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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Manual à mamação de teta governamental – para jovens

VANGUARDA POPULAR
ESCRITO POR ALEXANDRO BOSTT E NAIARA AMONGA


Como aplicar a autopiedade sui generis da mui valorosa esquerda brasileira para obter vantagens mil e garantir-se na mamação desenfreada das tetas governamentais.

1 – Você é digno de pena [e, talvez, não saiba ou não esteja se aproveitando disso]

Reúna todas, absolutamente todas as passagens da história dos entes de sua família que possam despertar em outrem sentimentos de pena, piedade, compaixão etc. Isso lhe será muito útil quando você precisar inventar uma desculpa para matar aula ou trabalho* porque ficou até de madrugada em uma cervejada/maconhada revolucionária.

Neste sentido, identifique todas as suas fraquezas, das mais insignificantes às mais clarividentes, sejam elas de ordem psicológica, física ou historiográfica; elas podem levá-lo a ser inserido em alguma minoria e usufruir de justíssimas reparações históricas.

* Em momento oportuno explicaremos o que é isso (trabalho). Não se preocupe em entender este conceito deveras abstrato para nós, esquerdistas.

2 – Se você é digno de pena, é digno de reparaçõe$

Converse com seus pais: se, por exemplo, em algum dia durante a Ditadura Militar eles foram repreendidos de forma injusta por algum policial opressor (por estarem apenas usando drogas, sequestrando um embaixador, planejando a morte de alguém ou por haverem estacionado em local proibido), você pode resolver sua vida ser for incluído no programa Bolsa Ditadura – minha guerrilha, minha vida, basta provar que no momento do suposto delito seus pais tinham pensamentos subversivos, combatidos pelo governo militar. Pronto, bem-vindo ao beautyful people brasileiro.

Ademais, não há coração acadêmico e/ou governamental que resista aos apelos de quem tem um passado familiar de sofrimentos e agruras. Se você ficou até tarde na maconhada acadêmica e não conseguiu acordar para ir à aula, isso não aconteceu por acaso: é bem provável que em tempos remotos seus ancestrais (escravos) não tenham podido gozar de festas e prazeres como pessoas livres. Você é, portanto, agente direto de uma reparação histórica! E qualquer um pode assumir essa condição: afinal, vivemos em um país que, apesar de ser preconceituoso até não mais poder, todo mundo come todo mundo há 500 anos – duvido que você não tenha um antepassado escravo.

3 – Nenhum argumento é páreo para quem já foi oprimido ou injustiçado

Nunca se esqueça: se, em algum dia, você ou alguém de sua família já enfrentou quaisquer problemas (perseguição política, fome, dificuldades financeiras, unha encravada, falta de crédito no celular etc.), sinta-se autorizado para utilizar tais adversidades como ponto final em discussões com indivíduos fascistas e opressores. Não há argumento ponderado e lógico que supere um “Você nunca passou fome! Portanto, não tem envergadura moral para opinar sobre o sistema tributário brasileiro”.

Se você já sofreu alguma injustiça social, o céu é o limite. Por exemplo: se teve uma infância pobre, você pode passar a vida inteira só fazendo campanha política (seja em sindicatos, seja para cargos públicos), não se interessar por aprender a ler ou até mesmo a se expressar claramente em momento algum (mesmo depois de passar a ser sustentado pela máfia pelo partido) e ainda se orgulhar de tudo isso.

Até aqui, tratamos de comportamento, de postura, de autopiedade a serviço do seu bem-estar. Agora, falaremos de ações práticas.

4 – Para que(m) serve seu conhecimento?

Ingresse em uma universidade pública. Você pode estar pensando que isso é difícil. Não se você escolher um curso sem concorrência desprezado pela burguesia que infesta nossas universidades: DemênciasCiências Sociais. Basta se inscrever no vestibular e chutar todas as questões em uma letra só (aconselhoO Partido aconselha a “C” ou a “D”).

É o início de uma exitosa carreira de mamação nas tetas governamentais.

Depois de um semestre de curso você já estará infectado apto a ser bolsista em algum projeto de pesquisa acadêmica. Eis alguns exemplos desses projetos, interessantíssimos à nação e que, por isso mesmo, recebem volumosas quantias de verbas governamentais [democráticas e populares] para serem desenvolvidos:


Núcleo interdisciplinar de estudos sobre a isonomia do sofrimento dos gêneros (dedica-se a pesquisar métodos que possam levar os homens aos mesmos sofrimentos a que as mulheres são submetidas no parto e no período pré-menstrual, reparando uma injustiça biológica).

Núcleo Antropológico de estudos do comportamento dos índios carimbobolas em dias chuvosos de outono.

Centro antropológico de estudos afro-africanos de africanices e africaneidades.

Ademais, estando em uma universidade pública, você pode se aproveitar dos restaurantes universitários que servem comida à vontade quase de graça (para nós, já que, muito justamente, quem mantém esta mamata este benefício é a burguesia escrota e exploradora).

Agora que você já sabe o que, como e onde fazer, mãos à obra.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".