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sábado, 2 de outubro de 2010

O significado da capitulação de Tóquio

DEXTRA
THURSDAY, SEPTEMBER 30, 2010

Patrick Buchanan, 28 de setembro de 2010

Hubris sempre vai dar nisto.

Os chineses acabam de cometer um grave erro estratégico.

Eles deixaram cair a máscara e mostraram sua cara feia para a Ásia, expondo como o Reino do Meio pretende lidar com potências menores, agora que ele é a maior força militar e econômica da Ásia e a segunda da Terra.

Há duas semanas, um navio pesqueiro chinês colidiu com um navio da guarda costeira japonesa nas Ilhas Senkaku, administradas pelo Japão e reivindicadas pela China. Tóquio liberou o navio e a população, mas reteve o capitão.

Seu imediato retorno foi exigido por Pequim. .

O Japão recusou. A China imediatamente promoveu a escalada de um incidente menor em uma grande confrontação, ameaçando cortar o suprimento de minérios raros para o Japão, essencial para a produção de mísseis, baterias e computadores.

Através de um comércio predatório, a China tinha morto a competição americana na área de minérios raros, estabelecendo quase que um monopólio global.

O mundo depende da China.

O Japão capitulou e liberou o capitão.

Agora, Beijing  decidiu humilhar o Japão esfregando em sua cara a exigência de um pedido completo de desculpas e uma reparação.

De repente, o mundo vê, não mais como que através de um vidro escuro, a China que emergiu de um quarto de século de indulgência, patrocínio e tutela americana, desde a Praça da Paz Celestial.

O tigre chinês já está crescido e não é mais bonitinho.

E com a ameaça de Beijing de usar seu monopólio de minérios raros  para curvar nações à sua vontade, que imagem fica agora da ideologia do livre-mercado à la Milton Friedman do Partido Republicano, que alimentou Beijing com $2 trilhões em superávits comerciais, às custas da América, por duas décadas?

Que imagem  fica hoje dos votos em fileiras cerradas dos republicanos, a favor do status de nação preferencial para Beijing, conduzindo-a à Organização Mundial do Comércio e olhando para o outro lado, enquanto a China quebrava nossos mercados por meio de dumping, rapinava nossa tecnologia e levava embora nossas fábricas?

A república auto-suficiente que se mantinha sozinha de pé no mundo é mais dependente da China do que o Japão em relação a minérios raros vitais para suas indústrias, às necessidades da vida diária e aos empréstimos para financiar nossos enormes déficits comerciais e orçamentários.

Qual o aspecto desta interdependência das nações em uma economia global, em comparação com a independência que os patriotas americanos de  Alexander Hamilton a Calvin Coolidge asseguraram para nós, a qual nos possibilitou vencer a vencer a Segunda Guerra Mundial na Europa e no Pacífico em menos de quatro anos?

Entretanto, a intimidação da China ao Japão é salutar, porque pode nos acordar para o mundo como ele é, foi e sempre será.

Considere.

A China agora reivindica todas as Ilhas Paracel e Spratly, no Mar do Sul da China, embora o Vietnã, a Malásia, a Indonésia, as Filipinas, Taiwan e Brunei sejam banhados por este mar. Para reforçar suas exigências, um caça chinês derrubou um avião de reconhecimento U.S. EP-3, a 80 milhas da Ilha Hainan, em 2001. Só depois que o secretário de Estado Colin Powell se desculpou duas vezes a China concordou em liberar a tripulação americana. .

A reivindicação da China às Sekankus ( Ilhas Diaoyu, para os Chineses) foi reforçada semana passada. Embora estas sejam em sua maior parte rochas vulcânicas e não ilhas habitáveis, sua posse garantiria a uma nação uma aspiração séria sobre a todo o petróleo, gás e minérios do Mar da China Oriental.

A China alertou reiteradas vezes os Estados Unidos para que mantenham seus navios de guerra, especialmente porta-aviões, fora do Estreito Taiwan, com 100 milhas de extensão.  Na parte continental oposta, Beijing plantou 1 000 mísseis para convencer Taipei da futilidade e do custo de declarar independência.

Quando a marinha dos Estados Unidos começou exercícios com a Coréia do Sul, após o afundamento do navio de guerra sul-coreano Cheonan pelo Norte, a China ameaçou os Estados Unidos, no caso de ele deslocar o porta-aviões de 97 000 toneladas George Washington para o Mar Amarelo, entre a Coréia e a China. O porta-aviões ficou fora do Mar Amarelo e permaneceu a Leste da Península Coreana.

Além de sua pretensão à soberania sobre todos os mares de seu litoral sul e orienal , a China ocupa uma grande  faixa de terras indianas na região Aksai Chin do nordeste da Índia. Milhares de milhas quadradas foram tomadas por Beijing na guerra de 1962 com Nova Delhi - e anexadas.

Em 1969, a China e a União Soviética  batalharam nos rios Amur e Ussuri pelas terras que o Czar Alexandre I tomou no fim daquela guerra sangrenta do século 19, a guerra civil chinesa, conhecida como a Revolta de Taiping. Há relatos de que Leonid Brezhnev sondou qual seria a reação dos Estados Unidos sob o governo Nixon ao uso de armas atômicas para efetuar a castração atômica da China de Mao. 

A reinvindicação da China por suas terras perdidas na Sibéria e no extremo oriente russo não foi esquecida em Beijing e elas continuam nos mapas chineses.

Como a América deveria reagir?

Como nenhuma destas disputas territoriais envolve nossos interesses vitais, deveríamos ficar de fora e deixar a Ásia livre dar uma boa olhada de perto na nova China. Então, que se explorem as profundezas de nossa própria dependência desta nova e belicosa Pequim e se estabeleça um plano para recuperar nossa independência econômica.

Acabar com o déficit comercial com a China agora se torna uma questão de segurança nacional.

Tradução de João Carlos de Almeida, do blog DEXTRA.
Artigo original AQUI.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".