Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O voto consciente e o exercício da cidadania

JULIO SEVERO
23 de setembro de 2010


Dr.  Zenóbio Fonseca
Estamos próximos das eleições de âmbito nacional em 03 de outubro, e, cada vez mais tem-se a certeza de que o voto consciente é o melhor instrumento de exercício e fortalecimento da democracia no Brasil, onde o povo expressa sua vontade através da eleição de representantes, que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram.
Isto é o que se chama de democracia representativa, ou seja, é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos, por meio de representantes eleitos.
Nessas eleições os cidadãos irão escolher novos representantes para administrar a nação brasileira, administrar os Estados, compondo a gestão do poder executivo e indicar senadores, deputados federais e estaduais para atuar no poder legislativo. Logo, teremos uma importante responsabilidade, escolhendo os nossos representantes para governar os interesses do Brasil e criar leis que produzam justiça social para todos.
Entretanto, algumas pessoas ainda não têm o conhecimento do papel a ser desempenhado pelo presidente da república, governador, senador, deputado federal e estadual, o que muitas vezes dificulta a escolha do candidato ou mesmo induz a erro. Daí ser importante entender as propostas apresentadas pelos candidatos e seus partidos políticos.
Nesste sentido devemos entender essa estrutura política nacional para o bom desempenho do exercício da nossa cidadania nestas eleições, que é o direito de ter direitos. Senão vejamos:
O Congresso Nacional é uma instituição política que exerce o Poder Legislativo. É composto pela Câmara dos Deputados (formada pelos 513 deputados federais) e pelo Senado Federal (formada pelos 81 senadores), sendo a sede em Brasília. Já nos Estados, temos as Assembléias Legislativas (formadas pelo deputados estaduais).
Os deputados e senadores dentre as suas diversas funções previstas na constituição federal destaca-se a de fiscalização dos atos do chefe do poder executivo e a de criar e alterar leis.
Deve-se ressaltar que os deputados são os representantes legítimos escolhidos pelo povo, através do voto, para em seu nome exercer o poder que lhe é conferido, por um mandato de 4 anos, não havendo limite para a reeleição.
Os senadores, escolhidos através do voto, representam os Estados e não o povo diretamente, sendo 3 (três) por cada Estado da Federação, sendo que a cada 4 (quatro) anos elege-se, alternativamente, 1 (um) ou 2 (dois) senadores por estado, e o mandato tem duração de 8 anos, não havendo limite para a reeleição.
O Poder Executivo, por sua vez, é uma instituição exercida pelo Presidente da República e o Governador, cabendo a ambos dirigir e coordenar as práticas das atividades administrativas do Estado com base no seu programa de governo, além de fazer com que as leis e decisões judiciais sejam cumpridas.
Assim, vemos como é importante para o País a escolha dos políticos que exercerão os cargos de gestores e legisladores do Brasil.

Fidelidade partidária

Nessas eleições de 3 de outubro 2010, existe um fato novo imposto pelo Tribunal Superior eleitoral — TSE, que é a figura da fidelidade partidária, inserida pela Resolução nº 22.733/2008, ao qual o candidato ao cargo político está vinculado obrigatoriamente aos programas e ideologias da sua agremiação partidária, ou seja, o candidato a senador ou deputado, por exemplo, está obrigado a votar segundo as idéias do seu programa partidário e o candidato a governador e presidente da república a dirigir o estado da mesma forma.
Dessa forma, a idéia popular de que as pessoas votam em candidatos e suas consciências não é mais verdade. Não votamos mais em Candidatos, mas sim em Partidos Políticos e coligações, por força desta Resolução eleitoral, ou seja, o mandato pertence ao partido e não ao candidato eleito, apresentado na lista partidária aberta.
Tal decisão do TSE torna esta eleição diferente de todas as demais que a população brasileira já opinou, pois obriga ao eleitor a uma tomada de consciência, em razão do mandato eletivo pertencer ao partido político e coligação e não ao “seu” candidato escolhido, o que significa dizer que deve-se levar em consideração as ideologias e programas do partido e coligação a que estão vinculados os seus candidatos.
Utilizo para melhor fixação o seguinte exemplo: sou um eleitor que defendo a vida desde a concepção, logo sou contra o aborto e a sua legalização ou descriminalização no Brasil. Verifico que um candidato tem esse perfil ideológico e escolho votar nele. Estando o candidato eleito e no exercício do seu mandato, o partido ao qual ele está filiado e vinculado programaticamente, impõe que ele vote de acordo com a determinação partidária, que neste exemplo é a favor da legalização do aborto. Se o parlamentar eleito não votar de acordo com o partido, ele poderá ser expulso da agremiação partidária por infidelidade, nos termos da Resolução do TSE, pois desrespeitou o programa partidário ao qual se filiou.
Em síntese: o parlamentar será expulso, perderá o seu mandato e a sua vaga será ocupada pelo seu suplente. Eu, eleitor que votei nele, por comungar com os mesmos valores e princípios, acabo por perder o meu representante.
Aqui mora o grande perigo dessas eleições nacionais e nova forma de votar, porque o eleitor deve estar atento em qual partido político o seu candidato preferido está filiado, verificar quais são as propostas e programas partidários desse partido ou coligação, verificar se tais propostas se identificam com o que você eleitor entende ser bom para o País e a sociedade em que vivemos.
Essa verdade ainda está oculta para muitas pessoas, pois repita-se, não votamos mais em Candidatos e a sua consciência pessoal, mas sim em partidos políticos e coligações, ou seja, o mandato pertence ao partido e não candidato eleito. Isso pode acontecer tanto em cargos majoritários (presidente, senador e governador) e cargos proporcionais (deputados, sejam federais ou estaduais).
No dia 3 de outubro de 2010, verifique em qual partido ou coligação o seu candidato a presidente da república, a senador, a governador, a deputado federal, a deputado estadual está filiado e veja se o programa partidário e ideológico desse partido está alinhado com o seu ponto de vista e o que você busca como melhor caminho para viver uma vida mais justa e saudável, pois se assim não o for, você poderá ser induzido a erro, escolhendo os candidatos por afinidade pessoal e não por ideologia partidária.
No caso de se votar em um parlamentar que busca a reeleição, analise o seu passado político, histórico de atuações e votações, se possui processos movidos contra a sua pessoa ou mandato, se promoveram justiça na sociedade.

Voto na legenda

Outro ponto importante para o exercício do voto consciente é saber que quando um eleitor vota na legenda do partido, ele está dando um cheque em branco para o partido e o seu programa ideológico, isto é, o voto vai para o partido e ajuda a eleger o candidato mais votado dessa lista partidária. Por isso, ao aplicar o voto na legenda de um partido, verifique se você concorda com a integralidade de suas propostas.
Votar consciente é construir um Brasil melhor.
Publicado no Jornal Chama da Aliança - CEI em setembro de 2010
Divulgação: www.juliosevero.com

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".