Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sábado, 29 de janeiro de 2011

O Brasil só dá alegrias às Farc

BLOG DO PIM
SEXTA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2010

[Também publicado no site Mídia Sem Máscara - aqui]

Eu escrevi no Twitter em 28 de abril: “Depois de avisar gentilmente aos bandidos, polícia de Cabral ocupa 5 favelas da Tijuca. Mas: para qual eles foram agora?”. Ninguém questionava ainda o destino dos narcotraficantes após a instalação sem tiros das UPPs. A imprensa aplaudia a tal Pacificação, como se o nome atribuído a uma ação política se convertesse magicamente em realidade. Sete meses e muitos veículos queimados depois, a imprensa continua sendo a porta-voz do governo. Mas, como no aforismo de Karl Krauss: “Há escritores que já conseguem dizer em vinte páginas aquilo para o que às vezes preciso de até duas linhas”.


Eu gosto de escrever em duas linhas. Se resumisse este artigo à equação Farc + PT + Cabral + Traficantes + Usuários = Guerra “do Rio”, com aspas, eu já ampliaria toda a cobertura jornalística. Gabriel O Pensador, num encontro imaginário com o Capitão Nascimento no calçadão, reclama que não é revistando maconheiro que ele “vai achar os grandes bandidos”, afinal “nós somos vítimas da violência estúpida que afeta todo mundo”. Gabriel O Pensador é uma espécie de Arnaldo Jabor do rap. Um integrante do “sistema” revoltado contra o “sistema”. Ele já pode fundar uma ONG com Wagner Moura, Dado Dolabella, Marcelo D2 e Chico Buarque.

O Brasil só dá alegrias às Farc. Dilma – a musa das selvas colombianas – garantiu a Cabral que vai continuar apoiando o estado no combate à violência, assim como faz o governo Lula. Isto significa que continuaremos neutros em relação aos grupos terroristas que fornecem drogas e fuzis aos nossos traficantes. Neutros nas ideias. Neutros nas fronteiras. Neutros no calçadão. Assim como se absteve em votação da ONU contra o apedrejamento de mulheres no Irã, o governo do PT continuará se abstendo (estou de boa vontade) no combate aos nossos 50 mil homicídios por ano. Lula ordenou “que é para atender o Rio de Janeiro naquilo que o Rio precisar”. É como se o Rio fosse outro país, do qual Lula e Dilma respeitassem a soberania.

Em Rondônia, o Exército controla o fluxo de drogas na fronteira, até o dia do mês em que o diesel distribuído para as patrulhas diárias acaba. Isso mesmo: o diesel das patrulhas acaba. Os traficantes (e desmatadores) só precisam esperar até o dia 15 ou 18 de cada mês para abastecer o mercado nacional. Como os traficantes cariocas incendeiam carros, ônibus e vans com garrafas de gasolina, eu sugiro que, num gesto simbólico, a polícia de Cabral também se solidarize com Lula e Dilma, doando todas as garrafas apreendidas para abastecer as patrulhas de Rondônia. Se Lula não bebê-las antes, é possível que os bandidos tenham de esperar até o dia 19.

No Rio de Janeiro, eles nem precisam tanto. Uma parte já convive com as UPPs nas favelas, aonde os “pensadores” vão hoje às compras sem medo. A outra, dispensada, brinca de Coringa pela rua. E há uma terceira, que, diante das novas dificuldades, põe a mão na cabeça: “Ah, não vou ser bandido mais não. Dá muito trabalho!”. Mas essa só existe na imaginação dos nossos “artistas” e “especialistas”. José Mariano Beltrame disse que “prender bandido é importante, apreender droga é importante, mas o mais importante é recuperar o território”. É como dizer que comer é importante, beber é importante, mas o mais importante é recuperar a saúde.

Que ninguém se lembre da criminalidade quando a economia vai bem, já é sintoma de um país doente. Que pacificar não signifique fiscalizar fronteiras e prender bandidos (pequenos e grandes), usando as Forças Armadas para recuperar o território, nem quando uma cidade está em chamas, já é sintoma de um país petista. Eu sempre fico um pouco constrangido de dizer em 6 parágrafos aquilo que eu já disse numa única linha sobre o Brasil de Lula, Dilma e Sérgio Cabral: Fique calmo, companheiro. Você não está seguro, mas o seu dinheiro está.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".