Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O demônio no corpo e na alma: reflexos do inferno na cultura atual

CONTRA IMPUGNANTES
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


Piercings, tatuagens e operações cirúrgicas feitas com o objetivo de deformar o corpo são estimulados pela Church of Body Modification.

Fãs de Marilyn Manson* — que se diz “cidadão do inferno” — renunciando publicamente ao Céu e se consagrando a Lúcifer, durante um show do roqueiro.


Sidney Silveira
O demônio luta para apartar de Deus o maior número possível de almas. Com as suas tentações, obsessões ou possessões, o Maligno age em todos os âmbitos da vida humana com o sistemático propósito de deformar as almas conformando-as a si — e, por conseguinte, apartando-as da religião fundada por Cristo em pessoa, hoje tão combalida pelo modernismo que corrompe a sua doutrina em nível até então inimaginável. Esta é, a propósito, a grande luta que serve como sombrio pano de fundo de absolutamente toda a história humana, desde o paraíso edênico até o Juízo Final. Sendo assim, por trás de todas as filosofias errôneas, por trás de toda deformação do bem comum político, por trás de todo esfriamento da fé que as almas tíbias experimentam, por trás de todas as distrações pecaminosas que o mundo oferece, por trás de toda maldade, direta ou indiretamente, está o inimigo da nossa salvação.
Como não poderia deixar de ser, a deformidade de uma alma que se deixa seduzir pelo mal sempre acarreta reflexos para o corpo: seja o indolente abatido pela acídia; seja o descontrolado que não teve a fortaleza para reprimir os impulsos da ira má; seja o lúbrico cujaluxúria se deixa entrever no olhar e, também, na tensão de certos movimentos corporais; seja o murmurador que destila a sua invejacontra aqueles cuja excelência, espititual ou material, odeia; seja o comilão que chafurda porcinamente na gula; seja o ganancioso deprimido pela própria avareza, que o torna tão infeliz; seja o pretensioso que por sua vaidade faz malabarismos para colocar-se acima das demais pessoas; em suma, em todos esses casos, o corpo (ao qual a alma está indissociavelmente ligada como princípio superior) dá sempre algum sinal das patologias anímicas.
Mas diga-se que deformar o espírito é o propósito maior do demônio, sendo as deformidades corporais um acidente, em sentido metafísico. A sua meta é tornar o espírito humano canhestro, mesquinho, desmedidamente autoconfiante, soberbo, ganancioso, invejoso, distraído dos valores espirituais, avaro, vanglorioso, fantasmagoricamente sensual, refém de uma eriçada escrupulosidade, pusilânime no cumprimento dos deveres morais mais elementares, etc. Por essas e outras, ensina Santo Tomás na Suma Teológica que não pode haver amizade entre homens e demônios, pelo seguinte: em sentido próprio, a amizade é a comunicação objetiva de bens espirituais, e uma criatura cuja inteligência seja obcecada pela soberba e a vontade esteja obstinada no mal não pode comunicar esse tipo de bens de ordem superior.
Ora, toda vez que comunicamos a alguém um conteúdo inteligível qualquer, antes desconhecido por aquela pessoa — uma notitia veritatis—, diz-se por analogia que a estamos ‘iluminando’. Iluminar, pois, é manifestar a verdade e, manifestando-a, mostrar a fundamental relação dela com o fundamento de todas as verdades: Deus. Mas não podem os demônios fazer isto justamente por causa de sua perversidade supina, que adere ao mal sem paixões e com plena ciência, razão pela qual o Doutor Angélico afirma que o objetivo do demônio é diametralmente oposto a essa iluminação que culmina em Deus: é subtrair as pessoas da ordem divina, manipulando o pior tipo de mentiras — aquelas que usam de verdades isoladas para levar os homens ao erro com relação aos bens espirituais. Daí ser ele propriamente o ‘pai da mentira’, o pater mendacii.
Pois bem: começou-se dizendo que o mal da alma afeta o corpo. Ora, num mundo em que a Igreja depõe, a olhos vistos, o Magistério que custodia as verdades ensinadas por Cristo, nada mais conseqüente e lógico do que a multiplicação das deformidades espirituais e, também, das corporais. Hoje assistimos a uma satanização em massa, algo sem precedentes na história humana — por intermédio daquilo a que os idiotas chamam ‘cultura’ —, sob a omissão sumamente culpável das autoridades eclesiásticas, que, não raro a pretexto de defender a ‘liberdade’ de expressão, deixam de condenar publicamente os erros e as barbaridades mais gritantes que afastam o homem de Deus. Assim, vemos grandes hordas de pessoas moral e fisicamente deformadas caminhar loucamente para o Inferno, muitas vezes sem o saber, amputando em si não apenas a semelhança divina, mas também deformando o corpo de forma impressionante.
Na música, no cinema, no teatro, na literatura, na política, e, enfim, na filosofia, vemos claros sinais de práticas e idéias que literalmente fecham o homem ao influxo da graça. Ora, em qual época poderíamos conceber a existência de uma Church of Satan, como a que foi fundada nos EUA? Nem mesmo entre os pagãos! Em qual época poderíamos conceber ‘artistas’ que são claramente adoradores do Maligno, como por exemplo o roqueiro Marilyn Manson, que rasga bíblias em seus shows e pede aos centenas de milhares de jovens que o assistem que renunciem publicamente a Cristo e aceitem a Lúcifer como seu ‘mestre’ (cfme. foto acima)? Em qual época poderíamos conceber uma Igreja da Modificação do Corpo (Church of Body Modification), na qual os adeptos materializam no próprio corpo — consciente ou inconscientemente — os sinais mais gritantes de ódio a Deus?
Por isso digo, amigos: nunca a omissão da Igreja foi tão culpável, pois hoje, com a Internet, com um sistema de informações quase instantâneo em nível global, seria muito fácil não apenas evangelizar ex cathedra, como condenar solenemente essa cultura dos infernos. Ao escrever isto acabo de me lembrar de um padre neoconservador aqui do Rio de Janeiro — um desses afogados no superficialismo formalista — que me disse, para assombro meu, que a Igreja não pode anatematizar nada no plano da cultura, para não fazer publicidade das coisas más... Ao que respondi dizendo que a causa final do anátema não é haver ou não publicidade no mundo de determinada obra ou mentira, mas trabalhar para salvar as almas da perdição por meio de uma clara e magisterial defesa da verdade cristã e conseqüente condenação dos erros. A continuar nesse compasso, periga acabar bispo esse padre!
O fato é que a Igreja prefere hoje dizer que não canoniza nenhuma filosofia em detrimento das demais (como na mencionada Fides et ratio); prefere pregar o ecumenismo, em detrimento do discurso apostólico de conversão a Cristo e ataque aos falsos cultos e às falsas religiões. Alguém porventura imagina São Paulo, o Apóstolo dos Gentios, dizendo aos romanos que gostaria de manter com eles um frutuoso diálogo inter-religioso e crescer em comunhão na verdade e no aprendizado com os seus deuses pagãos? Porventura Cristo pode aprender algo com Nicodemos ou, o que é pior, com os mitólogos gregos ou romanos? Ora, pensemos nos mártires que cristianizaram o mundo dando o seu sangue, e teremos noção do tamanho da absurdidade do ecumenismo, em qualquer das suas sofísticas formulações...
Encerro este breve texto observando que, de todas as maldadescoordenadas pelo Maligno e por seus malditos servidores humanos, as mais sutis são as que se infiltram na filosofia e, também, na teologia, pois impedem a formação de uma elite espiritual sem a qual nenhuma sociedade pode tonar-se sã. Invertem a ordem das verdades e inoculam entre elas um conjunto de erros tão metodicamente perpetrados, que a sua ação impressiona a quem se colocou em situação capaz de testemunhá-la. Noutro texto, falaremos de algumas dessas idéias difundidas no mercado ínfero-brasileiro das pseudofilosofias liberais.
* Onde estava escrito o nome de outro satanista, Charles Manson, leia-se Marilyn Manson. Na hora de escrever troquei os nomes, por distração... De toda forma, seja um ou outro, o que importa é que são odiosas tais criaturas, assim como todas as que lhes prestam um diabólico culto idolátrico — e ter contato voluntário com elas, procurando saber amiúde ou com riqueza de detalhes o que fazem e como fazem, implica por si só um enormíssimo pecado que clama aos céus. Basta saber que são publicamente contra Cristo e a favor do demônio para que as odiemos com todas as nossas forças e nos apartemos delas.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".