 26 e 27 de setembro, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, visita o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin. No encontro, devem assinar acordos de cooperação energética e militar. O país latino-americano quer adquirir um sistema de defesa aérea russo e expressou interesse na compra do novo avião de guerra Su-35, informou Sergei Chemezov, diretor da estatal Rostekhnologii à agência russa Interfax.
Desde 2005, os países fecharam acordos de defesa orçados em mais de US$ 4 bilhões (R$ 7,5 bilhões). A Venezuela comprou caças Sukhoi, helicópteros Mi-17 e 100 mil rifles Kalashnikov. A Rússia também planeja instalar na Venezuela fábricas de navios, carros, armas e munição, além de um centro para treinar pilotos e consertar helicópteros. Um projeto de rede sem fio para internet barata na capital Caracas também está nos planos de Chávez com os russos.
Com Efe e France Presse
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