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domingo, 7 de setembro de 2008

Reconstruir o País

Do blog ALERTA TOTAL
Por Arlindo Montenegro, sábado, setembro 06, 2008

Mais uma noite depois de pesadelos em ambiente kafqueano esmagando baratas agressivas, desperto para o surrealismo do dito pelo não dito, desperto para o noticiário sobre crimes, acidentes e relatos coloridos sobre a fuga à responsabilidade dos que comandam a nação e “nada sabem”, que perpetram o genocídio cultural com máscara de democratas da nova ordem mundial.

Acordo para o ambiente em que, um Mao Tse Tung, estuprador de meninas camponesas, responsável pela morte de dezenas de milhões de chineses – segundo os biógrafos fundamentados em documentos históricos e depoimentos de sobreviventes – é considerado um grande líder e apontado como exemplo para a juventude, por políticos, por professores universitários, em textos escolares e até por seguidores da tal teologia da libertação, excomungados por Roma, coisa que os bispos da CNBB, os ativistas do Cimi e os padrecos de periferia ignoram olimpicamente.

Lembro o tempo do ensino básico que vivi, estudando latim para entender melhor o idioma português, aulas de geometria, música incluindo o canto gregoriano, teatro, redação, caligrafia e sinto as bofetadas da informação que diz: as escolas de ensino superior abriram espaço para reforçar as falhas (ignorância) dos alunos sobre conhecimentos básicos do idioma pátrio e matemática.

Ouço pelo rádio, vejo repórteres na tv e leio nos jornais grosseiros erros de concordância verbal. Vem à lembrança a discussão sobre textos escolares adotados pelo Ministério da Educação veiculando a desconstrução de textos históricos, exaltando e legitimando terrorismo e preconceitos: Guevara, Marighella, Lamarca, luta de classes, minorias, racismo. E sinto a inutilidade da velhice diante do quadro apavorante: balas perdidas, individualidade perdida, privacidade perdida, esperança (quase) perdida.

As novas leis são claras e vão de encontro à Constituição Cidadã, um documento que oferece detalhismo inédito em qualquer Carta Magna. Para os governantes obedientes ao Foro São Paulo é insuficiente. Por ser “democrática e burguesa”, inaceitável. Parece ter sido substituída pela enxurrada de decretos, portarias, medidas provisórias, instruções normativas, resoluções, dispositivos gerados por qualquer burocrata para fechar o cerco aos direitos e garantias individuais.

Estão cercados e no canto, sem defesa, os direitos de propriedade, de auto defesa, saúde, educação, direito à liberdade e privacidade, seja porque a Suprema Corte só age se acionada (e quando age, interpreta ou engaveta), seja por inexistir consciência, mobilização, recursos e vontade pátria para exigir, interpelar, responsabilizar os que “não sabem nada”, que têm o poder de estar acima das Leis que, pretensamente, deviam ser iguais para todos.

Paulo Brossard, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, diz que o grampo no telefone do ministro "é uma coisa inominável"! E completa: "Acho que o presidente não pode continuar dizendo que não sabia das coisas". O que acho é que todos os ministros sabem que ele, o presidente Lula sabe de tudo. E sendo assim, os ministros sabem que ele, o presidente Lula já passou da hora de pagar por sua pretensa ignorância.

O que concluo é que além dos ministros, assessores, puxa sacos, políticos, profissionais liberais, ativistas de instituições e ongs, professores, parte da nacionalidade informada e consciente, sabe. E cala enquanto mama nas tetas da República. E cala fazendo que não vê nada, fazendo que não há o que fazer. Contemporizando com o crime de lesa pátria.

Leis no Brasil só valem como aquela de Esperantina, um município com pouco mais que 30 mil habitantes no Piauí, onde, por decreto, é celebrado o Dia do Orgasmo. Ali vale a cultura do machismo patriarcal e o culto aos forrozeiros, bode e cerveja com agradecimentos ao “bolsa vadiagem”. Cultura das cavernas com direito ao pior das práticas ditas civilizadas: drogas, assaltos e o resto. As outras leis existem para serem dribladas, como ensinam muitas escolas de direito.

Alguns “últimos moicanos” acadêmicos ainda falam coisa com coisa, fundamentados em princípios, valores e documentação histórica. No geral a cultura foi descaracterizada pela base. Na literatura, na música, nos programas de “grande audiência” da tv, a baixaria e menosprezo à pessoa imperam.

Nas letras de músicas coisas como “Eu quero chá de cogumelos amarelos... Muito louco o mundo fica colorido...Vai a chuva i molhando a bosta da vaca... Alucina o coração de um maluco doidão...” Outro exemplo? Lá vai: “Zebu morreu, ele se fudeu, cogumelo é meu... Zebu morreu, ele se fudeu, cogumelo é nosso”. Me desculpem! Deixo de transcrever os “poemas líricos” que fazem apologia da maconha e cocaína ou aqueles que ofendem as mulheres, citam bundinhas, xoxotas, treisotão, teco na cara do meganha... e outras figuras exemplares.

Tudo ao alcance de qualquer menino ou menina das “melhores famílias”. E os pais não têm mais tempo para ocupar-se com a educação dos filhos. E os pais que ousam atribuir-se e assumir a educação dos filhos no lar são processados. A Lei só permite a deseducação oficial, o emburrecimento coletivo a partir da escola fundamental, com livros de texto feitos sob encomenda.

Estes Ministros – da Saúde, da Educação e outros grandolas – deste governo que privilegia o crime organizado e pune quem trabalha, cada um deles com a “ficha” mais suja que outro, tem de ser chamado “na chincha” e responsabilizado pelo genocídio cultural, além da matança, dos homicídios que superam em números as guerras localizadas em curso pelo mundo afora.

Acabaram-se os juristas, acabaram-se os patriotas, foi-se o tempo em que a Lei era cumprida e obedecida pela maioria. Foi-se o tempo em que a Pátria era uma entidade palpável, respeitada e dignificada pelo trabalho. Há quem espere de eleições! Francamente, se algo ainda pode ser feito para reconstruir esta nação desfigurada, reside na reeducação de cabo a rabo. Uma tarefa hercúlea que não interessa aos poderosos.

Pensar Brasil e reconstruir o Brasil. Estabelecer rumos, criar os mecanismos, juntar a inteligência que resta. Será que é vão querer viver num país soberano e democrático? Será melhor conformar-se com desejos pessoais como o do Ronaldo que só pensa em jogar no Flamengo? Ou alguma coisa do tipo visitar a Disneylândia, ganhar na loteria...

Arlindo Montenegro é Apicultor.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".