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quarta-feira, 20 de abril de 2011

PT e a sua moral demente: o uso sistemático da mentira como arma política.

EAGORA
Eduardo Graeff, Folha de S. Paulo, 20/04/11

Gente que mente


Vou andar com uma cópia do artigo que o senador Walter Pinheiro publicou aqui contra Fernando Henrique Cardoso (“O príncipe e o povo”, 17/4/2011). Vai ser útil quando me perguntarem qual é, afinal, o problema do PT.

O grande problema é a desonestidade. Não falo só da corrupção desenfreada. Pior que isso, para mim, é a desonestidade intelectual: o uso sistemático da mentira como arma política. Este é o pecado original que inspira outros pecados do PT, idiotiza seus quadros, polui sua relação com os aliados, azeda o diálogo com adversários e o indispõe com a liberdade de imprensa.

O ataque do senador petista escancara esse problema. A leitura deturpada de um artigo de FHC (“O papel da oposição”, reproduzido pela Folha.com em 13/4/2011) foi o pretexto do senador para martelar numa velha tecla: FHC não tem “sentimento de povo”!

O PT repete baboseiras como essa desde que escolheu FHC como inimigo. A escolha, como se sabe, deu-se em 1993. FHC pediu apoio ao PT para o Plano Real. Em troca, o PSDB poderia apoiar Lula para presidente em 1994, como apoiara em 1989. O PT preferiu apostar contra o real. O plano deu certo, o PSDB lançou FHC para presidente e ele derrotou Lula no primeiro turno. Imperdoável!

Um erro leva a outros. Do Fundo Social de Emergência à Lei de Responsabilidade Fiscal, o PT se opôs a tudo que representou consolidação da estabilidade e modernização da economia no governo FHC. Como se opôs a tudo que representou inovação das políticas sociais, do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) à Bolsa Escola, que Lula chamou de “Bolsa Esmola”.

A inconsistência das “bravatas” ficou clara quando Lula chegou ao governo e abraçou as políticas de FHC. Isso não impediu Lula de inventar a “herança maldita”. Nem impede o PT de atacar a sua caricatura de Fernando Henrique com tanto mais fúria quanto menos evidentes ficam as diferenças de suas políticas com as do FHC real.

Walter Pinheiro levou esse expediente ao nível do grotesco. Segundo ele, no governo FHC o povo “comia uma vez a cada três dias”. Só foi comer três vezes por dia no governo Lula. Supõe-se que o povo foi votar em 1998 de barriga vazia. Na verdade, reelegeu FHC porque queria manter as conquistas do real. Nos oito anos antes de FHC, o valor real do salário mínimo, roído pela inflação, diminuiu 36%; o valor das aposentadorias do INSS maiores que o mínimo diminuiu 56%. Nos oito anos de FHC, o salário mínimo teve aumento real de 44% e as aposentadorias tiveram aumento real de 21%.

Como se o repertório de mentiras do PT não bastasse, o senador desenterrou uma lorota de Jânio Quadros. Com um toque pessoal: a “arguição” a que o senador se refere, sobre onde fica Sapopemba, nunca ocorreu, porque Jânio fugiu dos debates com FHC. A frase colou pelo jeito histriônico como Jânio pronunciou “Sa-po-pem-ba”. Se ele sabia chegar lá, esqueceu como prefeito. O PT também. As grandes obras da prefeitura petista de São Paulo foram dois túneis malfeitos ligando os bairros ricos das margens do rio Pinheiros. E as palmeiras imperiais na frente do Shopping Iguatemi.

Fino “sentimento de povo”, com efeito.

EDUARDO GRAEFF, 61, é cientista político. Foi secretário-geral da Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso.
Blog: www.eagora.org.br .

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".