Agencia Estado - 26/10/2008
A Confederação Geral do Trabalho (CGT) argentina alertou para uma onda de férias coletivas e demissões iniciada dias atrás. Segundo a CGT, no curto prazo 80 mil pessoas perderão seus empregos. Os sinais da crise já surgiram nos setores automotivo, de autopeças, têxteis e frigoríficos.
A Argentina entrou na crise financeira mundial arrastando problemas internos. A inflação está em escalada desde o ano passado (e, para complicar, o governo é acusado de falsificar os dados sobre inflação e pobreza). A economia desacelerou seu ritmo desde de março. Além disso, o governo protagonizou um conflito de quatro meses com os ruralistas, do qual saiu derrotado política e economicamente. De quebra, nos últimos dois meses foram intensos os rumores de que a Argentina estava a caminho do segundo calote da dívida pública em menos de uma década.
E, como se fosse pouco, o único comprador estrangeiro dos bônus argentinos, o presidente venezuelano Hugo Chávez, terá menos fundos - por causa da queda do preço do petróleo - para continuar financiando o governo Kirchner. "Na região, a Venezuela e a Argentina são os países mais vulneráveis porque já tinham vários problemas econômicos internos prévios à crise mundial", afirma o economista Ricardo Delgado.
O governo da presidente Cristina Kirchner também tem problemas para manter o respaldo da União Industrial Argentina (UIA), que ao longo dos últimos cinco anos havia apoiado os Kirchners de forma incondicional. A UIA insiste na desvalorização do peso como forma de aumentar a competitividade. O governo, até agora, para irritação dos empresários, rejeita essa medida, por medo a uma nova escalada inflacionária.
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