Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ministério da propaganda, por Sérgio da Costa Franco*

Fonte: ZERO HORA
15 de novembro de 2009

Entre os numerosos ministérios criados no governo do presidente Lula, com vistas a satisfazer inesgotáveis apetites dos partidos que compõem a “base aliada”, ainda não existe, segundo nos consta, um Ministério da Propaganda e da Informação. Falha do planejamento? Carência de imaginação? Não cremos. O governo que foi capaz de inventar até um Ministério da Pesca, num país onde inexiste pesca industrial, não deixaria de projetar uma pasta especializada em fazer autopropaganda e em divulgar informações de interesse do comando político.

Em verdade, tal ministério não representaria grande novidade. Durante o Estado Novo, o presidente Getúlio Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda, o famoso DIP, que despejava no país uma intensa e contínua publicidade do ditador e de seu governo, desde o difundir seu retrato em todas as repartições públicas, lojas, salas de aula e botequins do país, até o esparramar folhetos de doutrinação política e de divulgação de obras ou projetos do governo. Por via do DIP, o próprio presidente da República abandonou essa titulação convencional para ser chamado oficialmente de “chefe da nação”. O modelo não era criação nacional, nem sul-americana: procedia do Terceiro Reich, onde o eficiente Dr. Goebbels chefiava um ministério especializado na difusão das ideias nazistas e na propaganda do Führer.

Parece claro que o presidente Lula não seguiria tal modelo, incompatível com a ordem democrática. Mas o nosso receio é que, sem criar um específico Ministério da Propaganda, o governo esteja cogitando de transformar o Ministério da Educação em pasta assemelhada.

Vimos nesta semana algumas das questões propostas aos estudantes de todo o país pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e ficamos abismados pela deliberada simbiose de propaganda governamental com prova de habilitação escolar. Longe de ser questionado sobre temas de genérico interesse nacional, independentes da pauta específica do governo, o estudante é forçado a pronunciar-se sobre o assunto incerto e novíssimo do Programa de Aceleração do Crescimento, que pouca gente conhece e que provavelmente não passa de uma plataforma eleitoral. Planos mal conhecidos do Ministério da Cultura e do Ministério da Educação são postos na mesa como se fossem regras constitucionais amplamente divulgadas. As próprias declarações do presidente Lula a respeito da crise financeira mundial, em contraponto com críticas que lhe dirigiu a imprensa, tornaram-se matéria de questionamento, evidentemente parcializado e apriorístico. E a questão 23 envolve, com reflexões dirigidas, claríssimas críticas aos veículos de comunicação e aos comunicadores, lançando o Ministério da Educação no rumo perigoso da hostilidade à imprensa independente, seguindo a orientação de Hugo Chávez, o novo guru da América do Sul.

Estaremos marchando para a ressurreição do DIP? E, desta vez, um DIP incorporado ao próprio Ministério da Educação?

Um comentário:

Anônimo disse...

Estamos marchando a passos largos para o Ministério da Propaganda, que pode nascer da próxima Conferencia de Comuncação (Confecom), com gastos superiores a 8 milhões para reunir petistas de todo Brasil em Brasilia. É esperar pra ver acontecer e chorar as milongas...

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".