Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

COM QUANTAS MENTIRAS SE FAZ UMA ‘COMISSÃO DA VERDADE’? [1]

HEITOR DE PAOLA



18/12/2011

“... o aspecto mais assustador do regime é o poder de obliterar a memória, transformar mentiras em verdades e alterar o Passado. O lema do partido é ‘Quem controla o passado, controla o futuro, quem controla o presente controla o passado”

GEORGE ORWELL , 1984

“A verdade não existe, só a força da vontade... e na simplicidade primitiva de suas mentes, eles mais facilmente acreditam nas grandes mentiras do que nas pequenas”

ADOLF HITLER, Mein Kampf

Um dos maiores problemas no conflito entre os liberais-conservadores e os revolucionários é que, enquanto os primeiros se aferram a táticas pontuais, derivadas de uma visão estreita da realidade, os últimos possuem uma estratégia de longo prazo em função de uma visão de conjunto infinitamente mais ampla. Assim, o que um conservador enxerga na atual “Comissão da Verdade” é apenas um tática revanchista dos derrotados em 1964, hoje no poder. Na verdade é muito mais do que isto: é apenas uma pequena parte de uma estratégia global e de longo prazo para a conquista total do Estado, “a longa marcha para dentro do Estado”. Não passa de uma “Comichão”, uma pequena coceira na estratégia revolucionária.

É mais uma isca para ser mordida pelos adversários e fazê-los se mobilizar, tais como a “luta contra a corrupção”, contra a internacionalização da Amazônia, pelo justiçamento dos mensaleiros, o movimento Cansei!, a PL 122 e tantos mais. Os revolucionários sabem que tais movimentos são “pequenas verdades” que entusiasmam as “mentes simples primitivas” por um curto período de tempo e se esgotam rapidamente. Enquanto isto, a grande mentira sequer é vislumbrada.

Em sucessivos artigos e ensaios tenho demonstrado, e Olavo de Carvalho com mais profundidade ainda, que grandes estratégias não se combatem com ataques táticos pontuais. Em linguagem revolucionária, não se atacam focos guerrilheiros enquanto os inimigos já têm um Exército Popular visando diretamente nosso núcleo defensivo. Os militares, principais leitores deste Jornal, parecem ter aprendido as lições de Teoria Estratégica apenas para uso na guerra explícita. No combate cultural, intelectual e moral ficam totalmente perdidos e às cegas. No campo de batalha militar esta lição foi aprendida à custa de enormes sacrifícios humanos, como na I Guerra a crença Aliada de que a “ofensiva definitiva” no Somme poderia decidir a guerra. Enquanto isto a Alemanha, que possuía uma visão estratégica mais realista, já preparava o ataque submarino irrestrito. É verdade que, em termos militares, foram derrotadas e novamente em 45, mas hoje despontam como a mais poderosa força econômica na Europa, um verdadeiro IV Reich, após uma desnazificação fajuta [2].

Mesmo que se consiga, o que é improvável, alguma alteração da tal Comissão para “examinar os dois lados”, que se consiga revogar o PL 122 e o quê mais, isto não alterará em nada a ofensiva revolucionária.

No “teatro de operações” do qual estou tratando o exército revolucionário ataca em todas as frentes simultaneamente, porém usando unidades que parecem atuar por si mesmo. Sabem designar a quantidade certa de “homens e munição” para cada alvo singular: uma divisão ali, um batalhão acolá um pequeno pelotão para as menos importantes no momento. No entanto, como o comando estratégico é centralizado, as unidades variam de poder de fogo conforme os inimigos reagem. Já perceberam os leitores a quietude do MST nos últimos tempos? Pois é, a batalha mais acirrada agora é a da Comissão das Mentiras, verdadeiro embrião do futuro ‘Ministério da Verdade’ (MINIVER), já em verdadeira fase de instalação na Argentina através do recém fundado Instituto Nacional de Revisionismo Histórico Argentino y Iberoamericano Manuel Dorrego [3].

Existe até mesmo um destacamento para oferecer uma “paz honrosa” – a peace without victory de Woodrow Wilson -, o grão-tucanato de FHC et caterva que preparou o terreno para seus correligionários do PT usando de forma magnífica a estratégia de “armas silenciosas para guerras tranqüilas” [4], e hoje finge ser oposição, enganando a muitos conservadores e liberais sinceros.

Estes últimos põem todo seu poder de fogo, meio mixuruca, é verdade, contra ela, deixando aberto o flanco para outras frentes: o “casamento” homossexual, a legalização das drogas e do aborto, o desarmamento, o movimento ambientalista e os ataques incessantes à Igreja Católica (por fora e por dentro).

Nunca acreditei na falácia de alguns militares de que “o Exército de hoje é o mesmo de ontem’. O de ontem percebia a estratégia global e a atacava diretamente, como em 64, 68 e com a Operação Condor. As FFAA de hoje estão num período letárgico de fazer dó! Somente os da reserva, remanescentes dos governos contra-revolucionários, percebem a “grande mentira”, mas estão impotentes e aos poucos vão morrendo.

Mesmo entre estes há os que não percebem que na Argentina, no Chile e no Uruguai ocorreu o mesmo, mas engoliram a isca com anzol e tudo de que ‘não haverá punições’, só ‘levantamento da verdade’, ufa! Ora, o Brasil é diferente, aqui não ocorrerá nada disto, como respondeu desrespeitosa e arrogantemente o Presidente do Clube da Aeronáutica à brilhante exposição de Graça Salgueiro sobre os processos contra militares na América Latina, especialmente no Cone Sul. Esperem para ver a segunda fase! Mais uma vez se consuma o “efeito Orloff”: a Argentina é o Brasil amanhã! A “comichão” se transmutará processos e prisões.

Os alvos principais do ataque revolucionário são os pilares em que se assenta a Civilização Ocidental: a Filosofia Grega, a tradição Judaico-Cristã e o Direito Romano.

No Brasil, paupérrimo em filósofos, substitui-se facilmente Sócrates, Platão e Aristóteles por Sófocles e Epicuro, como foi exposto magistralmente por Nivaldo Cordeiro [5]. O Direito é substituído pelo “direito alternativo” marxista. A Igreja Católica se mostra ainda mais acuada e, ao invés de contra atacar, se coloca na defensiva. Cristãos e Judeus vivem às turras como irmãos nas melhores famílias, João Paulo II beija o Corão, Bento XVI pede desculpas pelas acusações de pedofilia - quando se sabe que menos de 1% dos casos ocorre dentro das instituições católicas - e dá seu aval à falácia pagã da Mãe Terra, Gaia.

Há esperança? Não tenho resposta.




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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".