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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

É legal transar com crianças prostitutas?

ÉPOCA
SEG , 29/6/2009


prost.jpgO que dizer de juízes que negam ser crime pagar por sexo com menores? No Brasil, um absurdo desses acontece no século XXI. Logo num país em que a prostituição infantil é epidêmica em regiões carentes. Lemos relatos de crianças que vendem o corpo por um cachorro-quente, por drogas, por um prato de comida. Em vez de punir de forma exemplar os “clientes”, numa tentativa de coibir a prática vergonhosa, o Brasil os absolve em duas instâncias da Justiça.
Os primeiros magistrados a lavar as mãos foram os do tribunal do Mato Grosso do Sul. Os segundos são do Superior Tribunal de Justiça (STJ). E a conseqüência é previsível: o Brasil acaba de ser criticado oficialmente pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e Juventude (Unicef). “É uma aberração, uma interpretação equivocada e absurda do Estatuto da Criança e do Adolescente”, diz Ariel de Castro Alves, do Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes.
Para lembrar e entender a história: em 2003, José Luiz Barbosa – Zequinha Barbosa (campeão mundial em 1987 na corrida de 800 metros rasos) – e o ex-assessor Luiz Otávio Flores da Anunciação pagaram R$ 80 a duas meninas de 12 e 13 anos, que trabalhavam como prostitutas. E fizeram sexo num motel.

O tribunal do Mato Grosso do Sul absolveu os réus simplesmente porque não foram eles que iniciaram as meninas na prostituição. O juiz estadual afirmou que “as prostitutas já esperam os clientes na rua e não são mais pessoas que gozam de uma boa imagem perante a sociedade”.

Não sei o que dizer de tamanha omissão e deturpação da lei e do bom senso. A Unicef reagiu com estupor em nota divulgada hoje: “Por incrível que possa parecer, o argumento usado é o de que os acusados não cometeram um crime, uma vez que as crianças já haviam sido exploradas sexualmente anteriormente por outras pessoas.”
O Brasil assinou a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 1990. Isso quer dizer que o país se compromete há quase 20 anos a proteger suas crianças da exploração sexual. Mas, por decisão de nossos juízes, exploração sexual é legal, desde que seja remunerada?

Segundo a Unicef, é como se a Justiça brasileira se mostrasse insensível à situação de vulnerabilidade à qual as crianças estão submetidas. Como se partisse do pressuposto que as crianças têm o mesmo poder de decidir de adultos. E cria um precedente perigoso, “como se nossas crianças estivessem à venda no mercado perverso de poder dos adultos.”

Para nossos digníssimos magistrados, crianças prostitutas estão fora do Estatuto da Criança e do Adolescente. O STJ só condenou os réus por “portar material pornográfico“. Eles fotografaram as meninas nuas.

Como disse a pedagoga Maria do Rosário Nunes, deputada federal pelo PT gaúcho e relatora da CPI que investigou a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil, “o caso das crianças de Mato Grosso do Sul choca por sua brutalidade e perversidade”. Ela escreveu há seis dias um belo e triste artigo no jornal A Folha de São Paulo chamado Meninas invisíveis. Maria do Rosário também chama a atenção para o fato de que as meninas teriam sido espancadas: “O cioso tribunal silenciou quanto ao fato de as meninas terem sido agredidas fisicamente, o que, por si só, já agrega traços de sadismo e violência que deveriam agravar a situação dos réus”. As meninas foram assediadas e contratadas num ponto de ônibus.

Seis anos depois do sexo pago com as meninas, com a agilidade e a presteza de nossa Justiça, é isso que conseguimos produzir de sentença. O que nos tornaremos, aos olhos dos brasileiros, e aos olhos do mundo caso essa sentença seja mantida?

Isso é uma vergonha. Penso que, agora, deveriam ser enquadrados os juízes. Não foram divulgados os nomes deles na imprensa. Mas é a 5ª turma do STJ. Que turma.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".