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domingo, 10 de agosto de 2008

A ditadura chavista avança

Do portal do ESTADÃO
Domingo, 10 de Agosto de 2008

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Assim que foram conhecidos os resultados do referendo de 2 de dezembro do ano passado, quando os eleitores venezuelanos rejeitaram o texto da Constituição bolivariana que a Assembléia Nacional havia aprovado - uma confusa mistura de populismo e socialismo, feita sob medida para a perpetuação do caudilho no poder -, Hugo Chávez declarou que respeitaria o veredicto popular, mas não desistiria de instaurar um regime socialista na Venezuela. Mais uma vez, o coronel golpista prova que, quando se trata de seu projeto político, não faz promessas vãs.

Há 18 meses, quando se iniciou o processo de elaboração da frustrada Constituição, Chávez obteve da dócil Assembléia autorização para governar por decreto - a chamada Lei Habilitante. Surpreendentemente, fez uso relativamente moderado desse instrumento de exceção, tendo abusado apenas quando pretendeu transformar o serviço de inteligência num instrumento de controle social à maneira da Gestapo e da KGB. Tamanha foi a reação dos venezuelanos que Chávez revogou o malsinado decreto.

Mas no dia 1º deste mês, último dia de vigência da Lei Habilitante, o caudilho mostrou por que exigiu poderes especiais para legislar: baixou 26 decretos, a maioria reproduzindo - e, às vezes, tornando mais radicais - dispositivos contidos na Constituição rejeitada no referendo. "A Lei Habilitante é uma emboscada para passar de contrabando a reforma constitucional que o povo recusou", disse Luiz Miquilena, ex-mentor político de Hugo Chávez, de quem foi ministro do Interior. "A única coisa que Hugo Chávez não pode fazer pela Lei Habilitante é perpetuar-se no poder com reeleição indefinida."

Em qualquer país governado pelas leis, não se admite que matéria rejeitada em referendo entre no ordenamento jurídico por meio de decreto. Na Venezuela de Chávez, não apenas isso é possível, como ele chegou ao cúmulo de mandar publicar na Gaceta Oficial, no último dia de vigência da Lei Habilitante, apenas as emendas dos decretos. Só nas edições seguintes a população tomou conhecimento do texto completo de alguns decretos - outros ainda serão publicados, o que significa que os diplomas legais não existem, embora vigorem os seus resumos. Nem nos momentos mais negros do regime soviético chegou-se a esse nível de desfaçatez e de desprezo pelas formalidades legais.

Assim, os venezuelanos tomaram conhecimento da existência de um decreto, cujo texto não conhecem, que pune com até 10 anos de prisão quem "impeça, direta ou indiretamente, a produção, fabricação, importação, transporte, distribuição ou comercialização de bens de primeira necessidade". Como Chávez atribuiu às milícias bolivarianas a responsabilidade pela administração dos estoques de alimentos e produtos agrícolas - militarizando a cadeia de produção, distribuição e comercialização -, está claro que aquele decreto não se destina a proporcionar "segurança alimentar" à população nem a regular o abastecimento. Na verdade, tomará 10 anos de cadeia quem se atrever a organizar protestos contra a ditadura chavista, como fizeram os petroleiros e os produtores industriais e rurais que paralisaram o país em 2002.

Outro decreto reorganiza as Forças Armadas, criando uma Reserva que nada mais é do que um misto de guarda pretoriana e "comitês de defesa". Como essa Reserva será constituída por civis, aproveitando a estrutura das já existentes milícias bolivarianas, Chávez poderá exercer mais facilmente o "controle social" da população, consolidando uma cópia dos Comitês para a Defesa da Revolução de Cuba.

No plano econômico, o pacote introduz as medidas da Constituição rejeitada que implantavam o socialismo. O Estado intervirá nas empresas que não se adaptarem ao "modelo socialista". Da mesma forma, poderá expropriar e suspender a produção de fábricas e interromper greves de trabalhadores. O processo de expropriação de bens fica abreviado com a extinção da exigência prévia de declaração de utilidade pública pela Assembléia.

Sobre um único passo para a consolidação do projeto bolivariano Chávez não precisou legislar. Como ele quer "ganhar, bem ganhas" as eleições regionais de novembro, e anunciou que "aos inimigos, nem água", a Controladoria-Geral, que ele controla, declarou inelegíveis 272 oposicionistas que poderiam atrapalhar seus planos. E ainda há quem diga que a Venezuela de Chávez é uma democracia!

Comentário do Cavaleiro do Templo: este salafrário venezuelano é CRIA DO LULA, como ele mesmo afirmou no aniversário de 15 anos do FORO DE SÃO PAULO (veja aqui, baixe o texto e veja o link do mesmo, uma prova de fonte primária). E, como o LULA nunca disse nada contra as atitudes do CHÁVEZ, entende-se imediatamente que está tudo bem entre eles. Vocês leram acima que, pelo menos em tese, o ex-mentor do sociopata venezuelano declara que não está nada bem entre ele o seu "ex-amigo". LULA só faz dar beijos e abraços no CHÁVEZ. Mas isto é claro para quem está sabendo o que se passa em nosso continente.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".