Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Crise do modelo político

NIVALDO CORDEIRO



CRISE DO MODELO POLÍTICO
06/10/2011

O artigo de José Viegas Filho, publicado na página 3 da Folha de São Paulo (A solução não será dada pelo mercado), embora abra com o correto diagnóstico de que a crise mundial é profunda e prolongada, revela que o autor está profundamente equivocado quanto a sua etiologia, desde o título. Comento o artigo para sublinhar que esse erro de diagnóstico do autor é espelho do erro de todo mundo ligado aos partidos de esquerda e à burocracia estatal. Dizer que a presente crise se dá por causa por falta de “mais” Estado – “mais” regulação – é um engano monumental, é a própria negação do real.

Escreveu José Viegas Filho: “Recordemos que toda essa situação foi produzida pela euforia das grandes corporações financeiras, que durou até 2008 e nos levou à crise, sem a "ajuda" de ninguém -nem comunistas, nem terroristas, nem anarquistas, nem operários rebeldes- e na vigência da mais ampla desregulação e livre-iniciativa”.

Toda a história do século XX foi a acumulação de interferência estatal não apenas na vida econômica, mas em todos os recantos da ação humana, uma hipertrofia de regulação que fez do Estado o ente transferidor de renda dos que trabalham para legiões de pessoas ou que não trabalham ou que enganam falsamente empregadas no setor público, onde mais das vezes a produtividade do trabalho é zero. O que podemos ver, especialmente depois dos espasmos provocados pela crise de 2008, é que a solução “mais” Estado não apenas é contraproducente, mas é inviável. A crise econômica é o espelho do esgotamento do modelo político social-democrata, hegemônico desde a Segunda Guerra Mundial.

José Viegas Filho aponta a livre iniciativa como causa da crise, uma delas, ao lado da regulação. Ora, quem salvou o mundo da miséria endêmica foi justamente a livre iniciativa, que inclusive permitiu que essa forma corrompida de poder, que se abriga no rótulo de social-democracia, tenha vindo ao mundo e persistido por décadas. A social-democracia parasitou os frutos do liberalismo. A presente crise é o esgotamento desse modelo político, que tem precisamente o dom de sufocar a livre iniciativa. José ViegasFilho escreve como se o Estado e sua burocracia fossem capazes de criar alguma coisa, agregar algum valor. Criam, isto sim, o reino dos monopólios e da injustiçadistribuitiva, penalizando quem trabalha em favor dos parasitas de todos os matizes. O Estado social-democrata é o reino da distorção ética precisamente porque não respeita méritos.

Achar que a velha fórmula do pós-Guerra ainda é válida é um engano colossal. A crise veio para destruir o que está errado, para despertar a ira dos injustiçados. O mundo terá que voltar aos valores esquecidos em 1939. O Estado terá que ser reduzido, bem como a sua vasta burocracia. Os regulamentos terão que cair para dar lugar à liberdade e à livre iniciativa. De novo, o “deixa fazer, deixa passar”. Esta é a fórmula para a superação da crise atual, tão simples e tão eficiente como se mostra à primeira vista. A engenharia social que a social democracia se quer portadora está esgotada, todo okeynesianismo deverá ser abolido se as pessoas quiserem voltar à trilha da normalidade econômica e da prosperidade.

Em outros termos, o século XXI precisará descobrir as lições eternas do liberalismo econômico e da sabedoria política conservadora. O delírio do sonho impossível das esquerdas acabou. A realidade exige o seu lugar na ação dos governantes. A verdade é precisamente o oposto do título doa artigo: A solução será dada pelo mercado. Exclusivamente.

2 comentários:

Frederico Pissarra disse...

A tarja branca, ao estilo "documentos secretos" da CIA foi proposital?

Cavaleiro do Templo disse...

Hehehehhehe...

Valeeeeeuzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz!!! 8-)

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".