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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Caricatura de ensino

GAZETA DO POVO
Publicado em 10/11/2011 | CARLOSGAZETA@HSJONLINE.COM

Carlos Ramalhete

A universidade é um dos muitos legados da Idade Média ainda mais ou menos presentes entre nós. A universidade medieval era um centro de saber, absoluta e completamente autônomo, regido por leis próprias, e totalmente orientado para o estudo.

Entre outras práticas típicas de tempos mais civilizados, poderíamos citar as “disputações”, quando os professores respondiam publicamente a quaisquer perguntas que lhes fossem feitas: “pegadinhas”, perguntas sérias, perguntas difíceis... As respostas de São Tomás de Aquino até hoje são tema de estudo de filósofos sérios, mas confesso que tenho dificuldade em imaginar algo semelhante ocorrendo numa universidade de hoje em dia.

A universidade, hoje, é em alguns campos um curso técnico; em outros – especialmente nas Ciências Humanas – é pura palhaçada travestida de ensino. Para piorar, a ideia absurda de que todos seriam intelectualmente capazes de cursar estudos superiores – tão sem sentido quanto a ideia de que todos seriam fisicamente capazes de ganhar uma maratona – arrastou o nível de grande parte dos cursos para níveis abismais.

Para ficar apenas na minha área, o ensino de Filosofia nas universidades brasileiras – especialmente na USP, este buraco negro acadêmico – é uma triste caricatura, consistindo basicamente de um longo discurso ideológico de esquerda aplicado a um curso incompleto de História da Filosofia, ignorando quase que completamente o período escolástico, que assentou as bases da nossa civilização, que fundou as ciências, que orienta o Direito etc.

A essa caricatura de ensino, vem juntar-se agora uma mais triste ainda caricatura de autonomia universitária, expressa nos protestos dos estudantes da USP contra a presença da polícia no interior do campus, atrapalhando-lhes o sagrado direito de estudar em primeira pessoa os efeitos da maconha sobre o sistema nervoso. A quem não o conhece, vale observar que o campus é maior que muitas cidades, com vastas áreas ermas, onde estupros já foram, antes da presença da PM, relativamente comuns.

O discurso ideológico que orienta o que passa por formação dos alunos de Ciências Humanas, paralisado nos anos 70, torna ainda mais farsesco o protesto, com acusações absurdas de “ditadura” e protestos contra a “tortura” de serem conduzidos à delegacia de ônibus. A invasão e depredação da Reitoria – por sua vez um cabide de empregos – são apenas a cereja do bolo.

Mais valeria fechar a FFLCH e ampliar o curso de Engenharia. Pelo menos ali alguém estuda alguma coisa.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".