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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Quem é mais racista?

BLOG DO MR. X
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Às vezes a esquerda vai tão, mas tão à esquerda que termina indo parar na direita.


Cavaleiro: quero discordar deste trecho, "termina indo parar na direita". Não é só isto. A esquerda é o que "for melhor" para ela a cada momento, não se importando muito com o que os outros digam, achem ou pensem disto. Voltemos ao artigo:


Pensei nisso lendo o artigo de um certo Stephen Kinzer, no jornal comuno-chique The Guardian. O artigo se chama "O imperialismo dos direitos humanos".

O artigo até que começa bem, criticando as organizações de Direitos Humanos. Só que seu argumento não é que não façam bem o serviço, ao contrário: é que estas seriam demasiado exigentes com governos do Terceiro Mundo, querendo noções universais de direitos humanos que não se adequariam as realidades locais. A partir daí, Kinzer delira, e passa a afirmar que a noção de Direitos Humanos é uma "arma imperialista" criada por "homens brancos em New York" para infernizar a vida de africanos, árabes e indígenas exigindo-lhes tarefas impossíveis. 

Kinzer cita o exemplo do presidente de Ruanda, Paul Kagame, que é acusado de matar opositores, entre outras medidas não muito amigáveis, embora tenha com essas medidas (segundo Kinzer) impedido um novo genocídio. (Pelo descrito, até que Paul Kagame não parece ser tão ruim para o padrão de governos africanos. E, tendo proibido candidatos de oposição de participarem nas últimas eleições, venceu com 93% dos votos - mais popular do que o Lula! E quase tanto quanto Saddam Hussein, que costumava ganhar eleições com 99% de "apoio popular"...) 

A questão  é que, para o articulista, parece ser que querer respeito total aos direitos humanos e às liberdades políticas seria exigir demais dos pobres africanos. Ele acredita que deveriam existir dois tipos de "direitos humanos", um para as sociedades desenvolvidas, e outro de segunda mão para o Terceiro Mundo.  

Curiosamente, saiu recentemente um outro artigo no mais conservador Wall Street Journal, este escrito por um certo Brett Stephens e argumentando que a África no fundo estava melhor sob os colonialistas brancos, e que talvez o continente deveria ser recolonizado. (Tudo bem, os Chineses estão chegando lá). Embora a conclusão seja a oposta à de Kinzer, ambos têm uma visão similar sobre a incapacidade da África de se organizar sob os mesmos moldes de uma sociedade ocidental.  

A direita americana não é racista, bem longe disso. Mas existe uma pequena parte da direita americana que é racista, ou, melhor dizendo, racialista. Não, não são os Tea Parties, que se esforçam para incluir negros e latinos em suas manifestações. Nem os Republicanos, que vivem cortejando os latinos, ainda que sem sucesso. É uma minoria. Sim, alguns são ligados ao movimento White Power ou até a neonazistas, mas não falaremos aqui desta corja.

Refiro-me ao movimento HBD, ou Human Biodiversity, que não pretende exterminar ou segregar ninguém e é "racista" apenas no sentido de que não compra isso de que "não existam raças", mas acredita que existem diversos grupos humanos, cada um com características próprias, seja biológicas, seja culturais. Negros são bons no esporte e na música, asiáticos são bons na matemática, brancos são bons em arte e medicina, etcétera. Longe de serem apenas mitos, tais diferenças estariam justificadas por diferenças biológicas e culturais entre os grupos. 

Já a esquerda (e a maior parte da direita) afirma que não existem raças. Mas suas ações são exatamente contrárias a essa suposta crença. Por exemplo, as cotas. Se não existem raças, para que cotas raciais? Se não existem raças, para quê quilombos e reservas indígenas exclusivas para membros de tais, hum, raças? As próprias minorias articulam-se sob o conceito de raça: há mais de uma revista afro chamada "Raça", o movimento mexicanista nos EUA se chama La Raza, etc. 

Além disso, a esquerda sempre tem uma atitude paternalista com as minorias, como se estas não fossem capazes de ser julgados pelas mesmas regras do que os outros. Então, a verdade é que tanto a esquerda quanto a direita mais radicais acreditam no fundo que negros, índios, latinos e terceiromundistas em geral são um pouco mais burros, incompetentes, violentos e/ou preguiçosos. A diferença é que a direita radical acredita que tal se deve a diferenças inatas, culturais ou até genéticas. Já a esquerda radical acha que é tudo culpa do homem branco e seu imperialismo malvado (que pelo jeito age até por telepatia, influenciando sociedades do outro lado do mundo).

Assim sendo, também a solução proposta é diferente: a direita isolacionista concorda com Kinzer que esses povos devem ser deixados em paz para criarem seus próprios "direitos desumanos" e viverem ou se matarem como quiserem. A direita "neocon" acha que os brancos devem ajudar os povos menos civilizados através do colonialismo ou da imposição da democracia. Como diz Stephens, "os colonizadores de antanho podiam até ser intolerantes, mas eles também faziam as coisas. Suas colônias eram lugares melhores do que os países-desastre que temos hoje." (Mas essa idéia de um colonialismo altruísta, que visa elevar os menos favorecidos já estava presente até no "velho" colonialismo: recordem o poema White Man's Burden.)

Para a esquerda, entretanto, é anátema sugerir que os brancos ricos se metam a tentar controlar sociedades não-brancas pobres, mesmo que isso possa ser melhor para elas, mas negros, pobres e pardos se oprimindo entre si não são um problema. A recente Guerra do Congo matou mais de 5 milhões de pessoas em 4 anos, você ouviu algum protesto? Nem eu. Mas para essa mesma esquerda, querer que africanos, árabes e indígenas sejam menos violentos ou que respeitem democracia e direitos humanos seria exigir demais dos coitadinhos. Melhor ainda se essas minorias, em vez de brigarem tanto entre si, puderem se vingar do "demônio branco" e ajudar a destruir a sociedade ocidental. Ou seja, além de desprezar negros, indígenas e árabes, eles também odeiam os brancos.  

Quem é mais racista?



Um comentário:

Arlindo Montenegro disse...

Os judeus que o digam! E japoneses, chineses, eslavos, corintianos...

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".