PERCIVAL PUGGINA
30/11/1999
Tempos atrás havia um programa de tevê, desses dominicais, em auditório, no qual uma pessoa, previamente escolhida para aquela extraordinária oportunidade, era convidada a fazer, às cegas, uma série de escolhas. No desenvolvimento do programa, sem o saber, ela ia trocando, ou não, uma casa por um pé de couve, um pé de couve por uma geladeira, uma geladeira por cem mil reais e assim sucessivamente. Quem assistisse o programa torcia pela infeliz que, na maior parte das vezes, ia fazendo péssimos negócios sem o saber.
Maus negócios nos atingem o âmago do ser. É por isso que muitas profissões valem-se desse sentimento para promover a atividade a que se dedicam. "Não faça nada errado, consulte um advogado" (hoje em dia, diante de sentenças esquisitas que andam por aí, é melhor consultar direto o juiz, mas esse é outro artigo). "Construa certo, contrate um arquiteto". Há todo um marketing mobilizando as energias do interesse próprio e o natural anseio de não cairmos em esparrelas que nos prejudiquem. Nada há de errado em querer fazer bons negócios. Milhões deles são selados todo dia, mundo afora e, na sua quase totalidade, são bons porque correspondem à conveniência das partes. Aliás, é assim, sobre bons negócios, que se move a roda da economia, ao passo que as sub-primes da vida, os esbanjamento dos recursos, as trocas desvantajosas e coisas que as valham, atolam a prosperidade social no barro das espertezas, dos equívocos, das ganâncias desmedidas e dos bem medidos prejuízos.
Ao longo de nossa vida vamos fazendo, também, negócios de outro tipo. Assim, por exemplo, trocamos ou não horas de lazer por horas de estudo. Horas de trabalho por remuneração desse trabalho. O uso mais prazeroso do nosso dinheiro por plano de saúde e aposentadoria. Certos prazeres da liberdade por amor e estabilidade conjugal e familiar. Exercícios físicos e alimentação menos atraente por saúde e longevidade. E assim por diante, vida afora. Quando fazemos opções erradas, selamos maus negócios e ficamos com incontornável dano.
Pois bem, o que vale para os planos material e moral, vale igualmente para o espiritual. Também nele fazemos opções que podem redundar em bons ou em maus negócios. E o dia de hoje talvez nos forneça o melhor exemplo do que estou afirmando. Estamos no domingo de Páscoa, no domingo da Ressurreição do Senhor para os cristãos e para a tradição do Ocidente, onde é a maior festa religiosa. São Paulo dizia: "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé". Na Ressurreição metemos o pé no estribo para a vida eterna. É nela que vencemos o aguilhão da morte. E eu não convivo de modo saudável com a ideia de que a morte, ao fim e ao cabo, seja a grande e definitiva vitoriosa sobre tudo e sobre todos.
Faz um péssimo negócio, portanto, quem troca por coisas perecíveis os preciosos tesouros da fé - a Páscoa por chocolate, Cristo por um coelho, o Natal por um iPad e o menino Jesus por um Papai Noel de shopping. Tudo isso é muito pitoresco e atraente, mas passa longe da essência da celebração, do mesmo modo que os balões e os "brigadeiros" estão na festa, mas não são a festa. Quem faz esse tipo de negócio fica como o sujeito do programa de auditório, afundado em inconscientes transações. Feliz Páscoa, então!
ZERO HORA, 24/04/2011
Não demonstre medo diante de seus inimigos. Seja bravo e justo e Deus o amará. Diga sempre a verdade, mesmo que isso o leve à morte. Proteja os mais fracos e seja correto. Assim, você estará em paz com Deus e contigo.
Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.
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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".
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