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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Desarmar quem?

MÍDIA A MAIS
em 13 de janeiro de 2011

por Peter Hof


Fuzis AK-47, lança-rojão, granadas, exemplos de armas capturadas aos traficantes cariocas. Mas, como de costume, para os demagogos desarmamentistas, o problema é o revólver do cidadão de bem e até dos policiais...
Em 21/12/2010, o jornal O Globo publicou na página 10 uma matéria intitulada VIVA RIO: 47,6% DAS ARMAS AINDA SÃO ILEGAIS NO BRASIL. A matéria do jornalista Jailton de Carvalho versa sobre uma pesquisa realizada no Brasil mostrando o que todo mundo sabe: as pessoas têm medo de registrar suas armas, pois, além de custar caro e dar um bocado de trabalho (é uma burocracia dos infernos) ainda existe o risco de amanhã a “Companheira Wanda” usar a base de dados para passar no congresso (com minúscula mesmo, por favor) uma lei obrigando os cidadãos de bem a entregar suas armas.
Qualquer pedaço de cano velho e enferrujado foi entregue às otoridades em troca de míseros 100 Reais; e tem otários que caíram na conversa dos antiarmas e estão esperando pelo seu dinheirinho até hoje.
Quem tem uma Ruger, Sig-Sauer, Glock ou Colt não é idiota o suficiente para cair na conversa fiada das ONGs e do governo de entregar sua preciosa arma, correndo o risco de algum espertinho levar para si estas jóias da armaria. Tem alguém aí achando que estou sendo injusto com quem recolheu armas? A esses eu relembro o desvio de roupas e alimentos ocorridos durante a enchente de 2009 em Santa Catarina. Somente um dos envolvidos tinha desviado mais de quatro mil peças de roupa. Já com as armas isto certamente não aconteceu...
 
Sendo o jornal O Globo uma organização democrática, que sempre procura ouvir os dois lados da questão, imaginei que daria também voz a opiniões divergentes, por exemplo, o Viva Brasil, que acredita no direito do cidadão se defender. Tanto quanto eu saiba, até hoje O Globo não deu voz ao outro lado. A impressão que se tem é que 100% dos leitores do jornal dos Marinho são a favor de desarmar o cidadão de bem, não havendo portanto necessidade de ouvir representantes do “outro lado”.  Assim, resolvi fazer alguns comentários sobre a matéria em questão.
 
Segundo afirma o Viva Rio, existem no Brasil 7.617.693 armas ilegais e 8.378.608 legais. Saber quantas armas legais existem no Brasil é fácil. Basta consultar o SINARM e os governos estaduais. Pelo menos em teoria é assim. Agora, como foi que esse pessoal chegou ao número de armas ilegais? Vejam bem, não estão estimando o número, digamos, contido no intervalo 7,5 e 8,0 milhões de armas. Não. O numero é de uma precisão incrível: são exatamente 7.617.693! Nem a NASA acertaria um alvo em uma cratera da lua com tal precisão!
 
Mais adiante a matéria informa que: “Cerca de 48% das armas são ilegais, ou seja, o Estado não sabe quem tem, quais são essas armas”. Entenderam bem? O Estado não sabe quem tem nem quais são essas armas, mas sabe que são, precisamente - nenhuma a mais nem a menos, 7.617.693!!!!
 
Outra enorme inconsistência é que “O relatório mostra que aproximadamente 14 milhões de armas estão em mãos da sociedade civil e 2 milhões, em poder de policiais. Ou seja, 87% das armas pertencem a pessoas comuns”. No gráfico “Conheça os Números” da referida reportagem os dados divergem do texto.
 
Somando-se na referida tabela o número de armas em mãos da sociedade civil (Pessoas Físicas, Empresas de Segurança Privada, Empresas Privadas, Lojas de Armas, Colecionadores, Atiradores e Caçadores) estas chegam a 5,2 milhões, ou seja, 32,7% das armas supostamente existentes no país.
 
Ainda segundo a reportagem, “O Brasil está bem acima da média mundial, que é de 58% das armas em poder da sociedade civil.” Gostaria de saber de onde saiu este número, que desconfio ser da cartola dos antiarmas. Dos países de que conheço os dados, os Estados Unidos, Canadá, Argentina e Suíça chegam a ter mais armas do que habitantes. É interessante aqui comparar os índices de morte por armas de fogo entre o Brasil e os Estados Unidos. Com supostas 16 milhões de armas o Brasil tem 21,7 mortes por cem mil habitantes. Já os Estados Unidos com 300 milhões de habitantes e estimados 400 milhões de armas tem exatamente a metade do número de mortos: 10,7 por cem mil habitantes.
 
Perguntei a um amigo argentino o procedimento para comprar uma arma em seu país. Explicou-me que na Argentina é livre a venda de armas de qualquer calibre e em qualquer quantidade a cidadãos maiores de 21 anos e com ficha penal limpa. É só ir a uma loja de armas, apresentar a carteira de identidade e o atestado para comprar sua arma e a quantidade de munição que quiser. Na Argentina, o índice é de 11,5 mortes por cem mil habitantes, quase a metade do que ocorre no Brasil. Alguém duvida que é muito mais difícil comprar uma arma legalmente no Brasil do que nos Estados Unidos, Argentina e mesmo Paraguai – onde tudo o que é necessário para comprar uma arma de fogo é pagar em dólares, em moeda sonante? No Paraguai, paraíso das armas ilegais, o índice é de 8,26 mortes por 100 mil habitantes. Estes dados são da Unesco e referem-se ao ano de 2001, tendo sido publicados no jornal O Globo. Como os “cientistas sociais” ou “sociólogos” doViva Rio e do Sou da Paz explicam isso?
 
Nas sociedades democráticas é natural haver mais armas de fogo nas mãos de cidadãos de bem do que nas de forças armadas ou policiais. Isso só não acontece em Cuba, Coréia do Norte, ou como ocorreu na Alemanha Nazista e em qualquer outra sociedade sob regime totalitário.
 
De volta à matéria do Globo, o besteirol continua com um subtítulo que diz: “Do armamento apreendido, 80% produzidos no país.”, e continua no corpo do artigo: A chamada da pesquisa sobre o Mapa do Tráfico Ilícito de Armas no Brasil também derruba o mito de que as armas em poder do crime organizado no país são contrabandeadas do exterior. A primeira coisa que me vem à lembrança é uma historinha contada nas aulas de Estatística: Um chefe de seção de estatística recebe um relatório de um subordinado locado em uma pequena cidade do interior relatando que 50% dos barbeiros da cidade morreram de tuberculose. Preocupado com o alto índice de incidência da doença em um lugar tão pequeno o diligente funcionário pega o primeiro trem (vejam como a história é antiga) e vai constatar in loco o terrível problema. Lá chegando ele descobre que a cidadezinha tinha dois barbeiros e um (50%) havia morrido de tuberculose.
Então, voltando aos 80% de armas apreendidas fabricadas localmente eu gostaria de saber:
 
1 – Quantas armas foram apreendidas para tornar esta percentagem estatisticamente significante? Uma arma? Duas? Cem? Mil armas?
 
2 – Em que período de tempo o fato (apreensão) ocorreu? No período de um ano, dois ou mais anos?
 
Nada a estranhar que a maioria das armas curtas apreendidas através dos anos possa, de fato (notem bem, eu escrevi possa), ser nacionais. Basta ir ao Paraguai e à Bolívia para comprar armas de qualquer calibre, inclusive e, principalmente, as excelentes armas curtas da Taurus (pistolas e revólveres), sem nenhuma pergunta ou burocracia. Eu mesmo assisti a uma compra no Paraguai anos atrás. O que a reportagem não diz é quantas dessas armas apreendidas foram legalmente exportadas para o Paraguai e Bolívia - ou outros países, e de lá trazidas de volta para o Brasil. Quantas dessas armas cumprem todos os requisitos para serem exportadas e jamais saem do Brasil tal como acontece com soja e café? Querem um exemplo? A coluna Panorama Político de O Globo de13/08/2010 informa o seguinte: Tráfico de Armas – O governo brasileiro pediu ao da Bolívia para fechar uma loja de armas de caça e pesca naquele país que funciona como fachada para a venda de armas. Em seu subsolo pode-se comprar fuzis M16 e AK 47, pistolas .40 e mísseis. O Brasil precisava dar “uma dura” naqueles dois países, embora duvide que venha a fazer isto. Basta lembrar a canalhice que foi a invasão de instalações da Petrobrás na Bolívia e a reação pífia do governo brasileiro. A tolerância e a paciência com os hermanitos não tem limites... 
 
Outro fato chama a atenção na afirmação contida na matéria: a de que o crime organizado adquire suas armas no Brasil. Um fato inquestionável me leva a contestar a afirmativa. O crime organizado não usa revolveres .38 ou pistolas .380. Tenho uma coleção de fotos de armas apreendidas, e matérias sobre o assunto, e o que se vê são fuzis AR-15 e FAL 308. Um marginal mais sofisticado tinha um fuzil Sig-Sauer, bem como pistolas 9mm, .40 e .45, calibres que são exclusivos da polícia e das forças armadas. Até uma submetralhadora Cobray M11 foi encontrada na favela do Alemão. Vale insistir que nenhuma dessas armas é vendida a cidadãos aqui no Brasil.
 
No noticiário do UOL de 20/09/2010 há uma matéria informando que fornecedores de armas entregavam na Rocinha oito fuzis a cada vinte dias juntamente com 14 mil cartuchos. Só esses fornecedores abasteciam a favela com 150 fuzis por ano e 255 mil cartuchos. O crime organizado se abastece nas Forças Armadas e nas polícias, além, é claro, da importação ilegal. O Globo, de 2/12/2010, pág. 23, estampa a foto de um fuzil FAL 7,62, doado pela Marinha à Secretaria de Segurança Pública, arma esta cadastrada sob o número 27695 e apreendida com bandidos da favela do Alemão.
 
Mais sorte tiveram as tropas coloniais americanas pelo fato de os ingleses só aderirem ao desarmamento dos cidadãos séculos após a Revolução Americana. Não fosse por isto os Estados Unidos talvez fossem, até hoje, uma colônia inglesa. Por isto os americanos prezam tanto seu sagrado direito de ter armas para sua defesa.   
  
Para encerrar: estava assistindo ao programa “Cidades Ocultas", no Canal History Channel, que versava sobre os gladiadores da Roma antiga. O apresentador contava que após a revolta chefiada por Spartacus o governo proibiu que os gladiadores guardassem consigo suas espadas por medo de uma revolta popular contra o governo. Cabia aos “donos” dos gladiadores recolher as espadas enquanto não estavam em uso na arena. Como se vê a idéia de regimes totalitários de retirar as armas das mãos dos cidadãos é coisa muito antiga. Este deve ter sido um dos primeiros Estatutos do Desespadamento...

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".