A Reação Desproporcional de Israel No Haiti
Deve estar doendo muito. Não deve ser fácil para a mídia que durante os últimos anos tem plantado constantemente a idéia de Israel como um país "beligerante, genocida, assassino, que não liga para vidas humanas", ter de noticiar sobre fatos que desmentem este quadro pintado com tanto esmero. Mas o incrível bombardeio de comidas e remédios que os israelenses estão realizando no Haiti supera todas as expectativas. Depois de décadas se calando sobre o lado bom de Israel e as ações humanitárias do país, parece que desta vez a omissão deixou de ser uma opção.
Colaborou com esta matéria o jornalista Victor Grinbaum
Israel: Mãe faz homenagem dando a primeira criança nascida no hospital de campanha nome de seus salvadores
Desde o último dia 13, quando diversas missões internacionais começaram a se instalar na capital haitiana para prestar socorro às vítimas do terremoto que devastou o país, a base dos israelenses tem atendido aos casos mais urgentes. Com um longo histórico de missões humanitárias ao redor do mundo, os mais de 200 homens e mulheres israelenses conseguiram instalar em Porto Príncipe um centro com uma farmácia completa; uma ala pediátrica; um departamento de radiologia de alta tecnologia; uma Unidade de Terapia Intensiva completa, e ainda uma sala de emergência; duas salas de cirurgia; uma maternidade e um departamento de medicina interna.
Mais da metade do contingente de Israel no Haiti é composto de militares especializados em busca e resgate sobre ruínas e identificação de corpos. O restante da missão possui 40 médicos, 44 enfermeiras e 20 paramédicos, todos pertencentes à Magen David Adom, organização equivalente à Cruz Vermelha de Israel.
Primeira Criança: Israel
Até o momento calcula-se que o número de mortos pelo terremoto ultrapassa 150 mil. Mais de um milhão de pessoas estão desabrigadas. Não há previsão para a retirada das equipes de socorro internacional do Haiti.
Quando das comemorações de 60 anos da criação do moderno Estado de Israel, muito era festejado, mas tragédias ainda tinham precedência sobre comemorações: equipes de resgate e ajuda israelenses eram despachadas para a China, onde um terremoto matou mais de 12 mil pessoas e outros tantos paramédicos e materiais hospitalares eram enviados para a Birmânia, onde furacões podem ter matado mais de 100 mil. Mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas de alguma maneira pelo Ciclone.
A instituição IsraAID, que representa 15 organizações não-governamentais que trabalharam nestes casos de desastres, além do já mencionado, enviou também a Birmânia uma equipe de voluntários especialistas em qualidade de água, para medir e tratar a água local, para que ela possa se tornar potável para os sobreviventes da região, que estavam morrendo de doenças, fome e sede.
Mas se o caro leitor acha que isso tudo são exceções, ou uma novidade criada nos últimos tempos, está muito enganado. Desde 1953 – quando pela primeira vez Israel enviou pessoal da Marinha para ajudar a Grécia, abalada por um grave terremoto – o grupo especial de salvamento israelense já participou de cerca de 3 mil operações de busca e resgate, tanto em Israel como em vários países do mundo.
Quando países muçulmanos se negaram a ajudar, ou o fizeram de forma ínfima no Tsunami, que atingiu principalmente a Indonésia e o Sri Lanka (paises islâmicos), Israel estava lá. Para a Indonésia, Israel enviou mais de 75 toneladas de suprimentos médicos e remédios. Para o Sri Lanka, Israel enviou médicos do Departamento de Cirurgia e Traumatologia do Hospital Hadassah, de Jerusalém, e equipes do Maguen David Adom, o serviço médico de emergência de Israel. Dias depois, um avião da Força Aérea de Israel decolou com mais de 82 toneladas de alimentos, remédios, água mineral, geradores elétricos, barracas e cobertores a serem doados às vítimas.
Mais além: quando Israel foi discriminado por ser um país judeu, mesmo assim não se negou a ajudar. A política de “salvar vidas está cima de decisões de governos” foi fator determinante.
Em 2005, o Paquistão, a Índia e o Afeganistão foram atingidos por um grande terremoto. Ocorreu então um problema nas vias diplomáticas, quando Israel decidiu enviar sua ajuda humanitária. O Paquistão, país com a segunda maior população muçulmana do mundo, e que não mantêm relações diplomáticas diretas com Israel, disse que aceitaria o oferecimento de Israel, mas de forma indireta e não oficial, através da ONU, da Cruz Vermelha Internacional ou de um Fundo de Ajuda. Confirmando a notícia, o Paquistão enviou uma lista a Jerusalém, destacando os itens mais necessários para o atendimento às vítimas: remédios, barracas, sacos plásticos, colchões, cobertores, alimentos não perecíveis, água potável, estojos de primeiros socorros e material para cirurgias. No caso do Sri Lanka, no Tsunami, a exigência do país foi que as ambulâncias e os remédios não exibissem a característica “Maguen David” (Estrela de David) vermelha.
Na época, o porta-voz do consulado israelense em Los Angeles, Gilad Millo, resumiu, de forma clara e precisa, a posição humanitária de Israel, independente de governos e governantes: “Quando acontece um desastre desse porte nós só pensamos, em primeiro lugar, em salvar vidas”. E lembrou que Israel está sempre entre os primeiros países a oferecer ajuda aos povos assolados pela tragédia, pouco importando a coloração política, credos e localização geográfica.
No Sudão, nos últimos anos, enquanto uma limpeza étnica de seus governantes muçulmanos contra a população negra do local, já deixou mais de 500 mil mortos e dois milhões de exilados, equipes israelenses tem se exposto ao perigo, se infiltrando no país para atender as vítimas do massacre.
Na Turquia, em 1999, em uma única intervenção, os israelenses salvaram 12 pessoas e resgataram 140 corpos e mais de 22 mil pessoas receberam ajuda médica, incluindo cirurgias de emergência. Especialistas em socorro internacional são unânimes em afirmar que as equipes de resgate de Israel são preparadas, de modo especial, a atender situações extremas em áreas de destruição. Por força de sua experiência em atentados terroristas à bomba, Israel desenvolveu uma avançada tecnologia para a retirada cuidadosa das vítimas dos escombros, sem a utilização de máquinas pesadas e tratores que são usados normalmente. Ainda em 2001, um terremoto atingiu o oeste da Índia e outra vez Israel enviou uma missão de socorro com equipes médicas, material cirúrgico e grupos de enfermagem, totalizando 150 profissionais. Cinco aviões da Força Aérea de Israel partiram para o local transportando equipamentos e até um mini-hospital. Em dois dias, mais de 200 pessoas foram socorridas.
No continente americano, Israel enviou equipes médicas e suprimentos para o México - quando do terremoto de 1985 - tendo o mesmo procedimento com Honduras, Nicarágua, Guatemala e El Salvador, em 1998, logo depois da passagem do furacão Mitch. Em 1999, a Colômbia foi sacudida por um forte terremoto e Israel imediatamente despachou uma grande quantidade de remédios, alimentos e leite especial para bebês. Em 2001, quando El Salvador foi novamente abalado pela tragédia de um terremoto, o Ministério do Exterior de Israel enviou estoques de remédios e equipe médica para socorrer às vítimas.
No domingo, primeiro de agosto de 2004, uma imensa tragédia deixou a população do Paraguai de luto. Em sua capital, Assunção, houve um terrível incêndio em um supermercado, cuja conseqüência foi um saldo de aproximadamente 370 mortos. Israel ofereceu imediatamente o envio de médicos, remédios e equipamentos apropriados a Assunção, a fim de auxiliar os inúmeros feridos. Dois cirurgiões plásticos israelenses se deslocaram para o local, no intuito de disponibilizar ajuda médica aos que sofreram danos físicos. Trata-se dos doutores Ymri Tamir e Eran Ben Meir, ambos do Hospital Tel Hashomer.
Outros exemplos de ajuda humanitária israelense: O terremoto na Grécia, em 1999; o ataque à embaixada norte-americana de Nairobi, no Quênia, em 1998; o incêndio na Turquia, em 1997; dando assistência a refugiados de Ruanda, em 1994; o ataque à AMIA na Argentina, em 1994; na Bósnia, em 1992; o terremoto na República da Geórgia, em 1991; a revolução na Romênia, em 1989; o terremoto na Armênia, em 1998; a erupção vulcânica em Camarões, em 1986; os terremotos no México, e, 1985; aos refugiados no campo do Camboja, em 1979 – e em muitos outros momentos e lugares.
Em relação ao Irã, logo após o terremoto que matou 30 mil pessoas, em 2003, Israel também ofereceu ajuda oficial e o envio de pessoal, remédios e equipamentos. Mas, as autoridades iranianas rejeitaram o oferecimento por razões políticas e ideológicas. Mesmo assim, o presidente de Israel, Moshe Katsav (nascido no Irã, em 1945), conclamou a população israelense a ajudar as vítimas iranianas com donativos individuais ou através de organismos internacionais.
Fica a pergunta: Porque nada disso é divulgado pela mídia? Não é notícia? Tudo isso é ainda mais surpreendente dado que todas as maiores agências mundiais de notícias têm equipes inteiras de reportagem em Israel, as quais apresentam pelo menos um artigo sobre Israel a cada dia. A falta de interesse da mídia pelo esforço humanitário israelense significa que a benevolência de Israel para com os outros povos não é transmitida favoravelmente ao mundo ocidental. Se assim fosse, talvez os observadores viessem a entender uma outra coisa: que a resposta de Israel à violência palestina é também motivada pela mais alta preocupação ética em relação à vida humana, e que não é conduzida - como a mídia tão freqüentemente retrata - por um sistema nacional opressivo e de caráter desprezível.
Como alertou em sua coluna, Claudio Humberto, intitulada "Nem Ai...", onde estão nesta hora os países muçulmanos super-endinheirados pelo petroléo e sua consciencia humanística que tanto costuma berrar pelos oprimidos e famintos?
Vários países, pobres e ricos, mandaram socorro, equipes ou dinheiro para o Haiti. Mas Arabia Saudita, Emirados Árabes, etc... ainda não compareceram ao esforço internacional. Porque?
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