Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

terça-feira, 6 de abril de 2010

OS TUMORES DO POPULISMO

OS TUMORES DO POPULISMO

Nivaldo Cordeiro

02 de abril de 2010

http://www.nivaldocordeiro.net/ostumoresdopopulismo

Os jornais dão conta de que os dois tumores que ameaçam a economia brasileira desde sempre – a inflação e o déficit na balança comercial – estão emergindo com toda força. Não é para menos. A política econômica “desenvolvimentista” de Lula não poderia dar em outra coisa. É a sina dos brasileiros, que não conseguem se livrar dos populistas governantes.

Esses indicadores precisam ser compreendidos, pois expressam generalidades e múltiplas ações, nem sempre fáceis de compreender. Se a causa primeira de tudo é o déficit do setor público, é preciso analisar os componentes desse déficit para dar clareza aos fatos. Em primeiro lugar, temos o crescimento exponencial do déficit da Previdência Social, agravado que foi pela elevação real do salário mínimo na era Lula. Em segundo lugar, a pressão dos salários e aposentadorias do funcionalismo público, que sofreu rápida expansão nos últimos anos. Em terceiro, o grande custo da dívida pública, que cresce por forças dos sucessivos déficits.

O Brasil se encontra na situação se ter contingentes crescentes de pessoas desocupadas e altamente remuneradas, por força de diplomas legais de notória imoralidade. E aqui nem me refiro aos mal-afamados marajás, que por serem exceções da regra não pesam muito no conjunto. Há categorias inteiras agora que, por extensão, deveriam ser nominadas de marajás, tal o nível de remuneração e privilégios, em absoluto descompasso e desproporção com os rendimentos do setor privado. Refiro-me aqui ao caso notório dos funcionários da Justiça.

Não deixa de ser interessante que o móvel principal dos que lutaram pela República foi para acabar com os privilégios de uma minoria amparada por leis injustas, parasitando o Estado e os pagadores de impostos. Agora a nossa República virou a patrocinadora de toda sorte de privilégios legais, em prejuízo dos que trabalham e geram riquezas. Os tumores que assombram os brasileiros expressam essa falha essencial de nosso sistema político.

Restabelecer a moralidade nos gastos públicos – vale dizer, reduzir o número de funcionários e aplicar regrasatuarialmente sustentáveis para concessão de aposentadorias – é o caminho para o saneamento das contas e para criar as condições para a economia brasileira lograr taxas de poupança compatíveis com a necessidade de investimentos. Reduzir impostos é o movimento necessário para restabelecer a capacidade de poupança.

O problema é que o sistema político está viciado em cativar aposentados e funcionários públicos. Nenhum político ousa sequer falar contra os enormes privilégios criados. Mesmo nas cortes absolutistas na velha Europa não se viu algo assim. República e privilégios imorais são incompatíveis entre si. É bom lembrar que o absolutismo espúrio acabou na guilhotina. O sistema político brasileiro sofre com a falta de legitimidade para o objetivo de manutenção do status quo e com a sua imoralidade inerente. Como acabará tudo isso por aqui?

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".