Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

GEOPOLÍTICA NO HAITI

Fonte: NIVALDO CORDEIRO


GEOPOLÍTICA NO HAITI

20 de janeiro de 2010


Se existe o horror na terra, algo parecido com o fim do mundo, está no Haiti. Nenhuma alma pode deixar de lamentar e prantear o que está acontecendo naquela ilha do Caribe. Em nenhum lugar a frase bíblica se aplica melhor: os vivos terão inveja dos mortos. Ao lado da pobreza crônica, histórica, tivemos agora a destruição física. A infra-estrutura desapareceu com o terremoto, a linha se suprimento foi interrompida, a fome e a sede, como raras vezes uma sociedade padeceu, ali se instalaram. O governo desapareceu. O futuro desapareceu. Só resta aos que sobreviveram contar com a caridade internacional.


Mesmo essa caridade, que chegou, não está isenta de interesses. Vários artigos, como o do Le Monde reproduzido pela Folha de São Paulo, mostram que a ação pronta norte-americana, necessária e humanitária e, sob todos os aspectos, digna de aplausos, precisa ser compreendida dentro do duelo em que a maior das soberanias nacionais, os EUA, está em confronto direto com aqueles que desejam implantar o projeto de governo mundial e usam a ONU como escada para alcançar esses objetivos. Até a data do terremoto o Haiti estava sob jurisdição da ONU, na qual o Brasil desempenha, a mando do Lula, o papel de administrador e de polícia. A chegada unilateral e espetacular dos EUA surpreendeu e serviu para expor a fonte do poder real. A ONU não tem músculos sequer para mandar no Haiti.


A situação daquele pequeno país não é de emergência militar, mas humanitária. O recurso militar serve apenas para garantir a ordem e exibir o poder de quem o tem. Não há inimigos a combater ali, exceto os infortúnios, agora agravados com o terremoto (ou os terremotos, vez que vários vieram na seqüência). A ação dos EUA mostrou que aquele país tem recursos, capacidade de mobilização pronta e vontade política de fazer a coisa certa no prazo exíguo, coisas que faltaram aos burocratas da ONU. Nenhum dos apoiadores da Força de Paz lá instalada tinha quaisquer desses requisitos. O Brasil, coitado, tem Forças Armadas sucateadas e jamais teria como mandar um porta-aviões carregado para servir de unidade supridora de bens ao povo vitimado. Nem tinha um gigantesco navio-hospital para, no prazo de 48 horas, zarpar pronto para entrar em ação. Nem dinheiro. E, menos ainda, vontade política para realizar empreitada de tamanha envergadura. Afinal, como diz a canção, o Haiti também é aqui e sequer temos como enfrentar as nossas próprias mazelas com os parcos recursos de que dispomos.


O fracasso da ONU é rotundo e o Brasil, por apoiar suas aventuras imperiais canhestras, acabou por se envolver com um problema maior do que poderia resolver. Vimos o comando brasileiro perder o controle, que agora está com quem de direito, com quem paga a conta e pode lá enviar quantos soldados for preciso. Não deixou de ser uma prova humilhante. A perda do aeroporto foi a mais emblemática confissão de fracasso.


Acredito que a mobilização norte-americana foi generosa e unilateral. Tudo dentro da tradição daquele povo bendito, que sempre está disposto ajudar alhures, na paz e na guerra, onde precisar. Não faltaram análises de observadores mal intencionados, dizendo que o cálculo de Barack Obama foi eleitoral, que pretende impedir o agravamento da imigração, que é a oportunidade de colocar em prática um grande exercício de enfrentamento de grandes catástrofes. Se há um elemento de realidade em cada uma dessas motivações, basta lembrar que mais importante que o Haiti é o México, o que não impediu a construção de um muro fronteiriço contra a emigração ilegal. Situações diferentes, soluções diversas. Vi a motivação humanitária sobrepor-se a todas as outras.


A brincadeira amadora da ONU acabou e os profissionais de verdade chegaram ao cenário de operações. A experiência provou que os delirantes revolucionários encastelados na ONU estão muito longe de pôr a operar a sua Cosmópolis.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".