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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Um cristão pelo capitalismo

Do portal OrdemLivre.org
por James Gwartney

Muitos líderes cristãos – evangélicos, protestantes tradicionais e católicos – parecem acreditar que o capitalismo é injusto e que talvez seja necessária mais intervenção governamental para humanizá-lo. Embora muitos de nós que somos economistas e cristãos consideremos essa visão equivocada, às vezes não temos argumentos suficientes para ajudar a mudá-la. Mas eu gostaria de oferecer alguns.

O que eu defendo, quando falo sobre o capitalismo, é uma ordem social que se mobilize para proteger a propriedade de alguém, caso ela tenha sido adquirida sem o uso da violência, do roubo ou da fraude; e que confie primeiramente nos preços do livre mercado para a alocação de bens e serviços – o sistema social fundamental dos Estados Unidos. Aqui estão algumas razões pelas quais os cristãos devem pensar com mais carinho sobre esse tema.

O capitalismo recompensa e reforça a prestação de serviços a terceiros. No capitalismo, a renda de uma pessoa é diretamente relacionada à sua capacidade de fornecer bens e serviços que melhorem o bem-estar dos outros. Os vencedores no mundo dos negócios são aqueles que descobrem o que os consumidores desejam e lhes oferecem um negócio melhor do que encontrariam em outro local.

Além disso, essas iniciativas colocam pressão sobre outras empresas para que sirvam melhor os consumidores, como você perceberá se observar como os varejistas reagem à abertura de uma nova loja de produtos baratos. Claro que os homens de negócios não devem se preocupar com outras pessoas, como os cristãos são guiados a fazer. Porém, se desejam ser bem sucedidos, eles devem servir a seus consumidores melhor do que a concorrência. Em essência, a competição força os homens de negócios a agir como se preocupassem com os outros.

O capitalismo abastece as massas, não apenas a elite. Para se obter um grande sucesso no capitalismo, você deve produzir algo que atraia muitas pessoas. Henry Ford se tornou um multimilionário por produzir automóveis a preços baixos, que cabiam no orçamento da massa de consumidores. Por outro lado, Sir Henry Royce morreu com uma modesta riqueza. Ele desenvolveu um carro bem superior ao de Ford, o Rolls Royce, mas o desenvolveu para os ricos. O mercado o recompensou de acordo com a sua escolha.

O capitalismo cria oportunidades para realizadores de todas as origens socioeconômicas subirem na escala social. Não é coincidência que as pessoas pobres do mundo corram em direção aos países capitalistas, ao invés de para longe deles. Os pobres trabalhadores mexicanos arriscam suas vidas por oportunidades de trabalho nos Estados Unidos. Na Europa, os soviéticos construíram um muro para evitar que mais pessoas fossem para o ocidente capitalista. No sudeste da Ásia, as pessoas são atraídas por Hong Kong, Taiwan, Tailândia e outros países capitalistas. Por quê? Porque o capitalismo fornece oportunidades para aqueles que desejam o sucesso.

Nos Estados Unidos, os que antes eram refugiados pobres estão obtendo sucesso, seja trabalhando em restaurantes, dirigindo táxis ou fazendo negócios. Um estudo recente descobriu que quase metade das famílias que faziam parte dos 20% mais pobres nos Estados Unidos em 1971, tinham subido bastante na escala econômica já em 1978. Nenhum outro sistema fornece mais oportunidades para avanços com menos rigor social embutido.
O movimento escala abaixo também acontece: as riquezas de hoje não garantem seu sucesso amanhã. Como o Deus dos cristãos, o capitalismo “não faz acepção de pessoas.”

O capitalismo protege as opiniões minoritárias. Quando as decisões são tomadas politicamente, as visões minoritárias, geralmente, são suprimidas. Por exemplo, em uma escola pública, a maioria decide se serão permitidas orações, se haverá aulas de educação sexual e qual deverá ser a ênfase nas habilidades básicas. Aqueles que não concordam com a decisão deverão desistir ou então pagar duas vezes pela educação, uma vez nos impostos e outra nas mensalidades da escola privada.

Um sistema de mercado permitiria que cada minoria fosse representada. Por exemplo, sem interferir na liberdade dos outros, alguns pais poderiam enviar suas crianças para escolas que permitem orações. Cristãos praticantes, que freqüentemente se encontram em minoria, deveriam apreciar esse aspecto do capitalismo, que permite que pessoas tenham objetivos diferentes sem conflito ou rancor.

Mesmo aqueles que conseguem ver essas vantagens ainda podem acreditar que o capitalismo é materialista demais. É verdade que esse sistema possibilita às pessoas ter prosperidade e algumas pessoas acabam tendo problemas em sua busca por riquezas. Porém, o capitalismo não força os indivíduos a cultuar o “dólar sagrado”. Os indivíduos são tão livres para ser cristãos ascetas quanto para ser hedonistas.

Às vezes, os cristãos argumentam que o capitalismo promove a desigualdade, favorecendo os ricos. Porém, a desigualdade está presente em todos os sistemas econômicos. As pessoas que têm as melhores idéias, as mentes mais criativas e mais energia, tendem a subir ao topo da burocracia socialista, exatamente como aconteceria em um sistema capitalista.

Entretanto, as elites em um sistema capitalista possuem menos poder do que as elites em um sistema no qual o governo predomina. Mesmo em uma democracia, os detentores de cargos eletivos possuem mais poder sobre a vida dos outros do que o mais rico dos indivíduos. Os membros do congresso têm o poder de tomar uma porção de nossos rendimentos sem nosso consentimento, algo que David Rockefeller ou os irmãos Hunt não podem fazer, não importa o quão ricos sejam. Além disso, caso as pessoas ricas utilizem suas riquezas de forma improdutiva – ou seja, para o consumo em vez de para o investimento, ou para fornecer coisas que as pessoas rejeitam – ver-las-ão desaparecer com o tempo. Mesmo um milionário que viva de dividendos gerados por suas ações só recebe os frutos de seu investimento se as companhias fornecerem produtos que as pessoas desejam.

É claro que o capitalismo não impõe demandas morais, como o cristianismo. Porém, os sistemas econômicos que buscam aperfeiçoar a natureza humana nos levam com mais freqüência à tirania do que à melhora da raça humana. Os cristãos fariam muito bem ao se satisfazer com um sistema econômico que reforça as virtudes cristãs, melhora os padrões de vida e dá espaço à visões minoritárias. E esse sistema é o capitalismo.

Original em inglês.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".