Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

DILMA NO TÚMULO DE TANCREDO: FINALMENTE, O LOBO EM PELE DE CORDEIRO

BLOG REINALDO AZEVEDO

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cavaleiro do Templo: depois dos três artigos anteriores, é fichinha entender o que o Reinaldo nos mostra abaixo, não é mesmo? O que o PT é capaz de fazer para não largar o poder transcende o inimaginável, mas não assusta mais pois agora sabemos quem são!!!



A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tenta desesperadamente chamar a atenção. A iniciativa mais recente, de fato, é de lascar. Em seu périplo mineiro, decidiu botar flores no túmulo de Tancredo Neves. Segundo ela, o presidente Lula realizou o sonho do mineiro eleito presidente, mas que não chegou a tomar posse. Pouco importa de que lado se esteja da peleja, pouco importa a torcida, o fato é que o gesto é de uma impostura fabulosa.
A oposição divulgou uma nota em que acusou Dilma de “encenação” e “prática eleitoreira”. É um pouco mais: trata-se de uma farsa, porém exercida com método.

O PT combateu ferozmente Tancredo Neves e se negou a participar da votação no Colégio Eleitoral, que era, àquela altura, o único caminho possível para evitar a eleição de um presidente ainda indicado pelo Regime Militar. Sem a união do PMDB com o grupo de dissidentes do PDS — Frente Liberal, que seria o núcleo do futuro Partido da Frente Liberal (PFL) —, Paulo Maluf teria sido eleito presidente da República.


ATENÇÃO! Não é que o PT tenha apenas de oposto oficialmente à participação no Colégio e pronto! Ele expulsou 3 de seus então 8 deputados que contrariaram a orientação e decidiram votar em Tancredo: Beth Mendes, José Eudes e Airton Soares. Isto mesmo: expulsou, botou na rua, não quis mais saber, jogo-os aos leões. Foram tachados de “traidores”. Por quê? Porque, segundo os petistas, tudo não teria passado de uma tramóia para fazer a transição negociada. Tramóia? A emenda das Diretas tinha sido derrotada pelo Congresso.


Este é o PT. Construiu-se depredando reputações, dizendo um “não” sistemático a todas as tentativas honestas — as atrapalhadas e as boas, tanto fazia — de melhorar o Brasil que não estivessem sob o seu controle e sob o seu comando.

E vejam que coisa fabulosa: José Sarney, indicado pela Frente Liberal para ser o vice de Tancredo, acabou assumindo a Presidência. Os petistas lhe fizeram oposição ferrenha — num momento em que, vá lá, ele estava do lado que fazia avançar a democracia. O PT só se uniu a Sarney em 2002, quando ele estava de volta a seu nicho original, o coronelismo mais atrasado, ecoando o patrimonialismo mais primitivo.

Não foi só o Colégio Eleitoral que o PT sabotou não:

- tachou a Constituinte e a Constituição de tramóia das elites; o partido se negou a homologar o texto numa solenidade simbólica de adesão do Congresso á Carta Magna. Lula esteve entre os parlamentares constituintes mais relapsos. Dizia abertamente que aquilo não servia pra nada; que era a Casa dos 300 picaretas;

- quando Collor renunciou, e Itamar Franco assumiu a Presidência, o país chegara a uma espécie de grau zero da legalidade. O PT se negou a participar do governo porque as pesquisas indicavam que Lula era o favorito para sucedê-lo. Cumpria, pois, ficar na oposição, malhando o governo;

- o PT expulsou Luíza Erundina, que aceitou ser ministra do presidente Itamar Franco;

- o PT se opôs ferrenhamente ao Plano Real e sustentava que ele era contra os trabalhadores;

- o PT se opôs ao programa de reestruturação de bancos —  para o partido, nada além de mamata para banqueiros. O Proer é a base da solidez do sistema bancário brasileiro, que resistiu muito bem à crise global;

- o PT se opôs ao programa de reestruturação dos bancos estaduais, fonte permanente de desastres para os estados;

- o PT se opôs às privatizações, que retiraram o país da taba;

- o PT se opôs às reformas constitucionais, parte delas apresentada pelo próprio partido em 2003;

- o PT recorreu ao Supremo contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que Palocci passou a considerar “inegociável ” e “intocável” só a partir de 1º de janeiro de 2003;

- hoje, o PT sabota o programa de reestruturação da educação e da saúde em São Paulo.

Volto a Tancredo


A homenagem a Tancredo, com 25 anos de atraso, é a expressão de um método, além de ser ato do mais rasteiro eleitoralismo. O partido, costumo dizer, instituiu o presente eterno na política. Pouco importa o que tenha feito, sempre estará a defender o seu ato mais recente, como se a história não existisse. Sim, partidos podem mudar de rumo. O Trabalhista, da Inglaterra, dizia-se marxista e socializante. Antes da ascensão de Tony Blair, houve por bem rever os seus conceitos. Não chegou a ser um mea-culpa. Foi uma revisão: “Estamos errados; não podemos mais pensar isso”. E mudaram seus estatutos e sua prática.

O PT não revê coisa nenhuma. Sua teoria é outra e já foi exemplarmente exposta por Lula. Trata-se, como ele revelou numa entrevista concedida ainda em 2003, da Teoria da Bravata. Ele acha normal que um partido defenda uma coisa quando está na oposição e o seu oposto quando está na situação.

Essa postura é de tal sorte escandalosa que, no debate sobre a reforma da Previdência que Lula decidiu fazer em 2003 (depois de tê-la atacado severamente no governo FHC), os deputados federais do partido defendiam a proposta para os servidores da União, mas os deputados estaduais de São Paulo se opunham a texto idêntico para os funcionários do Estado. Afinal, o partido era governo no Brasil, mas era oposição em São Paulo.

Para ficar na zoologia dilmística, vemos agora a petista posar (Emir Sader escreveria “pousar”) de cordeiro no túmulo de Tancredo, embora o partido tenha sido o lobo de todos os que lutaram, antes dele, para fazer um país melhor.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".