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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Coreia usa truculência para barrar estranhos em treino antes de pegar o Brasil

UOL

Alexandre Sinato e Bruno Freitas Em Johanesburgo (África do Sul)

03/06/2010 - 16h07


Um dos países mais fechados do mundo parece ter trazido à Copa um pouco dos conceitos misteriosos que compõem sua imagem internacional. Primeira rival do Brasil no Mundial, a Coreia do Norte treina com sigilo absoluto na periferia de Johanesburgo e espanta com truculência quem solicitar aproximação, especialmente se a nacionalidade do visitante for brasileira.

NAÇÃO FECHADA AO MUNDO

  • Bruno Freitas/UOL
    Estranhos são barrados até com truculência em
    treino secreto da Coreia do Norte em Johanesburgo
  • Bruno Freitas/UOL
    Dona de uma das maiores zebras da história das Copas, na eliminação da Itália em 1966, a Coreia do Norte é uma das nações mais misteriosas do cenário político atual, com regime socialista e unipartidário.

    Em 2002, o país governado pelo ditador Kim Jong-il foi rotulado pelo ex-presidente dos EUA George W. Bush como membro do “Eixo do Mal”, em razão de sua política nuclear e de suas supostas relações com o terrorismo. Seis anos mais tarde, a Coreia do Norte deixou a lista norte-americana de nações que patrocinavam o terror.

    A entrada de estrangeiros na Coreia do Norte é bastante restrita, com normas de seleção severas, em política que afeta até as relações diplomáticas. A maioria das embaixadas conectadas com laços diplomáticos ao país está situada em Pequim, na China, e não na capital Pyongyang.
Nesta quinta-feira, a reportagem do UOL Esporte se dirigiu ao distante e pobre bairro de Tembisa, em Johanesburgo, com a missão de registrar alguma coisa a respeito do adversário menos conhecido do Brasil na primeira fase. No entanto, a incursão parou ainda na porta do Makhulong Stadium, diante do pelotão que faz a segurança dos norte-coreanos na África do Sul.
Logo na chegada ao estádio, o visitante é informado que não terá acesso ao treino da seleção asiática, que faz valer um direito legítimo em vésperas de uma competição importante. No entanto, o aviso ganha contornos de ameaça diante da tentativa de registro em foto do local, mesmo com a câmera empunhada do lado de fora, no meio da rua.
"A imprensa não é bem-vinda, mesmo com credencial da Fifa, se retire imediatamente", comunica o chefe de segurança. "Não faça fotos de nós seguranças, nem do ônibus da delegação, mesmo aí da rua, do lado de fora. Não é permitido. Caso contrário não hesitaremos em ficar com o seu equipamento", emenda, reagindo com intimidação à preparação da câmera para imagens, com a reportagem dividindo ombros com populares na porta do estádio.
Em seguida, num dos cantos do acesso principal do estádio, outro membro da equipe de segurança que serve a Coreia do Norte informou a reportagem do UOL Esporte que a ordem para afastamento de jornalistas vem do chefe da delegação e deve perdurar durante todo o Mundial, com exceção dos protocolos obrigatórios da Fifa, em entrevistas nas vésperas de jogos e após as partidas.
Antes de seguir a orientação da segurança de deixar o local, os visitantes ainda recebem a informação de que a orientação é para que a triagem dos norte-coreanos com a imprensa internacional seja mais rígida com os repórteres brasileiros, em razão do jogo de estreia do grupo G.
Ainda antes de partir, a reportagem dá a volta no estádio de Tembisa e consegue registrar algumas cenas do treino através de uma fresta no muro. Classificados em 2º lugar de seu grupo na fase final das eliminatórias da Ásia (atrás dos vizinhos do Sul), os norte-coreanos realizaram nesta quinta um treino coletivo pouco revelador, em que a velocidade dos jogadores salta aos olhos como característica principal.
Em outro ponto do perímetro externo do Makhulong Stadium, os visitantes se juntam a um grupo de curiosos do bairro, no ponto mais alto de um terreno aparentemente abandonado, todo acidentado. De lá, enfim tem-se uma percepção mais clara da prática sigilosa. O técnico Kim Jong-Hun encerra o treino com ensaio exaustivo de marcação de jogadas de linha de fundo, uma das armas do Brasil de Dunga.
Brasil e Coreia do Norte estreiam na Copa do Mundo no dia 15 de junho, no estádio Ellis Park, em Johanesburgo, em confronto válido pela rodada de abertura do grupo G. Na primeira fase, as duas seleções ainda enfrentam Costa do Marfim e Portugal.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".