Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ESPERANDO 2012

NIVALDO CORDEIRO
22/12/2011

Nenhum cenário para 2012 tem sido pintado com cores favoráveis. O nosso próprio Banco Central reviu para baixo suas previsões, admitindo que o crescimento não será superior a 3,5%, taxa ainda assim para além de otimista, contra os 5% originalmente esperados.

O que temos visto é que todos os governos do mundo estão realizando cortes orçamentários impiedosos, para fazer frente à crise. Não poderia ser diferente, pois a resposta à crise de 2008 foi o oposto, acelerando o dispêndio público. Finalmente os governos − todos eles de perfil social-democrata − viram-se diante da dura realidade da lei da escassez. A promessa keynesiana de burlá-la, ou superá-la, mostrou-se uma falsificação. Do keynesianismo sobraram a inflação ameaçadora e a desordem nas finanças públicas. E a supertributação, essa condição satânica para que se realize a promessa social-democrata de distribuição de renda pela via estatal. The dream is over!

2012 será portanto um ano ruim em matéria econômica e "quente" do ponto de vista político e da mobilização das massas enfurecidas. Quando os cortes orçamentários forem traduzidos em eliminação de renda dos sócios do Tesouro teremos uma fúria grande, como a que se viu na Grécia e que tem se repetido progressivamente na Inglaterra, Itália, Portugal, Espanha e em toda parte. O fato é que as multidões que vagabundeavam à custa do Estado terão que descobrir o caminho do trabalho, a única via ética para que a prosperidade - coletiva e individual - possa ser alcançada.

A ameaça que paira no ar é a eventual chegada ao poder de políticos populistas, assentados em cima do ódio das massas. Hitler chegou ao poder pelo voto assim. O populismo nacionalisteiro está em alta. As tensões aumentam. É claro que mudanças políticas mais radicais demandam tempo mais largo do que o período de um ano. Todavia, penso que em 2012 teremos a definição das tendências e até dos nomes que poderão chegar ao centro de poder nos próximos anos. Os tradicionais partidos que se alternam no poder poderão ser alijados e eventualmente, para sobreviver, terão que dar abrigo às teses mais radicais.

2012 será o ano a marcar a derrocada da social-democracia. Mesmo que nominalmente se mantenha no poder seu programa mais precioso − o da distribuição de renda via Estado − terá que ser abandonado sem dó. Veremos encolher o número de funcionários públicos e de aposentados. A idade de aposentaria elevada. Resta saber se a outra perna da social-democracia, a intervenção econômica via regulação, será também abandonada. Essa regulação está destruindo a pequena empresa e o empreendedorismo em todo o mundo. Ou seja, destruindo a classe média independente do Estado, esteio político do liberalismo econômico. Se isso vier teremos a bases para mudanças profundas no perfil político de longo prazo. O liberalismo terá sua base social.

Por que esperar a desregulação? Porque é a única via que poderá prover empregos e elevação da produtividade de forma rápida. É o caminho mais curto para o retorno da prosperidade, mas para isso é preciso enterrar integralmente o programa social-democrata. Algo fácil de dizer e difícil de realizar.

Feliz 2012! Ainda assim podemos dizer. O programa social-democrata é uma mentira política escorada por uma falsa ética, que premia desocupados e penaliza quem trabalha. Seu abandono envolve reduzir abruptamente o Estado e seus clientes. Haverá choro e ranger de dentes.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".