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quarta-feira, 7 de março de 2012

Mais uma piada involuntária neo ateísta: “Professor sugere república de ateus para conter intolerância religiosa”

 

LUCIANO AYAN

 

Fonte: Paulopes

O professor Renato Lessa (foto), titular de teoria política da UFF (Universidade Federal Fluminense), escreveu um artigo dizendo que “uma república de ateus é não só viável, mas pode ser uma condição necessária” para garantir a laicidade do Estado e proteger a sociedade da intolerância religiosa.

“Trata-se de uma tese que pode chocar o leitor, pela aparente ausência de espiritualidade, mas pode ser interpretada de modo inverso: a garantia de incolumidade diante do que creio só pode ser dada se sou protegido da intolerância promovida por outras crenças”, disse ele em artigo publicado ontem (4) no caderno “Aliás,” do jornal O Estado de S.Paulo.

“Só pode fornecer tal garantia [contra a intolerância] um Estado indiferente a todas as crenças e, neste sentido, desespiritualizado”, acrescentou.

Após citar o ensaísta francês Michel de Montaigne (1533-1592), entre outros, como sendo um dos primeiros a denunciar o horror da religião de Estado, Lessa se mostrou preocupado com a pregação conservadora da Frente Parlamentar Evangélica e seu poder crescente no governo, por intermédio da coalização partidária que acabou de garantir um ministério ao senador e pastor Marcelo Crivella, da Igreja Universal.

“A unção ministerial do senador Crivella, para além do que possui de autoevidente, é portadora de presságios ainda mais preocupantes do que o usual.”, escreveu. “Se associada a episódios recorrentes da ação da liga evangélica na política nacional, sugere ameaça à república laica.”

A ideia de uma república de ateus é polêmica. Além de ser rechaçada por parte dos próprios céticos, ela causa arrepios nos líderes religiosos porque eles entendem que esse regime de governo é contra as crenças. Na definição de Lessa, contudo, uma república descrente não seria “contra” as religiões, mas “indiferente”.

Quando se fala de governo liderado por ateus, religiosos e políticos de direita sempre lembram, entre outros, o regime ditatorial soviético, principalmente na época de Stalin, que matou milhões de opositores.

Essa é outra polêmica, porque se trata de uma argumentação equivocada ou de má-fé, porque nenhum ditador matou em nome do ateísmo, independentemente de sua cor ideológica, mas tendo como bandeira o socialismo, no caso de Stalin, ou seu projeto pessoal de poder.

Talvez Lessa esteja superestimando o poder da direita evangélica. Ou não. De qualquer maneira, ele fez uma pergunta para a qual a sociedade terá de dar uma resposta, que definirá o rumo do país: “É razoável que crenças particulares constituam base para legislação e políticas públicas?”

Meus comentários

O que está acontecendo com os neo ateus atuais? A minha teoria da Espiral da Bobagem realmente fica mais e mais sólida a cada notícia em que vejo um neo ateu abrindo a boca.

A partir do uso da estratégia Estilo sem Substância, Renato Lessa diz: “a garantia de incolumidade diante do que creio só pode ser dada se sou protegido da intolerância promovida por outras crenças”. Incolumidade significa “ausência de perigo”. É, eu sei, esquerdistas são sempre assim. É puro enrolation.

Seja lá como for, ele “garante” que é totalmente seguro para os religiosos e anti-religiosos ficarem em um país regido por ateus.

A lógica dele é baseada no seguinte (segure-se na cadeira): “Só pode fornecer tal garantia [contra a intolerância] um Estado indiferente a todas as crenças e, neste sentido, desespiritualizado”.

Quer dizer, ele REDEFINE o ateísmo para indiferença em relação a Deus, e a todas as crenças. Por isso, um estado “indiferente” é seguro.

Mas o que estou mostrando aqui, em vídeos contínuos, é que os neo ateus (que são um tipo de ateus) estão longe de serem indiferentes aos religiosos. Pelo contrário, eles são muito mais intolerantes em relação aos religiosos do que os religiosos são intolerantes em relação aos ateus e outros religiosos. Ou seja, a tese de Lessa cai por terra.

O “perigo” apontado por Lessa é o fato do pastor Marcelo Crivella ter obtido um ministério no governo do PT. Também não gosto de Crivella e muito menos do PT, mas e em relação aos humanistas? Com certeza, há muito mais humanistas no governo do que religiosos tradicionais. Portanto, a tese de Lessa continua sem sair do zero. Os humanistas são religiosos políticos, e muito mais intolerantes em relação aos religiosos, do que estes em relação aos humanistas.

Paulopes também continua o show do ridículo ao dizer que quando religiosos lembram que Stalin “matou milhões de opositores”, isso é uma “argumentação equivocada ou de má-fé”. Errado. Não há nenhuma má fé em constatar o óbvio. A tese neo ateísta é de que a violência ocorre POR CAUSA da religião. Ora, para testar a tese neo ateísta, temos que testar estados totalitários que tenham tido líderes ateus. Se a tese neo ateísta estiver correta, os genocídios da Rússia, China e Cambodja SIMPLESMENTE NÃO PODERIAM ocorrer.

Só que as evidências são claras e a verdade é nua e crua: mesmo sem a religião, e com o ateísmo presente, os genocídios ocorreram em maior número. Provavelmente por que ao invés de religiosos tradicionais tínhamos religiosos políticos.

Afirmar que o religioso político mata mas antes de cometer o crime talvez diga “olha, estou matando, mas não é em nome de ateísmo, viu?” não é vantagem nenhuma. Será que afirmar “vou te matar, mas é em nome de qualquer outra coisa, mas não em nome de ateísmo” vai ressuscitar os mortos? Claro que não.

Enfim, afirmar que um governo “ateu” trará SEGURANÇA TOTAL para todas as crenças não passa de um delírio. E, como neo ateu convicto, Paulopes apóia qualquer delírio proferido por neo ateu, mesmo que tenha que recorrer a estratagemas manjadíssimos.

Um comentário:

Ataque Aberto. disse...

uma república de ateus ??? Imaginem só o que diria Platão de uma teoria deste tipo. O sujeito é "cientista político" e afirma algo que parece absurdo até para um médico que leu Platão.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".