por Luis Alberto Villamarín Pulido em 10 de setembro de 2008
Resumo: O certo é que as relações de Lula da Silva e seu governo com as FARC, não podem ficar como uma revelação secundária publicada por uma revista de segunda categoria e nada mais.
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Estavam demorando, o governo colombiano e os meios de comunicação, para destampar a panela apodrecida da relação do governo brasileiro com as FARC, não somente pelos reveladores correios eletrônicos encontrados nos PC’s de Reyes, como também por fatos concretos anteriores, como a contribuição de vários milhões de dólares das FARC em apoio ao Partido dos Trabalhadores (PT) durante a primeira eleição de Lula.
A diferença entre Lula e os bocudos da Venezuela, Equador e Nicarágua, é de estilo mas não de pensamento nem de propósitos. E, claro que a uma potência econômica como o Brasil, com um dos exércitos mais bem preparados e que carregam uma responsabilidade muito grande em defesa da soberania nacional e da segurança do hemisfério, a ditadura cubana não a pode manipular com a mesma facilidade com que dispõe de seus cachorros em Quito, Caracas, Manágua e La Paz. Porém, ao mesmo tempo, Lula está de acordo com o que pensam e fazem seus vizinhos co-partidários, mancomunados com Piedad Córdoba e o Partido Comunista Colombiano.
O fato de que apareçam tantos funcionários públicos da administração Lula nos correios de Reyes, e que em quase todos Reyes insista na importância das relações políticas das FARC com o mandatário brasileiro, é um claro sinal de que a situação é estrutural e não uma simples conjuntura. Sem dúvida, Lula (embora à sua maneira) faz parte do complô contra a Colômbia e no final o que contam são os resultados.
A isso se acrescenta que o terrorista Oliverio Medina não tenha sido extraditado e que, pelo contrário, se lhe tenha dado status de refugiado no Brasil, além de que este estivesse ansioso à espera do passaporte para visitar Reyes no Equador.
Ao mesmo tempo, a Coordenadora Continental Bolivariana (CCB), integrada pelos partidos comunistas de todo o hemisfério e alguns representantes do ETA basco e do comunismo espanhol, não fizeram outra coisa senão multiplicar o ódio anti-yanque, a relação do governo colombiano com os Estados Unidos, a necessidade de dar protagonismo e liderança regional ao Brasil, a construção da chamada Pátria Grande e o reconhecimento político às FARC.
Palavras mais, palavras menos, esses têm sido os mesmos delineamentos de Lula que, por meio de outras argúcias e com a tática de tirar a brasa com a mão alheia, consentiu desde a suposta distância que debaixo de seu nariz se desenvolva toda esta trama com a preconcebida desculpa de que, se algum dia as coisas se descobrirem, do mesmo modo que o vergonhoso mandatário colombiano Ernesto Samper, dirá que tudo foi feito pelas suas costas.
É evidente que neste momento o presidente Uribe tem a faca e o queijo na mão, pois possue as provas que comprometem vários governos, inclusive o de Lula, com os terroristas das FARC. O desafio imediato é o emprego estratégico dessa mesma informação, não só para derrotar as FARC no campo político, senão para salvar o hemisfério da crescente onda de “aventureiros” no poder e o risco de atraso estrutural da região, se cai no projeto totalitário comunista.
Não vamos padecer a vergonha cubana que depois de meio século de ditadura nem podem viajar para fora de seu país, nem usar a Internet nem possuir um telefone celular próprio. Afora isso, perder o direito à livre expressão, à propriedade privada e à livre locomoção.
A prova disso é que quando Correa começou a desenvolver a teatral manifestação de dignidade de vitrine, ordenada pela ditadura cubana a ele e aos demais paus mandados de Fidel Castro, fez um périplo pela Bolívia, Venezuela, Brasil e Manágua antes de ir à Cúpula do Rio. É claro que tal viagem não era só para pedir solidariedade, senão para uma série de reuniões de inimigos da Colômbia, com o objetivo de refinar a mentira e as tapeações com as quais pretendiam desviar a realidade e descartar a grave responsabilidade de suas alianças com as FARC.
Não se pode esquecer que
Lula é um dos fundadores do FORO DE SÃO PAULO,
reunião pró-subversiva que acolheu as FARC como movimento político, e que o mandatário brasileiro nunca se retratou disto. Tampouco se pode esquecer que Lula nunca quis aceitar que as FARC são terroristas e inclusive disse que não faz isso, para poder servir em uma eventual intermediação na paz que ninguém lhe solicitou. Chama a atenção que os correios encontrados no PC de Reyes refiram a insistência do governo brasileiro no Acordo Humanitário, quer dizer, todos estão de acordo; não são meras coincidências.
Em outras palavras, é a mesma tese de Chávez e Correa, prevista para que os governantes “pátria ou morte” com Fidel Castro, dessem status de beligerância às FARC, assim que Chávez se reunisse com Tirofijo para protocolizar a doação de 300 milhões de dólares, mais uns barris de petróleo, com a finalidade de financiar a etapa da ofensiva final das FARC contra a Colômbia. Inclusive foi com essa mesma missão que as FARC liberaram Luis Eladio Pérez. E foi essa mesma a tese de Piedad Córdoba em suas intervenções ante auditórios no exterior.
O certo é que
É necessário que o governo colombiano inicie sem mais demora a ofensiva diplomática internacional, para que o mundo inteiro tenha os elementos de juízo suficientes para entender a dimensão do complô contra a Colômbia, e para buscar apoio na luta contra o terrorismo.
De maneira paralela, é hora de que a Procuradoria Geral da Nação inicie as investigações formais contra todos os conspiradores e os peça em extradição pois, como se supõe, os países de origem não os vão entregar, então haveria um forte argumento para levar os casos à Corte Penal Internacional. Das águas turvas e das posições pusilânimes nunca se escreveu nada. O que está em jogo é a continuidade do sistema democrático na Colômbia e a segurança integral do hemisfério. Lula não é só inimigo da Colômbia. É um dissimulado.
Os reveladores achados da conexão Lula-FARC são um elemento-chave e concreto para a reeleição de Uribe, e a continuidade da luta para conseguir a estabilidade e a paz com justiça social no país. Por isso cabe lembrar uma frase de Trumman: “Os governos não caem pelos maus senão pelos fracos”.
Que a debilidade humana não vá tocar o Presidente Uribe. Que desate a ofensiva diplomática e jurídica contra os conspiradores. Os abraços de Lula, as caleidoscópicas mudanças de atitude de Chávez e Correa, e as mudanças bruscas de Ortega, não são outra coisa que o desdobramento de uma cartilha dirigida desde Havana e justificada pelos populistas franceses. A Colômbia está na mira dos terroristas e de seus corifeus. E esse objetivo não se pode retirar do foco.
Aqui não valem nem servem para nada as posições dos consuetudinários pacifistas acovardados que, como o pavão real, encolhem a plumagem ao primeiro ruído. Tampouco valem os cantos de sereia dos camaleões, ou as desculpas esfarrapadas de Lula. Todos os conspiradores são comunistas e partem do princípio de que há uma luta de classes, na qual a Colômbia é o inimigo ao qual têm que derrotar para impor a paz socialista. Quanto ao mais, é dar oportunidade...
E mais um detalhe: já é hora de o governo colombiano trazer à luz pública as revelações que por razões óbvias devem ter os PC de Reyes, com os lógicos nexos e direção estratégica de todo o complô por parte da ditadura cubana.
Nota da Tradutora: Este artigo foi publicado em 31 de julho mas permanece atualíssimo considerando que, por ordem do governo, a imprensa além de minimizar a gravidade das denúncias, de desmenti-las sem provas contestatórias e desmerecer a revista “Cambio” como sensacionalista, colocou uma pedra sobre o assunto e nunca mais se falou disso. Daí a importância deste artigo, para que não caia no esquecimento do público mal informado, que há vínculos sólidos e reais do PT e do Sr. Lula com as FARC.
Fonte: www.eltiempo.com
Tradução: Graça Salgueiro
Luis Alberto Villamarín Pulido é analista de assuntos estratégicos e autor de várias obras importantes sobre terrorismo e tráfico de drogas, como “El Eln por dentro” (1995), “El cartel de las Farc” (1996), “La Selva Roja” (1997), “En el infierno” (2003) e “Narcoterrorismo: La guerra del nuevo siglo”, este lançado recentemente na Espanha. Seus livros são o resultado de 25 anos de experiência no comando de operações militares contra as guerrilhas colombianas. Especialista em contraterrorismo urbano e rural, inteligência militar, explosivos e demolições, e ainda graduado em Ciências Políticas, o tenente-coronel Luis Alberto Villamarín, hoje aposentado, tem mais de uma centena de artigos publicados na mídia internacional e uma coluna permanente na Military Review, revista do Exército dos Estados Unidos.
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