Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O APELO DE FHC

O APELO DE FHC

Nivaldo Cordeiro

03 de abril de 2010

Sinto que FHC se encontra naquela encruzilhada da vida, em que suas convicções de juventude, qual um Fausto tupiniquim, mostram-se falsificações mefistofélicas e que suas construções podem custar 
a vida e a liberdade de Baucis e Filémon, de todos os brasileiros


Sempre leio com proveito os textos e declarações de Fernando Henrique Cardoso. Mesmo não renegando sua fé socialista, sempre reafirmada, FHC costuma ser sincero e agudo nas suas observações, não obstante não conseguir retirar as conseqüências práticas de suas análises. Ele é hoje o grande oráculo político do Brasil.

O Estadão deste domingo trouxe um novo artigo seu (Hora de união), muito importante. E o Caderno Aliástrouxe também uma entrevista, que precisa ser sublinhada.

No artigo, FHC rememora como se deu o apoio das lideranças paulistas do então MDB à candidatura de Tancredo Neves ao colégio eleitoral, viabilizando a transição do regime militar para o poder civil. O ex-presidente sabe que o papel de Aécio Neves, neto de Tancredo, é vital para os destinos da candidatura de José Serra. Se Aécio subir em dois palanques, traindo a unidade em torno de Serra, as chances de derrota aumentam.

Lembrar o que foi feito em nome dos interesses gerais da Nação é oportuno, sobretudo por se invocar esse fato marcante da nossa história política.

Não subestimemos: Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral e o governador Aécio tem influência em parcela ponderável da opinião pública fora de lá. Qualquer vacilo da sua parte pode torná-lo o maior eleitor de Dilma Rousseff, selando a derrota de José Serra.

Na entrevista ao Aliás FHC fez uma análise sombria da estrutura de poder suportada pelas forças do PT. Nas suas palavras: “Em plena democracia, as forças de decisão estão se constituindo num golpe de poder que une setores do Estado, empresas e fundos de pensão”. Ele poderia ter acrescentado aqui também o papel dos sindicatos.

Eu próprio tenho apontado essa realidade em muitos textos que escrevi. Essa forma fascista/corporativa de organizar a economia é meio caminho andado para o totalitarismo, que, bem sei, o PT, se tiver oportunidade, não hesitará em instituir.

Infelizmente, FHC não faz a autocrítica necessária. Ele é o principal artífice da chegada ao poder do PT e os andaimes iniciais desse temida estrutura política foram postos por ele mesmo. FHC também se esquece de olhar a biografia e o programa de José Serra, que não difere muito daquilo que o PT acredita e almeja: um Estado agigantado, dirigindo autoritariamente a sociedade. De que adiante gritar “Fogo!”se o incendiário está no seu próprio quintal, aguardando a oportunidade para alastrar o incêndio?

Vejo que falta a FHC essa coragem moral para retirar as conclusões necessárias, que o Brasil caminha para uma forma letal de totalitarismo, urgindo mobilizar a Nação contra essa ameaça imediata. Usa o tom de convescote intelectual, como se falasse de uma realidade distante. Esta realidade é imediata e afeta os destinos de todos os brasileiros.

 Não adianta falar mansinho se o fogo começou e começa a se alastrar. Ele exige o combate imediato e resoluto.

Sinto que FHC se encontra naquela encruzilhada da vida, em que suas convicções de juventude, qual um Fausto tupiniquim, mostram-se falsificações mefistofélicas e que suas construções podem custar a vida e a liberdade de Baucis e Filémon, de todos os brasileiros. Se tivesse verdadeira integridade moral faria oposição para valer e mobilizaria as chamadas forças vivas da Nação, na sua condição de ex-presidente. Mesmo Serra não é a pessoa para reverter o quadro deletério. Mesmo Aécio não é um escudeiro confiável.

FHC enxergou a tragédia e não sabe o que fazer com essa informação, para infortúnio de todos nós.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".