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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Marxismo selvagem

MOVIMENTO ENDIREITAR
Qui, 30 de Outubro de 2008 23:51 Eguinaldo Hélio de Souza

O que me moveu a escrever sobre o tema é a saturação da presença de Marx no meio acadêmico. Até pichado nas paredes dos banheiros podem ser encontradas frases dele. De Fidel a Lula, sua barba símbolo está presente. Seus escritos, como todo clássico que se preze, são mais comentados do que lidos. São quase livros sagrados. Apenas citações esparsas são encontradas aqui e ali.

Marx não foi um marxista com toda a certeza. Não no sentido em que geralmente se usa essa expressão, para mostrar que os pensamentos do autor foram distorcidos pelos seus discípulos. Ele não foi um marxista porque jamais viveu da maneira como disse que o mundo deveria viver.

Embora condenasse o capitalismo, foi sustentado por um capitalista, Friederich Engels, a quem escrevia “Prefiro cortar um dedo da mão a lhe pedir dinheiro novamente”. E lá vinha a polpuda quantia... As heranças de parentes ricos foram avidamente devoradas e mal administradas por ele. (Sua mãe chegou a escrever uma carta dizendo que preferia que seu filho arrumasse alguma capital, ao invés de somente escrever sobre ele).

Embora descrevesse o proletariado como a classe redentora da humanidade, pintando-a com um colorido messiânico tirado das páginas do profeta Isaías, estava longe do que pode ser chamado de proletário. Isso explica a presença de milionários, artistas e outras personalidades nada proletárias em partidos comunistas-marxistas-comunistas. Como disse Alain Besançon em sua magistral obra A Infelicidade do Século, a revolução comunista jamais é realizada pelo proletariado e sim pela seita ideológica que fala em nome dele.

Ainda diferente dos socialistas utópicos condenados por Engels em sua obra Do socialismo utópico ao socialismo científico, Marx jamais chegou perto de algum experimento real de suas teorias. Roberto Owen, Saint-Simon e Charles Fourier podem ter fracassado em seus experimentos sociais, mas ao menos tentaram sair da letra para a ação. Ele jamais superou o estágio de teórico de gabinete. Tinha uma fé gigantesca em suas teorias, embora não nenhum fato concreto ratificasse essa fé. Sua confiança nas “inexoráveis leis históricas” soa ingênua hoje.

O máximo que a história conseguiu até hoje foi provar que Marx estava errado. O capitalismo continua vivo e todas as tentativas práticas de aplicar Marx terminaram num banho de crueldade e sangue. O socialismo sobrevive hoje apenas em países-prisões como Coréia do Norte e em Cuba.

Se os Titãs acham que o capitalismo é selvagem, precisavam ler sobre os expurgos políticos da União Soviética feitos por Lênin e Stalin, a Revolução Cultural de Mao-Tse-Tung na China ou assistir Gritos no Silêncio, onde aparecem inúmeros esqueletos humanos boiando no rio, vítimas da revolução comunista do Camboja. Se Marx não foi marxista em seu tempo, creio muito menos o seria hoje.

Não consigo entender essa paixão por Che Guevara, Cuba e o socialismo. Os piores cegos continuam sendo aqueles que não querem enxergar. Claro que o capitalismo merece muitas críticas (aliás, o que não merece crítica nesse nosso mundo caído). Entretanto, com certeza as melhores alternativas não estão nas divagações do velho Karl.

Talvez possamos parodiar Winston Churchill e dizer que o capitalismo ainda é o pior dos sistemas econômicos. Com exceção de todos os outros.

Fonte: www.juliosevero.com

Última atualização ( Qui, 30 de Outubro de 2008 23:57 )

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".