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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Saudade de Barney e Miss Beazley - Barack HUSSEIN "OSAMA BIN LADEN" HUSSEIN

BRASIL ACIMA DE TUDO
08 de novembro de 2008
obama-faith

"O que menos importa em Barack Obama é sua mulatice. Ele próprio acredita nisso. Ridiculamente, ele está sendo tratado por todos como um Nelson Mandela, e os Estados Unidos, como uma África do Sul dos tempos do apartheid. Calma. Muita calma"

Por Diogo Mainardi (*)

"Os americanos sempre manifestaram um salutar desinteresse por seus governantes. Agora isso mudou. Eles se tornaram mais bananeiros, mais caudilhescos. O eleitorado de Barack Obama quer ser amparado por ele, quer ser protegido por ele, quer ser mimado por ele"

Nova York. Barack Obama acaba de ser eleito. Dou uma espiada no que acontece na rua. Uma mulher extasiada berra de uma janela. Ela berra como o bode que os parentes quenianos de Barack Obama sacrificaram para comemorar sua vitória. Uma picape passa buzinando. Outra picape passa buzinando ainda mais alto, com uma bandeira do lado de fora. Os americanos se parecem com a torcida do Vila Nova. No bairro dominicano, algumas quadras adiante, os moradores soltam fogos de artifício exatamente como no Morro do Vidigal, quando chega um novo carregamento de drogas.

Volto para meu apartamento. Na TV, Barack Obama está discursando para milhares de fiéis reunidos no Grant Park, em Chicago. Ele anuncia sua primeira medida como comandante-em-chefe dos Estados Unidos: comprar um cachorro para suas filhas, que tomará o lugar de Barney e Miss Beazley, os dois scottish terriers de George W. Bush. Como afirma Barack Obama em seu discurso, chegou a hora de mudar a Casa Branca. Barney e Miss Beazley: adeus.

Muita gente chora. Muita gente reza. Mais do que uma festa, trata-se de uma missa campal. Barack Obama é o sacerdote que pode perdoar os americanos de todos os seus pecados, da escravatura à guerra no Iraque. "Um momento épico", exaltam os comentaristas. "Um evento histórico", repetem continuamente. Se de fato é um evento histórico, eu, do lado de cá da tela, de pijama, comendo um prato de Rice Krispies, me sinto como Fabrizio del Dongo, que passa pela Batalha de Waterloo sem se dar conta de seu real significado, no romanceA Cartuxa de Parma, de Stendhal. Barack Obama é Nelson Mandela? Os Estados Unidos acabam de sair do apartheid? Nada disso. Ele é só um presidente. Mais um.

Barack Obama atraiu os eleitores de 18 a 29 anos. Votar é menos excitante do que amarrar os sapatos. Mesmo assim, eles registraram o momento do voto com seus telefones celulares, descarregaram as imagens no YouTube e as divulgaram pelo Twitter. Os comentaristas elogiam sem parar o empenho dos eleitores de 18 a 29 anos na campanha de Barack Obama. Eu jamais confiaria neles para escolher uma marca de cotonetes, menos ainda para escolher um presidente dos Estados Unidos. Chega. Desligo a TV.

Um blogueiro informa que se trata do maior comparecimento às urnas desde 1908. É mesmo. Eu vi. Numa igreja aqui perto, os eleitores passaram o dia inteiro na fila, mandando mensagens SMS e tomando café de canudinho. Os americanos sempre manifestaram um salutar desinteresse por seus governantes. Agora isso mudou. Eles se tornaram mais bananeiros, mais caudilhescos. O eleitorado de Barack Obama quer ser amparado por ele, quer ser protegido por ele, quer ser mimado por ele.

A mulher continua a berrar da janela. Os motoristas continuam a buzinar. Muito barulho por nada. Vou sentir falta de Barney e Miss Beazley.

Trecho do podcast. Ouça a íntegra em www.veja.com.br/diogomainardi

"O que menos importa em Barack Obama é sua mulatice. Ele próprio acredita nisso. Ridiculamente, ele está sendo tratado por todos como um Nelson Mandela, e os Estados Unidos, como uma África do Sul dos tempos do apartheid. Calma. Muita calma"


(*) Fonte: http://veja.abril.com.br/121108/mainardi.shtml

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".