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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

HIPNOSE E TEIMOSIA

VIVERDENOVO
QUARTA-FEIRA, 22 DE DEZEMBRO DE 2010

Por Arlindo Montenegro

As mentiras repetidas à exaustão, acabam sendo cridas, pelos que emprenham pelos ouvidos. O espetáculo em curso parece bem isto: chegou o momento da hipnose coletiva, o "professor" aparece e a luz se torna penumbra. O espaço se enche de silêncio e mistério no cenário escuro insondável.

Ao fundo, quase inaudível a música martela acordes suaves, sonolentos, relaxantes, enquanto o "professor" fala pelos cotovelos balançando uma coisa brilhante, num compasso que prende as vistas e faz com que todos respirem no mesmo ritmo, suave, "você pode fechar os olhos?... você sente o assento e ouve a minha voz..."

Por instantes o distinto público, (exceto uns gatos pingados "resistentes" ao canto das sereias) é conduzido pelo ilusionista ao paraíso de cada possibilidade individual. E na viagem tudo se pode, tudo se realiza como se uma realidade material estivesse presente com as roupas particulares da felicidade de cada um. "Agora vou contar de 10 a zero e você vai acordar... feliz... descansado... 10...9...

Despois dos aplausos, o "professor" continua na cena, agora demonstrando como os hipnotizáveis (mais lerdos e sensíveis) podem assumir poses, personalidades ou mesmo uma rigidez tamanha, que servem de ponte ou de assento para os auxiliares da cena. Também é fácil induzí-los a cheirar alho e identificar o aroma de rosas, como podem comer uma coisa sentindo o gosto de outra... é a parte da palhaçada. Todos gostam de rir. E riem! Aprovam.

Lá num cantinho, um "resitente", um zebregueti que observa para entender o que está acontecendo de fato, uma daquelas pessoas teimosas que querem aprender e perceber todas as faces da mesma realidade, do momento ou da vida, sente uma tristeza incômoda diante daquele "professor" que tem a habilidade de fazer os outros de bobos, de ridicularizar com os ingênuos.

Se um só homem faz isto com centenas de pagantes num teatro, que mais pode fazer? Se a enganação é tão atrativa, quantos incautos podem mergulhar na credulidade ilusória de tudo poder sem o menor esforço? No teatro da vida está exposta a tragicomédia humana, a subjetividade plural patinando sobre o terreno de conceitos difusos – burguesia, imperialismo, oligarquia, liberalismo, esquerda, direita, comunismo, capitalismo.

Em todos e em cada ambiente institucional, os "professores" que ocupam a cena, convertem platéias ao fanatismo militante e crédulo, os "professores mobilizam para o saque, o roubo, o estupro, o assassinato na forma individual criminalizada ou na forma coletiva, dita heróica. A hipnose massiva é administrada pela propaganda que atinge cada lar, escola, igreja, espetáculo que reúne multidões.

O essencial é esquecido diante de tantas, diversas e atrativas coisinhas brilhantes nas mãos do professor e dos seguidores. Os penduricalhos são disbribuidos fartamente, como as miçangas oferecidas aos selvagens ingênuos pelos civilizados colonizadores. O espetáculo não pode parar! A prenhez de idiotice e "opinião" pode ser absorvida agora, com sons, cores, imagens, movimentos e muito barulho.

Os "professores" como os "doutores" que antecederam a nova leva de atores "líderes" iluminados pela propaganda, ocupam cada espaço da cena, induzindo a ação coletiva para todas as permissividades, para tomar tudo quanto apeteça no momento, para usar e descartar sem limites, anunciando aos quatro ventos o "direito humano" de matar por um celular.

Ou matar em série para conservar o poder e fingir a honra, diante do juri que fica sem o testemunho do "corpo morto que não pode ser ressuscitado e trazido, para ser perguntado e crido." E este é o traço natural de uma natureza humana afastada do espírito. Confundida pela distorção da propaganda e retida em currais. Os inconformados prontos para serem abatidos.

Os conformados prontos para o sacrifício das guerras continuadas, honrando símbolos, ideologias, sistemas de governo, direitas ou esquerdas, tudo para manter o controle nas mãos de uns poucos senhores, que determinam onde e quando se pode viver ou morrer. A democracia é a utopia agonizante. O coletivismo ascendente o estupro da natureza. No mais íntimo do ser, de cada ser humano, está preservada, intacta, a semente da esperança.

A teimosa esperança pode ser vista, tocada, protegida, revivida, diante do sorriso de uma criança, ouvindo o canto de um passarinho, cheirando e sentindo o sabor de um fruto maduro, admirando o arbusto coberto de jasmins perfumados alí na esquina ou rindo diante da cadela que amamenta um filhote de gato. A teimosa esperança é persistente e natural como a presença de Deus. A teimosa esperança veste a alva gratidão pela vida.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".