Acabo de comprar na banca de jornais o Guia para o vestibular 2009, caderno História, da editora Abril.
Não chega a ser marxismo explícito. Mas o que perpassa todo o texto, seu pano de fundo constante, é a luta de classes. Senhores e escravos, nobres e servos, burgueses e proletários, colonizadores e colonizados. Exploradores e explorados.
A Igreja "monopolizou" a ciência na Idade Média, em vez de tê-la preservado e difundido. Espanha e Portugal dizimaram os índios (que viviam no paraíso), em vez de tê-los civilizado. O capitalismo explorou e destruiu o meio-ambiente, em vez de ter impulsionado o progresso.
A complexidade e ambivalências das obras humanas nunca é mostrada.
Sim, o stalinismo, o maoísmo, o castrismo, ao lado do nazismo, também são criticados. Mas nunca o marxismo. Foram experiências deturpadas, desviantes da doutrina pura.
Em suma, a História Humana é uma sucessão de lutas pelo domínio do outro, o lucro é o único valor impulsionador da ação humana. O capitalismo é instituição perversa e os Estados Unidos seu paradigma.
Falta uma visão orgânica, integral da História.
A Igreja não era um corpo estranho na sociedade medieval, mas sua própria alma. Nos tempos coloniais o Brasil não era dominado por Portugal, como duas identidades distintas. E a qualidade de vida que hoje desfrutamos devemos simplesmente ao impulso capitalista, não a planos estatais. Para que persistir na visão maniqueísta? Os bons e os maus. Como se estas características não estivessem em toda parte, em todas as instituições e indivíduos?
Os autores e professores contaminados pelo vírus simplista da luta de classes não estão de todo errados. Denunciam uma realidade. Mas pecam pela parcialidade de sua visão, pela ausência de alternativas de interpretação da realidade. Pela recusa em ver os fatos em sua totalidade. Pelo pessimismo que incutem na juventude.
Comentário do Cavaleiro: mesmo em sistemas socialistas existe a disputa ENTRE SERES HUMANOS, a busca por espaço profissional, pessoal, etc. É a coisa mais natural do Universo. Mesmo se conseguíssemos "eliminar" a luta de classes, patética bandeira esquerdopatista, ainda assim seriam seres humanos buscando seu espaço no mínimo através do auto-desenvolvimento pessoal/profissonal. Não venham me dizer por exemplo que os melhores atletas cubanos recebem o mesmo tratamento que os piores, os que se desenvolvem menos. Eles não buscam as melhores marcas para irem às Olimpíadas? Para isto não... DISPUTAM COM OS OUTROS ATLETAS? E os melhores não recebem mais.. REGALIAS? Ao receberem mais regalias não... MUDAM DE CLASSE? O que estes salafrários propõem na prática é a substituição da luta de classes pela disputa de TODOS contra o ESTADO SOCIOPATISTA como vimos e vemos em Cuba, China e em todos os antigos e atuais sistemas escravocratas, onde o cidadão que gosta da CONDIÇÃO HUMANA tenta de todo jeito fugir.
– visite e divulgue o www.escolasempartido.org –
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