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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ron Paul, velho novo líder

MARCEL VAN HATTEM
SÁBADO, 25 DE DEZEMBRO DE 2010


O deputado republicano Ron Paul é certamente o mais radical congressista norte-americano quando se fala em liberalismo e em estado mínimo. O texano, obstetra de profissão, é deputado desde 1977. Desde então, não foram raras as ocasiões em que se viu só ao votar contra determinados projetos de lei a que se opunha, cravando 1 voto contrário no placar de 434 favoráveis. Sua obstinação fez com que se tornasse conhecido no meio político como Dr. No (Dr. Não) - sua esposa, porém, diz que na realidade os seus opositores soletram errado o apelido: o correto seria Dr. Know (algo como Dr. Sabe-tudo).

Trinta anos após sua entrada na política, Paul experimenta a fase mais promissora de sua carreira. Concorreu nas primárias passadas pela indicação do Partido Republicano à presidência (vencida por John McCain), o que deu visibilidade nacional ao seu nome, e foi escolhido recentemente por seus colegas republicanos como presidente do subcomitê de política monetária nacional do Congresso, além de ver agora seu filho Rand eleger-se senador pelo Kentucky. Em posição de destaque nacional, é também um dos líderes do Tea Party, principal movimento conservador norte-americano de oposição ao governo Obama e que surgiu na esteira da indignação de grandes setores da população do país contra os pacotes econômicos do governo.

Li há pouco entrevista com Paul feita por Ni-Hai Tseng, da revista Fortune, e cuja tradução em português está publicada no site do Instituto Mises Brasil. Ali, Paul defende talvez a tese mais controversa de toda a sua carreira: a extinção do FED, Banco Central Americano, e a volta ao padrão-ouro. Em época de crise cambial em todo o mundo e, em especial, da decisão do FED de inundar o mercado com US$ 600 bilhões de dólares, não surpreende que as ideias de Paul estejam sendo ouvidas. Ele próprio, porém, admite que se fosse presidente, não acabaria de vez com o FED, mas criaria uma espécie de "período de transição". De qualquer maneira, é interessante que, por mais que seja tratado como louco por muitos de seus colegas de partido, inclusive, a situação lhe é favorável, e uma nova tentativa de participar das primárias republicanas à Casa Branca já passa dos 50%, segundo ele próprio.

Não se pode prever, hoje, qual seria seu apoio em uma eventual candidatura - sobretudo porque, da vez passada, o movimento do Tea Party sequer existia. O fato concreto, porém, é que as ideias de Mises e da Escola Austríaca que Ron Paul defende estão encontrando um inesperado eco na sociedade - e o interesse na trajetória do texano só aumenta à medida que o governo Obama vai passando e suas políticas econômicas vão cada vez mais perdendo respaldo da sociedade. Velho líder dos libertários norte-americanos, novo líder dos conservadores, Ron Paul pode dar aos americanos ao menos uma certeza: se suas ideias não encontrarem respaldo no Congresso, mesmo assim aparecerá no placar um voto a seu favor.

Leia mais sobre Ron Paul na recente matéria, em inglês, do New York Times de 12 de dezembro.

2 comentários:

Anônimo disse...

Considero muito interessante essa idéia do Ron Paul,afinal,o padrão ouro sempre foi usado no passado e com sucesso.
Não é só ele que defende essa idéia nos EUA,mas parece que ele está mais em evidência.
Temo que no futuro,possa acontecer com o dinheiro impresso,sem lastro,o mesmo que aconteceu,por exemplo,com os títulos da dívida pública no Brasil.
O governo brasileiro não pôde honrar o pagamento dos mesmos e eles prescreveram.
Gostei do artigo,parabéns Cavaleiro!

Cavaleiro do Templo disse...

Obrigado irmão. Mas não sou o autor, como vimos no artigo. Só publiquei (sei que sabe disto).

Abraços

CT

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".