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sábado, 5 de fevereiro de 2011

DEMOCRACIA OU CABRESTOCRACIA?

VIVERDENOVO
QUINTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO DE 2011

Por Arlindo Montenegro

Pense aí na cor verde. Imagine as variações de percepção que cada pessoa terá diante da proposição: verde escuro, verde oliva, verde bandeira, verde garrafa, verde claro... Assim cada pessoa percebe o discurso da outra parte, associando-o a uma experiência, a uma emoção. Na verdade é assim que funcionam todas as percepções abstratas.

Diante do concreto a verdade única é percebida com significados diferentes, associados à experiência, informação cultural e expectativas individuais. O Deus de cada um, os deuses dos outros e até os "extra terrestres" que contam com muitos crentes, confortam, conformam, disciplinam as buscas e escolhas atuando como presença ética, moral, do modo como as religiões têm fundamentado a evolução das civilizações.

Estão por aí, os sapientes de tudo e detentores de todas as verdades atuais e futuras, com ares de "escolhidos",que se regem, se guiam pelas oscilações das bolsas de valores, o preço do ouro, do petróleo e comodities de mercado futuro. São frios, calculistas e refratários às emoções características dos humanos comuns. São os psicopatas que parecem estar no governo, em cada país, na atualidade.

Criaram e tentam impor novos conceitos de democracia, invertendo o entendimento tradicional desta utopia, que encerra os melhores aspectos da construção de sociedades civilizadas. Que resumem a prática das liberdades, no convivio respeitoso de todas as crenças e percepções do Deus de cada um, desarmado de preconceitos e facilitando a evolução natural e as trocas materiais necessárias, guardados os códigos e costumes culturais de cada um em seu espaço.

Hindus, maometanos, budistas e mais tarde as tribos judaicas, berço do cristianismo, conhecem e aspiram construir a utopia democrática. Hoje se pode perceber que isto é impossível, quando o estado interfere e dita o que pensar, como fazer, como rezar, disseminando preconceitos, racismo e divisões ideológicas, comportamentos exaustivos para o equilíbrio da família e do indivíduo. O resultado é a pobreza mental e material, dependente de uma casta ideológica ou religiosa, que depende dos tesouros de banqueiros.

A liberdade de pensamento e expressão é fundamental para o aprendizado da liberdade. O aprendizado desde o berço sobre o funcionamento deste complexo físico e mental, que assegura o encontro de cada um com suas possibilidades naturais, é essencial e tem sido desprezado, desvirtuado pelos sistemas educacionais, impostos pelo estado e pelas religiões desviadas de seus fundamentos, privilegiando os currais de apoio ao poder.

Esta liberdade essencial, - sem limites mentais, sem imposições religiosas ou ideológicas, mas reforçando as buscas e convicções religiosas e ideológicas que verdadeiramente afirmem o indivíduo, comprovando a evolução da ordem social – tem sido a liberdade-motor das conquistas democráticas, afirmando a maturidade e a civilização de cada grupo de crentes ou descrentes em seu estagio de evolução na direção do transcendente.

Assegurar esta liberdade seria o princípio retor desejável de toda ação governamental, no marco do estado de direito universal e da distribuição de justiça, assegurando e fortalecendo a família, a Pátria-território como propriedade inalienável para uso fruto dos nacionais.

O patrimônio intelectual da humanidade já tem reunido o suficiente para escolher formas úteis de organização do estado. Há uma linha de conduta exposta, demonstrando que algumas "raças", "tribos", "grupos secretos" se consideram superiores, apenas porque manobram há milênios a administração das economias produzidas pelo trabalho, em suas versões diferentes nas eras históricas.

Democracia é o convívio de cada pessoa, de cada grupo com o outro, cada nação com a outra, sem imposições de força humana ou divina. Sem a opressão de estado ditatorial, sem opressão ideológica, sem opressão religiosa obrigando e limitando as escolhas individuais, estas sim limitadas pela responsabilidade-dever de respeito ao semelhante, limitadas pelo contrato social e este, sucinto, claro, alicerçado em valores culturais e consuetudinários. Estado de direito sem cabresto.

É importante educar para pensar. Para isto é necessário exercitar e desenvolver as habilidades, desde a infância, para lidar o cérebro, conhecer a máquina física e a fantástica capacidade que cada um possui. Ensinar o mundo como é e o significado da liberdade criativa. Melhor e mais produtivo, melhor e mais racional que desviar a atenção infanto juvenil para as questões de evolução e escolhas naturalmente privativas.

Estamos na encruzilhada: de um lado o domínio de tantas e tão aceleradas mudanças e o volume de informações sedutoras e já provadas como limitantes e desastrosas. De outro lado a construção da utopia democrática que cada dia, temos sido incapazes de processar, refletir e decidir.

Estamos abrindo mão de liberdades essenciais, quase sem perceber. Cada um sente a insatisfação "não sabendo" o porque. E muito se resume em buscar as respostas para as velhas perguntas: o que sou eu? Porque estou aqui? O que quero fazer para marcar minha passagem nesta vida?

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".