Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CALVIN COOLIDGE PARA PRESIDENTE

DICTA & CONTRADICTA
6 de agosto de 2010



Em A Democracia na América, Alexis de Tocqueville comenta espantado como os EUA podem existir sem ter um governo centralizado. Para o francês, as nações européias só conseguiriam permanecer graças a uma centralização de poder que, no caso da França, ia do rei para as assembléias, das assembléias para os estados, dos estados para as cidades, das cidades para os funcionários públicos, dos funcionários públicos para os cidadãos normais.
Nos EUA, tudo acontecia ao contrário – e, talvez por um milagre que só uma nova ciência política poderia explicar, era justamente o fato de ser um governo descentralizado que permitia os americanos a exercerem sua liberdade e sua igualdade de maneira harmoniosa.
É claro que, hoje, se Tocqueville visse os EUA, diria sem misericórdia que não gostaria de forma alguma ver o seu diagnóstico realizado.
Contudo, isso não acontece somente na América. O governo centralizado parece ser a idéia fixa do momento tanto no resto do mundo como, olhem só, na nossa terra papagalis.
Aí vem a pergunta: Por acaso já existiu alguém que praticou esse elemento alienígina chamado “auto-governo”, descentralizado, que deixa as coisas acontecerem de forma natural, sem qualquer espécie de intervenção nos assuntos do mercado e do indivíduo?
A resposta é “sim” e foi praticada por Calvin Coolidge.
Quem? Em um mundo em que a mídia faz você acreditar que Roosevelt e Kennedy foram bons presidentes e que Lula e Barack Obama são exemplos de estadistas, é óbvio que ninguém ouviu falar neste sujeito.
Calvin Coolidge foi o presidente que governou os EUA entre Warren Harding (que morreu de ataque cardíaco) e Herbert Hoover (que foi seu secretário de Estado e com quem não se dava bem). Era um homem taciturno, de poucas palavras (seu State of the Union tinha só três linhas…), um quase puritano à maneira de Cromwell e deixava o governo se mover naturalmente.
Resultado: foi nesta época, os chamados roaring twenties, que os EUA tiveram uma das maiores fases de prosperidade econômica – e que terminou logo depois com o crash de 29.
Muitos esquerdopatas e liberais de meia-tigela afirmam que Coolidge foi o responsável pelo desastre porque não autorizou as intervenções necessárias. Talvez tenham razão: Paul Johnson conta, em seu A History of American People, que Coolidge realmente sabia que a bonança não duraria por muito tempo e queria deixar a bomba cair no colo de Hoover – que piorou a situação com mais intervenção estatal. Mas Calvin era também um realista implacável: ele afirmou que a bonança tinha de acabar porque as coisas boas não duram para sempre.
Ou seja, apenas afirmou um princípio básico da arte de governar que, atualmente, muitos insistem em esquecer.
Nos tempos atuais, esta é a lição mais díficil que um presidente pode absorver. Afinal, todos querem dar riquezas inimagináveis ao seu povo. Mas, infelizmente, não podem fazer porque a política não é a arte de agradar a todos e sim, como bem definiu Henry Adams, a organização sistemática dos ódios.
Por isso, meu voto para presidente é Calvin Coolidge. Mas, como ele morreu, ficamos a chupar o dedo e a dançar um tango argentino.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".