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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Qual é o significado da recente eleição dos EUA?

JULIO SEVERO
5 de novembro de 2010

Albert Mohler, presidente do Seminário Batista do Sul
3 de novembro de 2010 (AlbertMohler.com/Notícias Pró-Família) — O sentido da eleição de 2010 está destinado agora a ser o Grande Debate da próxima temporada política. Embora isso seja verdade após a maioria dos dias de eleição, é especialmente verdade neste ano, considerando a escala e extensão da mudança política que esta eleição provocará. A escala é sísmica, e a extensão é vasta. Em termos de política nacional, esta eleição equivale a uma megamudança.
O que isso significa? É cedo demais para responder a essa pergunta em qualquer sentido abrangente. Afinal, um bom número de corridas eleitorais está ainda apertado demais para terminar. Nós realmente sabemos que os republicanos controlarão a Câmara dos Deputados dos EUA por uma margem considerável. A equação política do Senado foi resetada, assim como foi o contexto de muitos estados. Pela terceira eleição consecutiva, o partido que está no poder recebeu um sonoro repúdio — uma reversão política que com toda a clareza tem a intenção de transmitir uma mensagem.
Como é que devemos entender isso?
Primeiro, precisamos nos lembrar de que as eleições são sobre ideias. Uma eleição sísmica como esta é especialmente sobre ideias. Nesse caso, uma mensagem inconfundível foi dirigida ao presidente Barack Obama. Houve um juízo imenso em suas políticas e liderança. A maioria dos eleitores dos EUA não tem o esquerdismo ideológico de Obama. A associação dele com os valores das elites intelectuais e compromisso com um papel de expandir o governo o distanciaram dos eleitores. Os americanos agora ficarão de olho para ver se o presidente entendeu a mensagem.
Segundo, levará algum tempo para descobrir como este novo Congresso funcionará. Não dá para detectar ainda nenhuma filosofia em comum de governo, apenas alguns poucos princípios e impressões. Há uma vasta diferença entre concorrer a um cargo e ocupar um cargo. Fazer campanha e governar exigem diferentes conjuntos de capacidades e diferentes compromissos. Haverá muita terapia de realidades nas semanas que virão.
Terceiro, os americanos logo aprenderão a diferença entre conservadorismo e esquerdismo. Muitos dos novos parlamentares em Washington foram apoiados pelo movimento Tea Party, e muitos deles estão comprometidos com a cosmovisão e filosofia política do esquerdismo. Muitos conservadores estão até o momento sem capacidade de fazer essa diferença. Provavelmente eles aprenderão bem rápido.
Quarto, a relativa ausência de questões sociais politicamente carregadas do debate eleitoral não durará. A questão do casamento de mesmo sexo inevitavelmente será tema nacional dentro dos próximos dois anos — nos tribunais, e até no Congresso. A questão do aborto não irá embora, nem as pesquisas com células tronco embrionárias nem um monte de outras controvérsias. Ao mesmo tempo em que essas questões estão sendo remoldadas por acontecimentos recentes, pode apostar que elas estarão em primeiro plano.
Quinto, a estrutura demográfica desta eleição diz muitas coisas interessantes. A mais interessante dessas é o relativo retraimento do voto dos jovens que foi tão crucial e importante para a campanha de Obama em 2008. As estatísticas disponíveis no final da eleição indicam que a retração do voto dos jovens pode chegar até a metade. Será que os jovens americanos estão interessados apenas em eleger um presidente?
Sexto, uma mudança política dessa magnitude traz uma multidão de consequências pessoais. Uma das limitações do processo democrático é que ele oferece bem poucas oportunidades de perder um cargo ou campanha sem desanimar. Entre aqueles que perderam seus cargos na noite passada estavam muitos que haviam trabalhado há anos. Eles, junto com suas assessorias, têm agora de empacotar seus pertences, encerrar seus negócios e abrir novos. Até mesmo aqueles que trabalharam para a derrota deles precisam compreender o trauma pessoal. Bons homens e mulheres colocaram sua vida sob risco e concorreram em campanhas em que perderam. Na noite passada muitos deles tiveram de fazer a ligação telefônica que temiam fazer e então dar o discurso que ninguém quer dar. Isso também merece nossa atenção.
Os evangélicos têm atravessado várias fases de envolvimento político nas décadas recentes. Saindo de anos de deserto de relativo isolamento de interesse em questões políticas, os evangélicos se uniram à Direita Religiosa com empenho e grandes expectativas. Mas, ao mesmo tempo em que algumas importantes vitórias legislativas e burocráticas foram ganhas, a Direito Religiosa jamais cumpriu suas muitas promessas. Agora, muitos evangélicos, jovens e velhos, estão repensando a equação política mais uma vez.
Os evangélicos tendem a oscilar entre extremos no que se refere às questões políticas e às eleições. Nós nos alegramos com facilidade e ficamos deprimidos com muita rapidez. Não se engane. Os resultados das eleições de 2010 levarão a grandes mudanças em Washington e outros lugares. Isso em si é boa notícia. Mas tudo isso precisa ser colocado num contexto verdadeiramente cristão.
Os cristãos precisam ser as pessoas que conhecem os perigos de investir confiança demais ou de menos no sistema político. A eleição terminou. Agora é hora de os cristãos orarem por aqueles que foram eleitos e pelo governo que eles servirão. As coisas vão ficar interessantes logo, logo.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/nov/10110302.html
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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".