Alejandro Peña Esclusa
Presidente de Fuerza Solidaria e UnoAmérica
No passado 18 de janeiro, o canal colombiano RCN difundiu um vídeo onde aparecem efetivos do Movimento Revolucionário de Libertação Carapaica criticando Chávez, por “abandonar as bandeiras do povo e beneficiar seu círculo mais próximo”. Porém, o mais chamativo é que não pedem a renúncia de Chávez, como corresponderia, senão que o protegem, exigindo somente a renúncia de seus ministros e alguns de seus colaboradores, ao mesmo tempo em que ameaçam – com armas longas nas mãos – em recorrer à violência se suas demandas não forem cumpridas.
A aparição do vídeo convém a Chávez porque lhe serve para ameaçar seus próprios colaboradores, a fim de acabar com a dissidência interna, que ficou a descoberto com a crise bancária, desatada pelo saque ao erário público por parte de altos funcionários do Governo. Também serve para aterrorizar a população, para que não se atreva a questionar o modelo socialista que está se radicalizando nestes dias, com novas expropriações e outras medidas. O Estado conta com os instrumentos necessários para desmantelar grupos como o Carapaica em pouco tempo. Se Chávez não o fizer – e se ainda por cima lhes permite aparecer publicamente apetrechados com armas de guerra como bazucas e lança-mísseis – é porque lhe interessa que o país saiba da existência destes grupos irregulares.Se se produzir qualquer atentado, quer seja contra dirigentes opositores, contra dissidentes do oficialismo ou, inclusive, contra funcionários do Governo rebeldes, então a culpa será atribuída a grupos irregulares “independentes”, liberando de toda a responsabilidade o criador intelectual destes grupos: o próprio Chávez.
O chamado dos Carapaica também serve para distrair a atenção dos incontáveis problemas que afetam o país, produto da ineficiência do Governo, sendo o mais grave o colapso do sistema elétrico que ameaça em nos deixar no escuro por semanas inteiras, em meio ao caos e à anarquia. A existência de grupos armados supostamente independentes não é algo novo. Todos os governos totalitários os fomentam e os amparam, para poder utilizá-los quando necessitarem deles. Existiram no passado, durante os governos de Hitler, Stalin e Mussolini, e existem no presente. O casal Kirchner tem os “Piqueteros”, Evo Morales tem os “Ponchos Rojos”, Daniel Ortega a seus grupos de choque e Chávez os Carapaica, entre outros.
Tradução: Graça Salgueiro
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