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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A mãe de todas as fraudes

Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO


Olavo de Carvalho - 2/12/2009 - 19h41



Hipnotizado pela lisonja interesseira dos banqueiros internacionais, o Brasil se acha o umbigo do mundo, quando é apenas a vítima periférica e sonsa de forças que não compreende.

Mal acabava eu de escrever no DC que "o uso maciço da fraude científica, em proporções jamais antes imaginadas, vem se tornando o principal meio de imposição de novas políticas", e no dia seguinte veio a público a fraude das fraudes: dois hackers invadiram o servidor da Universidade de East Anglia e copiaram e-mails nos quais eminentes cientistas revelavam ter apelado às trapaças mais abjetas para impingir ao mundo a balela do "aquecimento global" e as legislações draconianas alegadamente destinadas a "salvar o planeta" desse mal fantasmagórico (v. www.aim.org/aim-column/media-ignore-climate-science-scandal/). Entre outros expedientes, constavam:

1. Suprimir dos relatórios da ONU quaisquer dados que pusessem em dúvida o aquecimento global ou suas alegadas causas humanas;


2. Complementarmente, inventar e enxertar na bibliografia técnica dados que comprovassem as hipóteses desejadas;


3. Boicotar as revistas científicas que publicassem estudos adversos à causa aquecimentista;


4. Orquestrar ataques aos cientistas adversários, questionando suas credenciais acadêmicas.


Se algum dia houve algo como um "crime intelectual hediondo", foi esse. Por uma ironia providencial, a documentação colhida pelos hackers veio à tona na mesma semana em que um outro grupo de acadêmicos aquecimentistas, mais honesto, admitia francamente que, para desgraça da sua causa sacrossanta, a temperatura do planeta tinha permanecido estável nos últimos dez anos (v.
www.spiegel.de/international/ world/0,1518,662092,00.html).


Recordem que a campanha alarmista do aquecimento global teve seu momento mais significativo com o lançamento do livro de Al Gore, Uma Verdade Inconveniente, e verão até que ponto chega o cinismo dessas criaturas: põem em circulação uma farsa pseudocientífica construída de dados falsos, compram para ela o apoio da grande mídia, do show business, das universidades, de macro-empresas e de organismos internacionais e, ao mesmo tempo que já a alardeiam como verdade pioneira universalmente silenciada pelo establishment (como se não fossem eles próprios o establishment e não fizessem um barulho dos diabos), vão tratando de organizar preventivamente o boicote aos eventuais recalcitrantes e contestadores – tudo para produzir em benefício próprio a mais formidável concentração de poder vista ao longo da História humana.

Se isso não é golpe, conspiração, formação de quadrilha, então estas três expressões já não têm significado nenhum.


A isso reduz-se, hoje em dia, a autoridade da classe científica no mundo. Claro que, tão logo revelada a fraude, a grande mídia americana se pôs em marcha para proteger os criminosos, omitindo-se de mencionar a descoberta do embuste, noticiando-a com a maior discrição ou negando abertamente sua importância, contra toda a evidência dos fatos.


Servida por esses bons préstimos, a Conferência da ONU sobre o Clima, a realizar-se neste mês em Copenhague, poderá ignorar a denúncia e, como se a idoneidade científica do aquecimentismo permanecesse intacta, seguir adiante, impávido colosso, no propósito de impor a uma cândida humanidade os controles globais destinados a salvá-la de um perigo inexistente.


Segundo o novo presidente da União Européia e office-boy do CFR, Hermann van Rompuy, que o anuncia com indisfarçado entusiasmo, esses controles já equivalem à plena instauração de um governo mundial, rebaixada a noção de soberanias nacionais ao estatuto de ficção jurídica condenada a dissolver-se suavemente em névoas, sem traumas nem prantos, num prazo de poucos anos. Adiantando-se à profecia, o governo Obama envia emissários a Haia para estudar os meios de estender aos EUA a jurisdição do Tribunal Penal Internacional. Sim, com a mesma paixão com que busca livrar os terroristas estrangeiros da autoridade dos tribunais militares americanos, o homenzinho está ansioso para submeter os cidadãos de seu país às decisões de juízes estrangeiros.


As mais sombrias advertências de Lorde Christopher Monckton estão se materializando diante dos nossos olhos (v.
www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/estados-unidos/9640-obama-pronto-a-ceder-a-soberania-dos-eua-afirma-lorde-britanico.html), e no Brasil – não só entre o povão, mas na quase totalidade da elite –ainda há quem ria da idéia de "governo mundial", acreditando piamente que é uma lenda criada por "teóricos da conspiração". Hipnotizado pela lisonja interesseira dos banqueiros internacionais, como o corvo pelas belas palavras da raposa na fábula de La Fontaine, o Brasil cada vez mais se imagina o umbigo do mundo, quando na verdade só participa da história mundial como vítima periférica e sonsa de forças que não compreende e aliás nem mesmo enxerga.


Olavo de Carvalho é ensaista, jornalista e professor de Filosofia

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
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Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".