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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Talvez você seja marxista - Muita gente possui convicções marxistas sem se considerar marxista

DEXTRA
SEGUNDA-FEIRA, 1 DE NOVEMBRO DE 2010


Rand SimbergPajamas Media,  28 de outubro de 2010.

Artigo original AQUI.


Tradução: DEXTRA.


Com seu novo livro, Stanley Kurtz fez o que a mídia se recusou a fazer - examinar, finalmente, o presidente e seu passado radical, com dois anos de atraso para impedi-lo de tornar-se presidente, mas a tempo de atar suas mãos, nesta terça-feira [2 de novembro, data das eleições americanas para o congresso, senado e a maioria dos governos estaduais].

No entanto, as pessoas parecem viver sob o equívo de que, para ser marxista, é preciso ser tão explícito quanto o presidente tem sido com suas ligações calculadas com organizações e indivíduos socialistas e comunistas. Mas o marxismo não é tanto uma doutrina quanto é uma atitude. Ele se baseia em uns poucos princípios fundamentais ilógicos e imorais, que muita gente acha atraente, na superfície, sendo a natureza humana o que é.

O primeiro é a idéia de que o que as pessoas "precisam" é uma idéia objetiva, ao invés de subjetiva, e que pode ser determinado por terceiros benevolentes. Afinal de contas, se alguém for reordenar a sociedade e redistribuir a riqueza, não é nada mais do que "justo" que as pessoas possam receber o que elas "precisam" antes de privá-las de qualquer coisa além disto, para satisfazer as "necessidades" dos outros. Este conceito é exemplificado pela famosa frase: "A cada um segundo sua necessidade, de cada um segundo sua capacidade."

Mas claro, no mundo real, a diferença entre "necessidade" e "desejo" é puramente subjetiva e varia com o indivíduo e seu nível de auto-realização. Em seu nível mais básico, não há "necessidade" de nada além de ar, comida e abrigo. E tais necessidades podem ser satisfeitas em uma prisão norte-coreana. Mas quando uma pessoa dá um sermão aos outros sobre o que eles "precisam," o que ela realmente quer dizer é que, como ela não percebe uma necessidade por certas coisas, ninguém mais a tem - seja uma televisão de tela plana, um veículo utilitário, lagostas para o jantar, uma segunda casa ou uma outra arma. Ela talvez fique feliz em morar num cortiço, comer comida macrobiótica e ir de bicicleta para o trabalho, e não pense que ninguém "precise" de mais. E claro, como aqueles egoístas não precisam realmente de mais, o resto de seus recursos agora estará disponível para satisfazer as reais necessidades não satisfeitas do resto da sociedade.

O outro princípio mítico do marxismo é a teoria trabalhista do valor e seu corolário de que existe um valor "intrínseco." Como o mito da "necessidade," este envolve subjetividade versus objetividade. Os marxistas acreditam que há um valor objetivo reconhecível para tudo, e a própria ação do trabalho o cria. Ou seja, se um trabalhador trabalha um certo número de horas, sua produção é intrinsecamente valiosa.

Mas claro, basta pensar um pouco para que isto se revele uma bobagem. Nada tem valor intrínseco. Na ausência de uma pessoa para dar valor, nada tem valor nenhum. E o valor das coisas é inteiramente subjetivo. Se não fosse, nenhum comércio ocorreria. Toda troca voluntária ocorre porque duas pessoas têm algo a comercializar e cada uma dá um valor mais alto ao objeto da outra do que ao seu próprio. Se ambos dessem a ambos o mesmo valor, não haveria sentido em permutá-los. Embora haja um preço especificado em dólar para um item em uma loja, isto não significa o que ele vale. Ele não vai sair da prateleira, a menos que o seu preço seja mais baixo do que seu valor para algum dos clientes. Se for mais alto do que seu valor para todo mundo, não vai ser vendido.

Ambas as idéias solapam a lógica do livre mercado e quando são implementadas na forma de política e lei, como já foram, ao longo do século passado, o crescimento da riqueza da nação, e às vezes seu valor absoluto, se reduz na mesma proporção. E embora elas sejam idéias intrinsecamente marxistas, muita gente que as têm não se considera marxista.

Então, com o perdão de Jeff Foxworthy, deixe-me desiludi-las sobre sua falsa consciência.

Se você acredita, como o presidente, que "é bom para todos quando se espalha a riqueza em torno," talvez você seja marxista.

Se você acredita que "os ricos" não "precisam" de nenhuma redução de impostos, talvez você seja marxista.

Se você acredita que, em dado momento, outras pessoas já tenham "ganho dinheiro o bastante," talvez você seja marxista.

Se você acredita que temos que "manter as pessoas em suas casas," mesmo que não tenham direito a elas e apesar do fato de não conseguirem pagar a hipoteca e o mercado não estar conseguindo se ajustar,  então, talvez você seja marxista.

Se você acredita que há um piso para o valor do trabalho de todo mundo e é um valor só, aplicável a todos os estados da união, independentemente do custo de vida, então talvez você seja marxista.

Se você acredita que dar um cheque do governo a alguém que não trabalha é um "corte de impostos," você talvez seja marxista.

Se você acredita que o governo deve pagar o "salário local corrente" para projetos do governo, você talvez seja tanto marxista quanto racista, já que [a lei federal] Davis-Bacon [que determina isto] foi instituída para excluir de tais projetos as minorias que recebem menos.

Se você acredita que cheques da previdência para os desempregados são o meio mais rápido e seguro de estimular a economia, talvez você seja marxista.

Se você acredita que os impostos sobre ganhos de capital deveriam ser aumentados, embora isto resulte em uma arrecadação menor, porque é necessário para a "justiça," talvez você seja um marxista.

Se você acredita que sabe melhor do que outra pessoa o que ela "precisa" e está disposto a lhe impor sua crença sob a mira de uma arma e a forçá-la a adquirir algo, ao invés de deixá-la adquirir as coisas de que ela acha que precisa, então, talvez você também seja marxista.


Rand Simberg é engenheiro aeroespacial e consultor de comercialização espacial, turismo espacial e segurança na Internete. Ele ocasionalmente oferece comentários mordazes sobre a infinitude e além em seu blog, Transterrestrial Musings [Especulações Transterrestres].

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".