por Alejandro Peña Esclusa em 08 de agosto de 2008
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Resumo: Tanto o PT como as FARC estiveram – ombro a ombro – no Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, desde sua fundação até (ao menos) março deste ano; quer dizer, durante dezoito anos.
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Um escândalo maiúsculo levantou-se no Brasil pelas revelações da revista “Cambio”, segundo as quais membros do alto governo de Lula estariam vinculados às FARC.
Os próprios incriminados – entre eles o chanceler Celso Amorim e o assessor Marco Aurélio Garcia – puseram a boca no mundo, alegando que não têm nada a ver com a guerrilha colombiana e que, pelo contrário, foi o Partido dos Trabalhadores (PT) quem “afastou as FARC do Foro de São Paulo”.
Entretanto, os fatos demonstram que o PT e o próprio Lula mantiveram relações não só com as FARC, como também com o ELN.
Em julho de 1990, o Partido dos Trabalhadores – junto com o Partido Comunista de Cuba – convocou uma reunião na cidade de São Paulo, para discutir o que fazer frente a queda do muro de Berlim e o provável desaparecimento do comunismo. À reunião assistiram sessenta e oito forças políticas pertencentes a vinte e dois países latino-americanos, entre eles as FARC e o ELN.
Ali decidiram conformar uma nova organização política, de alcance continental, à qual denominaram Foro de São Paulo (FSP), para manter viva a utopia marxista. Estabeleceram um mecanismo de comunicação permanente, encontros anuais, uma revista semestral – América Libre (C.T. - clique aqui e saiba mais) - e uma junta diretora, denominada Grupo de Trabalho (C.T. - clique aqui e saiba mais).
Tanto o PT como as FARC estiveram – ombro a ombro – no Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, desde sua fundação até (ao menos) março deste ano; quer dizer, durante dezoito anos. Enquanto o Conselho Editorial de América Libre teve – desde seu primeiro exemplar até o mais recente – algum porta-voz do PT e o número um das FARC, Manuel Marulanda, codinome Tirofijo (C.T. - além de outros salafrários, quem não clicou no link da revista acima, clica aqui).
O confisco do computador de Raúl Reyes, ocorrido em março deste ano, acendeu os alarmes de todos os aliados das FARC, inclusive os do PT, porque nos discos rígidos ficava plenamente demonstrada não somente uma afinidade ideológica, senão uma aliança política e operacional com o narco-terrorismo colombiano. Isso sim é que eram palavras maiores.
Deste modo, o PT ordenou uma estratégia de desacoplamento, a qual começou em maio na cidade de Montevidéu, com uma coletiva de imprensa outorgada pelo alto dirigente petista Valter Pomar, que ocupava o cargo de Secretário Executivo do XIV Encontro do Foro de São Paulo.
Pomar anunciou com estardalhaço e arrogância que as FARC já não pertenciam ao Foro de São Paulo. (C.T. - o crime é o mesmo pois SE JÁ NÃO PERTENCEM, PERTENCIAM ANTES. É incrível mas vou aqui explicar o que quero dizer, sabendo que meus internautas de sempre não se ofenderão pois não são jumentos nem minhocas. Quero me prevenir contra comentários anônimos de homens-massa com isto. Lá vai: se eu, por exemplo, NÃO SOU MAIS FLAMENGUISTA, ESTOU DIZENDO QUE UM DIA FUI. Se as FARC "JÁ NÃO PERTENCIAM AO FORO DE SÃO PAULO", quer dizer que já pertenceram. Ou seja, como já disse, não muda o crime). Entretanto – para sua desventura – Daniel Ortega se encarregou de desmenti-lo dois dias mais tarde, quando pronunciou um apaixonado discurso a favor de Manuel Marulanda, que foi ovacionado de pé por todos os participantes do Encontro, inclusive a delegação do PT (C.T. - clique aqui e saiba mais).
Em resumo, a vinculação entre o PT e as FARC é fácil de demonstrar. Ocorre através do Foro de São Paulo. Há milhares de documentos públicos que o certificam. O problema é que Lula é nada menos que o Presidente da República e o PT é o partido do governo. Portanto, embora existam as provas, dificilmente haverá castigo porque as próprias autoridades irão querer impedir ou sabotar qualquer julgamento.
Só uma Comissão Internacional da Verdade, composta por personalidades de toda a América, será capaz de levar ao banco dos réus os acusados e de levar ao cárcere os que durante tantos anos foram aliados do narco-terrorismo colombiano.
Tradução: Graça Salgueiro
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