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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Verdades que não agradam

HEITOR DE PAOLA


Verdades que não agradam



Em um país ameaçado pelo terrorismo, como o nosso, os serviços de inteligência do Estado cumprem um papel vital de defesa.



Plinio Apuleyo Mendoza


Estamos assistindo na Colômbia a um divórcio muito estranho: o que se está criando entre a opinião pública e muitos dos que na imprensa falada e escrita crêem representá-la.

O melhor exemplo desta profunda desavença está simbolizado pela imagem agradecida e muito favorável que a grande maioria dos colombianos guarda do presidente Álvaro Uribe, e a que hoje dele tentam furiosamente ofuscar muitos colunistas. Pouco lhes falta para que, com o apoio das ONGs e os coletivos de advogado de sempre, acabem tornando-o responsável por delitos de lesa-humanidade.

De imediato, a distorção mais escandalosa que alguém adverte nestes colegas tem a ver com as famosas “chuzadas” [1]. Compartilho com Francisco Santos a certeza de que o presidente Uribe nunca as autorizou. Porém, me atrevo a fazer esta pergunta: onde estaria o suposto delito cometido neste campo pelos funcionários do DAS? Em um país ameaçado pelo terrorismo, como o nosso, os serviços de inteligência do Estado cumprem um papel vital de defesa. E um de seus recursos de investigação e controle é a interceptação de comunicações telefônicas. Ou as “chuzadas”, se assim as querem chamá-las. São práticas próprias dos serviços de inteligência nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Itália, Israel e em outros países mais de claro perfil democrático. Não são vistas ali como uma ameaça à democracia, nem como um atentado aos direitos humanos, senão como a maneira mais eficaz de impedir a sigilosa penetração do terrorismo e do narcotráfico nas entranhas mesmas do Estado.

Já ouço os gritos de protesto por estas afirmações.

“Como se pode aceitar - dirão muitos comentaristas - que magistrados, senadores ou jornalistas sejam espionados? Não é por acaso uma violação de sua vida privada?”. Entendo que à primeira vista isto suscite alarme. Porém, se adverte-se que há ofertas indevidas a testemunhas falsas, se comprova-se que certos magistrados aceitaram convites e prebendas de personagens nada recomendáveis, ou que senadores e jornalistas chegam como Pedro em sua casa aos acampamentos guerrilheiros e aparecem a título de colaboradores e amigos nas mensagens de “Reyes” ou do “Mono Jojoy”, converter em delinqüentes aos que decidiram seguir seus passos é francamente injusto.

Não consigo ver nossos magistrados da Corte Suprema (CSJ) como santas vítimas de perseguições. Basta-me lembrar dos atropelos cometidos pela CSJ com personagens como o coronel Alfonso Plazas Vega, Álvaro Araújo, Mario Uribe, Gómez Gallo, Ciro Ramírez, Jorge Noguera e muitos outros condenados ou detidos com base em testemunhos nada confiáveis, cujo caso segui de perto. Tais medidas ou sentenças só se explicam pela guerra que a máxima instância judicial da Colômbia leva contra o ex-presidente Uribe.

Falou-se em criar “a era ou o governo dos juízes”, ou seja, a configuração de um novo estilo de poder que busca se impor sobre o Executivo e o Legislativo. Algo nunca antes visto entre nós. Olho, doutora Viviane Morales! À senhora vai corresponder impedir desvios e atropelos que possam afetar nossa vida democrática.

É preciso impedir que rancores ou desvios ideológicos continuem fabricando falsos culpados e deixando cair uma chuva de impugnações satânicas sobre o ex-presidente Álvaro Uribe - um grande mandatário, digam o que disserem. Porém, é um fato que, a propósito dele e dos erros cometidos pelo Poder Judiciário, só de tempos em tempos se revelam verdades nas páginas de opinião de jornais e revistas. Para desqualificá-las, costumam ser apresentadas como vituperável expressão da direita, quando se trata de realidades que o país conhece de sobra.


Nota da tradutora:

“Chuzada” foi o termo empregado para designar “escutas telefônicas” que desencadeou um grande alvoroço na Colômbia, ainda no governo de Uribe, quando começaram a denunciar que o DAS, o departamento de inteligência do Estado ligado diretamente à Presidência da República, andou “espionando” ligações telefônicas de várias personalidades dentre as quais encontravam-se magistrados da CSJ, a ex-senadora Piedad Córdoba e alguns jornalistas que eram, na verdade, simpatizantes e/ou porta-vozes das FARC.


Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".