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sábado, 29 de janeiro de 2011

O truque de Guido Mantega para enganar os brasileiros e esconder a grave deterioração fiscal do Brasil

REINALDO AZEVEDO
28/01/2011 às 18:57


Acabo de receber de um amigo, economista de primeiro time, o que segue. Leiam com atenção. Ele desmonta a farsa montada pelo ministro Guido Mantega para sustentar que existe o tal superávit do “governo central”. Tudo não passa, prova este meu amigo, de um truque dos mais mixurucas feito por aquele que ele chama “bufão despreparado”. Trata-se de uma demonstagem técnica, impiedora e inquestionável. Mantega pode atacar o FMI o quanto quiser. Pega bem no meio da bugrada. Só não consegue mudar os fatos.
Reinaldo,
Acabei de ler seu post sobre o pior ministro da Fazenda da história recente do país (isto, considerando que Zélia Cardoso de Mello e Luiz Carlos Bresser Pereira estão no páreo, não é para qualquer um, mas me desvio do assunto) e me vejo na obrigação de comentar. A tal “melhora” das contas do governo federal é uma mentira descarada. Não tenho outros termos para descrever isso, uma bofetada na cara de qualquer economista minimamente informado sobre as práticas contábeis adotadas na gestão Mantega.
Para ficar apenas no caso mais notório, desses R$ 79 bilhões que, diz o ilustre oligofrênico, são o superávit primário de 2010, nada menos que R$ 32 bilhões resultam da curiosa operação de capitalização da Petrobrás em setembro deste ano. Naquele mês, o governo contabilizou como receita a “cessão onerosa de exploração de petróleo” por R$ 75 bilhões e como despesa a aquisição de R$ 43 bilhões de ações da Petrobrás. A diferença, R$ 32 bilhões, foi contabilizada como superávit do governo, numa subversão sem precedentes das regras contábeis - mesmo porque parte significativa destas ações não adquiridas pelo Tesouro foi comprada pelo BNDES e pelo Fundo Soberano, isto é, pelo o Tesouro, através de prepostos.
Note que, obviamente, isto não teve qualquer impacto sobre a economia real: a demanda não caiu (nem subiu) por conta desta operação nem a inflação foi maior ou menor, nem nada, pelo simples e bom motivo que lançamentos contábeis não alteram a realidade à sua volta - na melhor hipótese, refletem-na; na pior, falsificam-na.
Pois bem, sem esta brincadeira, o superávit primário teria sido R$ 47 bilhões - pouco menos de 1,3% do PIB, bem menos do que a meta. Pelas minhas contas, o superávit primário do ano passado está inflado em algo como R$ 55 bilhões (1,5% do PIB). Outros analistas fazem contas distintas e chegam, é claro, a outras estimativas. O Pastore, por exemplo, para citar um que respeito muito, estima que o resultado esteja inflado em algo como 1,1% do PIB). Independentemente disso, todos sabem que os números apresentados pelo Tesouro hoje só valem o suficiente para comprar um café - desde que pinguemos uns R$ 2,50 também…
Aliás, se as coisas estão tão bem, por que mesmo o Guido vem agora jurar que vai fazer um superávit primário de 3% do PIB?. Isso vindo do mesmo sujeito que, em 25/10/2010, afirmou: “Os gastos públicos não têm impacto inflacionário no Brasil” e, em 4/1/2011, “um ajuste fiscal reduz a demanda na economia, o que deve abrir espaço para, no futuro, quando o Banco Central julgar que é possível, os juros caírem.” A manutenção deste bufão despreparado ainda vai nos custar muito caro.
Grande abraço e bom fim de semana.
Por Reinaldo Azevedo

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".