ESCRITO POR ALEXANDRO BOSTT E NAIARA AMONGA
Como aplicar a autopiedade sui generis da mui valorosa esquerda brasileira para obter vantagens mil e garantir-se na mamação desenfreada das tetas governamentais.
1 – Você é digno de pena [e, talvez, não saiba ou não esteja se aproveitando disso]
Reúna todas, absolutamente todas as passagens da história dos entes de sua família que possam despertar em outrem sentimentos de pena, piedade, compaixão etc. Isso lhe será muito útil quando você precisar inventar uma desculpa para matar aula ou trabalho* porque ficou até de madrugada em uma cervejada/maconhada revolucionária.
Neste sentido, identifique todas as suas fraquezas, das mais insignificantes às mais clarividentes, sejam elas de ordem psicológica, física ou historiográfica; elas podem levá-lo a ser inserido em alguma minoria e usufruir de justíssimas reparações históricas.
* Em momento oportuno explicaremos o que é isso (trabalho). Não se preocupe em entender este conceito deveras abstrato para nós, esquerdistas.
2 – Se você é digno de pena, é digno de reparaçõe$
Converse com seus pais: se, por exemplo, em algum dia durante a Ditadura Militar eles foram repreendidos de forma injusta por algum policial opressor (por estarem apenas usando drogas, sequestrando um embaixador, planejando a morte de alguém ou por haverem estacionado em local proibido), você pode resolver sua vida ser for incluído no programa Bolsa Ditadura – minha guerrilha, minha vida, basta provar que no momento do suposto delito seus pais tinham pensamentos subversivos, combatidos pelo governo militar. Pronto, bem-vindo ao beautyful people brasileiro.
Ademais, não há coração acadêmico e/ou governamental que resista aos apelos de quem tem um passado familiar de sofrimentos e agruras. Se você ficou até tarde na maconhada acadêmica e não conseguiu acordar para ir à aula, isso não aconteceu por acaso: é bem provável que em tempos remotos seus ancestrais (escravos) não tenham podido gozar de festas e prazeres como pessoas livres. Você é, portanto, agente direto de uma reparação histórica! E qualquer um pode assumir essa condição: afinal, vivemos em um país que, apesar de ser preconceituoso até não mais poder, todo mundo come todo mundo há 500 anos – duvido que você não tenha um antepassado escravo.
3 – Nenhum argumento é páreo para quem já foi oprimido ou injustiçado
Nunca se esqueça: se, em algum dia, você ou alguém de sua família já enfrentou quaisquer problemas (perseguição política, fome, dificuldades financeiras, unha encravada, falta de crédito no celular etc.), sinta-se autorizado para utilizar tais adversidades como ponto final em discussões com indivíduos fascistas e opressores. Não há argumento ponderado e lógico que supere um “Você nunca passou fome! Portanto, não tem envergadura moral para opinar sobre o sistema tributário brasileiro”.
Se você já sofreu alguma injustiça social, o céu é o limite. Por exemplo: se teve uma infância pobre, você pode passar a vida inteira só fazendo campanha política (seja em sindicatos, seja para cargos públicos), não se interessar por aprender a ler ou até mesmo a se expressar claramente em momento algum (mesmo depois de passar a ser sustentadopela máfia pelo partido) e ainda se orgulhar de tudo isso.
Até aqui, tratamos de comportamento, de postura, de autopiedade a serviço do seu bem-estar. Agora, falaremos de ações práticas.
4 – Para que(m) serve seu conhecimento?
Ingresse em uma universidade pública. Você pode estar pensando que isso é difícil. Não se você escolher um cursosem concorrência desprezado pela burguesia que infesta nossas universidades: DemênciasCiências Sociais. Basta se inscrever no vestibular e chutar todas as questões em uma letra só (aconselhoO Partido aconselha a “C” ou a “D”).
É o início de uma exitosa carreira de mamação nas tetas governamentais.
Depois de um semestre de curso você já estaráinfectado apto a ser bolsista em algum projeto de pesquisa acadêmica. Eis alguns exemplos desses projetos, interessantíssimos à nação e que, por isso mesmo, recebem volumosas quantias de verbas governamentais [democráticas e populares] para serem desenvolvidos:
Núcleo interdisciplinar de estudos sobre a isonomia do sofrimento dos gêneros (dedica-se a pesquisar métodos que possam levar os homens aos mesmos sofrimentos a que as mulheres são submetidas no parto e no período pré-menstrual, reparando uma injustiça biológica).
Núcleo Antropológico de estudos do comportamento dos índios carimbobolas em dias chuvosos de outono.
Centro antropológico de estudos afro-africanos de africanices e africaneidades.
1 – Você é digno de pena [e, talvez, não saiba ou não esteja se aproveitando disso]
Reúna todas, absolutamente todas as passagens da história dos entes de sua família que possam despertar em outrem sentimentos de pena, piedade, compaixão etc. Isso lhe será muito útil quando você precisar inventar uma desculpa para matar aula ou trabalho* porque ficou até de madrugada em uma cervejada/maconhada revolucionária.
Neste sentido, identifique todas as suas fraquezas, das mais insignificantes às mais clarividentes, sejam elas de ordem psicológica, física ou historiográfica; elas podem levá-lo a ser inserido em alguma minoria e usufruir de justíssimas reparações históricas.
* Em momento oportuno explicaremos o que é isso (trabalho). Não se preocupe em entender este conceito deveras abstrato para nós, esquerdistas.
2 – Se você é digno de pena, é digno de reparaçõe$
Converse com seus pais: se, por exemplo, em algum dia durante a Ditadura Militar eles foram repreendidos de forma injusta por algum policial opressor (por estarem apenas usando drogas, sequestrando um embaixador, planejando a morte de alguém ou por haverem estacionado em local proibido), você pode resolver sua vida ser for incluído no programa Bolsa Ditadura – minha guerrilha, minha vida, basta provar que no momento do suposto delito seus pais tinham pensamentos subversivos, combatidos pelo governo militar. Pronto, bem-vindo ao beautyful people brasileiro.
Ademais, não há coração acadêmico e/ou governamental que resista aos apelos de quem tem um passado familiar de sofrimentos e agruras. Se você ficou até tarde na maconhada acadêmica e não conseguiu acordar para ir à aula, isso não aconteceu por acaso: é bem provável que em tempos remotos seus ancestrais (escravos) não tenham podido gozar de festas e prazeres como pessoas livres. Você é, portanto, agente direto de uma reparação histórica! E qualquer um pode assumir essa condição: afinal, vivemos em um país que, apesar de ser preconceituoso até não mais poder, todo mundo come todo mundo há 500 anos – duvido que você não tenha um antepassado escravo.
3 – Nenhum argumento é páreo para quem já foi oprimido ou injustiçado
Nunca se esqueça: se, em algum dia, você ou alguém de sua família já enfrentou quaisquer problemas (perseguição política, fome, dificuldades financeiras, unha encravada, falta de crédito no celular etc.), sinta-se autorizado para utilizar tais adversidades como ponto final em discussões com indivíduos fascistas e opressores. Não há argumento ponderado e lógico que supere um “Você nunca passou fome! Portanto, não tem envergadura moral para opinar sobre o sistema tributário brasileiro”.
Se você já sofreu alguma injustiça social, o céu é o limite. Por exemplo: se teve uma infância pobre, você pode passar a vida inteira só fazendo campanha política (seja em sindicatos, seja para cargos públicos), não se interessar por aprender a ler ou até mesmo a se expressar claramente em momento algum (mesmo depois de passar a ser sustentado
Até aqui, tratamos de comportamento, de postura, de autopiedade a serviço do seu bem-estar. Agora, falaremos de ações práticas.
4 – Para que(m) serve seu conhecimento?
Ingresse em uma universidade pública. Você pode estar pensando que isso é difícil. Não se você escolher um curso
É o início de uma exitosa carreira de mamação nas tetas governamentais.
Depois de um semestre de curso você já estará
Núcleo interdisciplinar de estudos sobre a isonomia do sofrimento dos gêneros (dedica-se a pesquisar métodos que possam levar os homens aos mesmos sofrimentos a que as mulheres são submetidas no parto e no período pré-menstrual, reparando uma injustiça biológica).
Núcleo Antropológico de estudos do comportamento dos índios carimbobolas em dias chuvosos de outono.
Centro antropológico de estudos afro-africanos de africanices e africaneidades.
Ademais, estando em uma universidade pública, você pode se aproveitar dos restaurantes universitários que servem comida à vontade quase de graça (para nós, já que, muito justamente, quem mantém
Agora que você já sabe o que, como e onde fazer, mãos à obra.
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