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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Poder sem limites

Fonte: MÍDIA SEM MÁSCARA
NIVALDO CORDEIRO | 28 NOVEMBRO 2009

O fato é que só os EUA têm poder para deter o processo deslanchado na América Latina, sob a liderança do PT. A nova fase trouxe também uma novidade: a vaidade. O senso de perigo dos revolucionários desapareceu.


Parece claro que os revolucionários congregados em torno do Foro de São Paulo mudaram a fase de sua ação, acelerando o processo histórico. Estão muito conscientes de que acumularam forças para ditar as regras para os inimigos políticos. Lula, no Brasil, está ignorando qualquer limite de ação. O depoimento do ex-diretor do Banco Central, Mario Torós, dando conta de como transcorreu o processo de default do Unibanco foi irônico. Afinal, ninguém mais fez pelo PT e Lula do que os banqueiros esquerdistas que o controlavam. Foram impiedosamente sacrificados pela lógica revolucionária.

O mesmo vale para as notícias em torno da Cia Vale do Rio Doce. Pouco importa que o atual administrador, o Bradesco, seja um aliado de primeira hora das forças do PT. Eles não querem mais intermediários, querem sua própria gente à frente das operações. Usam agora de todo o poder de coação, sobretudo do poder fiscalizatório e policial do Estado, bem como do controle sobre os fundos de pensão. A alta burguesia agora está sendo esmagada. Creio que esse processo vai se agravar. A CONFECOM deve ser compreendida também dentro dessa lógica. As empresas do setor sempre negociaram cordialmente com os revolucionários, sem nenhum senso de perigo. Agora não têm a quem recorrer e estão sendo inexoravelmente esmagadas.


As empresas tradicionais de conteúdo, sobretudo os jornais e TVs, sempre deram apoio ideológico e foram o cabo eleitoral maior do PT. E agora? Agora vão saber que alimentar revolucionários é como alimentar jibóia: ela cresce e come o dono.


O gesto mais notável da nova fase do processo pode ser plenamente visto na política internacional. A visita do presidente do Irã foi emblemática, feita contra qualquer critério de razoabilidade. Estamos diante de algo como Hitler fez nos anos trinta, de um eixo Brasília-Teerã-Pequim, sem nenhum constrangimento, ostensivo contra a política dos EUA. Nesse eixo incluo também a França, país que também desempenhou o papel mais ridículo da história da Segunda Guerra. De novo vemos os fatos se repetirem.


A medição de força está agora a acontecer em Honduras. Hoje a matéria de capa da Folha de S. Paulo trouxe o presidente Lula declarando que não reconhecerá as eleições próximas, porque seu aliado Zelaya não foi reconduzido ao poder. Isso significa que provavelmente o Foro de São Paulo vai se engajar na derrubada do novo governo. Agora ficará claro para Obama que terá que tomar posição contra o Foro, terá que entrar em conflito. Será que teremos que esperar que o Partido Republicano retome o controle da Casa Branca ou Obama passará a agir realisticamente? Aposto na segunda hipótese.


O fato é que só os EUA têm poder para deter o processo deslanchado na América Latina, sob a liderança do PT. A nova fase trouxe também uma novidade: a vaidade. O senso de perigo dos revolucionários desapareceu. Agora as decisões serão mais rápidas e os erros acontecerão inevitavelmente, sendo o maior deles subestimar o poderio norte-americano. Historicamente quem o fez quebrou a cara. Lula e sua gente estão dispostos a pagar para ver.


Como pano de fundo do processo temos a crise mundial se desenrolando, bem como a agonia do dólar. E também a tentativa de consolidação do governo mundial. Vejo uma realidade prenhe de violência, que aponta para a guerra. Se as coisas derem errado e se não houver reações das forças políticas internas, pela primeira vez em século poderemos ter um cenário de conflitos bélicos envolvendo o Brasil em solo latino-americano. Um perigo. Bem sabemos como se entra em conflitos assim, mas nunca como deles saímos.


A pergunta é: os revolucionários poderão tudo? Não há oposição?


Ora, a via eleitoral deixou de ser obstáculo ao caminho do PT, que não hesita em usar o poder de Estado contra os inimigos. Hoje as manchetes dão conta da investigação da Polícia Federal contra o governador do GDF, José Roberto Arruda. Nenhuma força política está a salvo dos revolucionários. Obviamente que a ação policial de hoje deve ser compreendida dentro do contexto da sucessão, local e nacional. A classe política está refém do PT.


Em São Paulo, único pólo capaz de segurar um pouco as coisas, vemos a tolice da dupla José Serra/Gilberto Kassab com a sua elevação do IPTU. Não perceberam ainda que não haverá como se contrapor aos revolucionários usando das mesmas bandeiras deles. Teriam que marcar posição no campo político oposto. Bem sabemos que nem sabem mais fazer isso. Todo mundo viciou no socialismo. Não há espaço nesse campo para dois senhores e o PT é o dono exclusivo dessa bandeira. Ou seja, temos de um lado a má fé e, do outro, a burrice ajudando no processo revolucionário em curso.

Publicado originalmente com o título "O limite do Foro de São Paulo".


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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".